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Pesquisadores dos EUA (Estados Unidos) divulgaram um estudo na revista científica "PLOS Medicine" que comprova a eficácia de subsídio ao consumo de alimentos saudáveis para a redução nos gastos do governo com doenças decorrentes da má alimentação.
Em quase todos os Países estudados, os gastos com saúde continuam a aumentar drasticamente, mas até então se desconhecia a relação custo-benefício de incentivos econômicos para dietas saudáveis - um dos principais fatores de risco para diabetes e doenças cardiovasculares.
O estudo, publicado em 19 de março, trabalhou com dois diferentes cenários: na primeira situação, o incentivo subsidiava 30% do gasto das pessoas com frutas e verduras. Já no segundo quadro, o benefício também incluía cereais integrais, óleos vegetais e oleaginosas, como nozes e castanhas.
Enquanto a primeira situação resultou na prevenção potencial de cerca de 1,9 milhão de casos de doença cardiovascular e de 350 mil mortes, o segundo caso trouxe resultados ainda mais positivos: mais de 3,2 milhões de infartos e derrames poderiam ser evitados, além de 120 mil diagnósticos de diabetes e 620 mil mortes ao longo da vida da população beneficiada.
Os pesquisadores concluíram que ambas as situações apresentaram um bom custo-benefício, mas com destaque para o segundo cenário que geraria uma economia de US$ 100 bilhões, sendo 2,5 vezes maior que os gastos poupados com o incentivo apenas de frutas e verduras.
Para Renato Barreto, especialista em Políticas Públicas do Idec, a pesquisa confirma a importância de medidas governamentais que não apenas incentivem o consumo de alimentos saudáveis, mas também desestimulem o consumo de ultraprocessados.
“Em um momento em que os gastos com saúde tendem a aumentar devido ao aumento de consumo de ultraprocessados pela população, a divulgação desse tipo de estudo é essencial para estimular governos a adotarem medidas que contribuam para a prevenção das doenças crônicas não transmissíveis”, analisa.
Comer mal pode matar mais que o tabaco
Outro estudo, publicado recentemente pela revista científica "The Lancet", afirma que comer mal está relacionado diretamente a 11 milhões de mortes no mundo todo por ano. Ou seja, a forma como nos alimentamos pode causar uma em cada cinco mortes em todo o mundo, sendo, portanto, mais letal do que o tabagismo.
Segundo o autor do artigo, Christopher Murray, diretor do Instituto para Métrica e Avaliação em Saúde (IHME, em inglês) da Universidade de Washington, o estudo confirma o que muitos pensavam: "que uma dieta pobre [nos alimentos que devem estar presentes] é responsável por mais mortes que qualquer outro fator de risco no mundo".
O trabalho foi financiado pela Fundação Bill e Melinda Gates e se baseou na coleta de dados sobre a ingestão de 15 nutrientes em 195 países. O estudo estabeleceu como uma alimentação não saudável uma dieta baixa em frutas, vegetais, legumes, cereais integrais, nozes e sementes, leite, fibras, cálcio, ácidos graxos ómega-3 de alimentos marinhos, gorduras poli-insaturadas ou com muita carne vermelha, carne processada, bebidas açucaradas, gorduras trans e sódio.
Alimentação saudável para todos
Com o objetivo de fomentar uma alimentação saudável, o Idec disponibiliza uma série de ferramentas gratuitas para a população.
Entre elas, está o Mapa de Feiras Orgânicas, onde é possível localizar feiras especializadas em todo o País, grupos de consumo responsável e comércios parceiros de orgânicos mais próximos do consumidor.
Recentemente, o Idec também lançou o livro Alimentos Orgânicos nas Escolas, cujo conteúdo apresenta experiências de sucesso em escolas de diferentes partes do Brasil que priorizam a aquisição de alimentos orgânicos e com base na agricultura familiar.
Conheça mais iniciativas do Idec aqui.
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