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Anvisa avança na revisão da rotulagem nutricional de alimentos

Agência apresenta resultados da tomada pública de subsídios e marca a consulta pública para setembro

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Atualizado: 

16/04/2019
Anvisa avança na revisão da rotulagem nutricional de alimentos

Em reunião na última terça-feira (02),a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) deu mais um passo para o aprimoramento da rotulagem nutricional no Brasil: divulgou o relatório com os resultados da TPS (tomada pública de subsídios), encerrada em julho de 2018, e apresentou um cronograma com as próximas etapas.

Até agosto deste ano, a agência irá aperfeiçoar o que foi apresentado no relatório e decidir sobre questões técnicas da norma de rotulagem nutricional para que em setembro o texto final seja consolidado com as principais contribuições, juntamente com a abertura da consulta pública.

No relatório, uma das principais mudanças em discussão é a rotulagem frontal, que indica os nutrientes que podem ser prejudiciais à saúde na parte da frente da embalagem dos alimentos.

De maneira geral, as contribuições feitas na TPS evidenciaram que o consumidor brasileiro possui dificuldade de compreender a  rotulagem nutricional e as outras informações presentes nas embalagens.

“Em relação à rotulagem nutricional, as contribuições mostraram que existem vários fatores que explicam a dificuldade de identificação do valor nutricional do alimento. Os problemas na legibilidade foram citados com maior frequência, incluindo as letras e formatos pequenos e de difícil visualização e leitura, o contraste inapropriado, a ausência de destaque, a falta de padronização e a dificuldade de localização”, diz um trecho do relatório.

A TPS recebeu mais de 33 mil contribuições e envolveu consumidores, profissionais de saúde, setor produtivo, instituições de ensino, sociedade civil, instituições internacionais, dentre outros. O objetivo dessa etapa foi  receber contribuições, como dados, informações e evidências para ajudar na decisão final da Anvisa sobre qual o modelo de rotulagem nutricional será adotado no Brasil.

Revisão da rotulagem nutricional

Ana Paula Bortoletto, nutricionista e líder do programa de alimentação saudável do Idec, destaca que os avanços no processo de rotulagem aconteceram devido à pressão da sociedade civil, incluindo o Idec, as organizações que fazem parte da coalizão Aliança Pela Alimentação Adequada e Saudável, o Ministério Público e pesquisadores internacionais, que nos últimos meses cobraram que a agência mantivesse e priorizasse o processo, devido à sua importância e urgência.

“O Idec vai contribuir para esses prazos sejam cumpridos e que a decisão final seja tomada com base nas evidências científicas, com o modelo de rotulagem frontal de advertências”, afirma Bortoletto.

Desde 2014, o Idec faz parte do grupo criado pela Anvisa para revisar as atuais normas de rotulagem de alimentos no Brasil. O grupo reúne pesquisadores de instituições de ensino, organizações da sociedade civil e representantes do setor produtivo.  

Nos últimos anos, o Instituto tem realizado pesquisas e acompanhado experiências de aprimoramento da rotulagem nutricional em diferentes países, como o Chile, que desde 2016 adota, com sucesso, advertências na frente das embalagens para informar sobre o excesso de nutrientes críticos nos alimentos.

“A Anvisa precisa aprovar um modelo de rotulagem que garanta à população uma informação clara sobre os produtos ultraprocessados e a ajude a fazer escolhas alimentares mais conscientes. O modelo de advertências é um passo crucial na criação de um ambiente alimentar mais saudável no Brasil”, destaca.

 

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