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Cartão de crédito: como não se endividar com o crédito rotativo

Para o Idec, esse valor disponível para compra parcelada embute risco de superendividamento 

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Atualizado: 

25/04/2013
Quando o consumidor decide pagar a quantia mínima na fatura do cartão de crédito, que atualmente gira em torno de 15%, deixando para quitar o restante depois, significa que está utilizando o crédito rotativo do banco, que é corrigido por meio de juros elevados.
 
Segundo levantamento feito pela Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), as taxas do crédito rotativo chegaram a 192,94% ao ano em janeiro de 2013. Em 2010, o Banco Central aumentou o percentual mínimo das faturas do cartão de crédito de 10% para 15%, mas preferiu não elevá-lo novamente em 2011 (para 20%). 
 
“A promessa de juros reduzidos precisa ser recebida com ressalvas pelo consumidor. Os juros continuarão altos e o crédito rotativo é um grande fator para o risco de superendividamento. Caso o consumidor já esteja endividado com o cartão de crédito, é preciso que ele busque outras linhas de crédito mais baratas, já que o cartão ainda é a linha de crédito mais cara”, afirma a gerente jurídica do Idec, Maria Elisa Novais. 
 
Desde o fim de agosto de 2012, as instituições financeiras têm tomado medidas para diminuir os juros do cartão. Isso se deve à pressão do governo para que os bancos particulares baixem as taxas do crédito rotativo dos cartões de crédito. Por isso o Bradesco reduziu 54% os juros da modalidade. Desde 1º de novembro, as taxas máximas do rotativo passaram de 14,9% para 6,9% ao mês para os cartões com bandeiras Visa, American Express, ELO e Mastercard. Os juros para parcelamentos nos cartões de crédito caíram de 8,9% para 4,9%.
 
“Até agora não foi dada ao consumidor clara e adequada informação sobre como serão praticadas as taxas reduzidas para os consumidores, como quem terá direito, quais os critérios adotados para conceder taxas menores para diversos tipos de consumidores e diversas modalidades de cartões. Quando houver pagamento mínimo, como será a cobrança e há mudanças em relação aos critérios dos cartões atuais? Os juros dos cartões de crédito são os mais altos por se tratar de uma linha de crédito sem garantias, e com oferta indiscriminada no mercado, com pouca ou nenhuma avaliação do consumidor”, explica a gerente jurídica.
 
Gerencie suas dívidas
Além do planejamento financeiro, são necessárias outras práticas que possibilitam uma administração saudável do orçamento. Entre elas, está a de realizar o máximo possível de compras à vista - evitando parcelamentos -, pesquisar e pedir descontos sempre e, se for necessário parcelar, estar atento não apenas ao valor das parcelas, mas também às taxas de juros. É válido ainda procurar poupar ao menos 10% do salário, para formar uma reserva para possíveis imprevistos.
 
O primeiro passo para uma melhor administração das finanças é contabilizar tudo o que é gasto durante o mês, juntamente com renda da família. Após essa organização, é hora de verificar qual a melhor alternativa para pagar cada uma das contas. O uso do 13º salário para quitar as dívidas também é uma boa opção.
 
Priorize as contas com datas de vencimento mais próximas e também as que cobram juros elevados - em especial o cartão de crédito e o cheque especial. O ideal é manter uma lista para não se esquecer de nada, anotando até mesmo as contas extras do primeiro mês do ano, além das contas de despesas essenciais, como água, luz, telefone e transportes.
 
Atenção ao orçamento
Colocar na ponta do lápis todos os ganhos e gastos é importantíssimo, assim como a prática de priorizar o pagamento de contas de acordo com a data de vencimento e as que cobram juros muito altos em caso de atraso. Além disso, fique de olho nos gastos desnecessários, responsáveis por desviar grande parte do orçamento.
 
A pesquisa de preços é essencial para evitar gastos supérfluos. Compare marcas e estabelecimentos antes de fazer suas compras. Para aqueles que têm filhos pequenos, uma sugestão é não levar os filhos na hora das compras, pois eles podem querer materiais com estampas de personagens licenciados, que são mais caros. Para tentar economizar, uma boa dica é reunir um grupo de pais e comprar o material em papelarias que vendem por atacado. 
 
O Idec ainda alerta que as escolas não podem exigir materiais de limpeza ou de higiene pessoal nas listas, nem de uma marca específica, e muito menos obrigar que a compra do material seja feita em determinada loja. Quanto à matrícula, muitas escolas a cobram como uma 13º parcela. O Instituto considera a prática abusiva, pois a taxa já deveria estar incluída no valor da semestralidade ou anuidade e diluída nas parcelas durante o ano ou semestre.

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