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A geladeira é um dos eletrodomésticos mais importantes para a vida das famílias e também um dos que mais pesa na conta de luz - em média, representa 22% do consumo de energia numa residência. O caminho para a redução desse peso passa pelo uso de equipamentos mais eficientes. Nesse contexto, a política de etiquetagem do Inmetro é essencial para o consumidor dispor de equipamentos cada vez melhores e para que possa diferenciar os produtos.
Para isso, o Inmetro está com uma consulta pública aberta até 31 de maio de 2021 para apresentar sua proposta e receber novas contribuições. Mas o problema é que a proposta de regras do Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE) das geladeiras e freezers do Inmetro mantém os aparelhos usados pelos brasileiros com níveis de eficiência muito inferiores aos verificados na maioria dos países.
Confira as diferenças entre as regras propostas pelo Inmetro e pela Rede Kigali:
Proposta de contribuição - Se estiver de acordo com nossa proposta, basta baixar o arquivo disponível neste link, preencher com seus dados e encaminhá-lo para o e-mail dconf.consultapublica@inmetro.gov.br com o assunto: “Contribuição à consulta pública n. 7/2021”.
“Para se ter uma ideia, se o sistema proposto pelo Inmetro for adotado, em 2026 a nova classe A será um refrigerador que hoje já não poderia ser vendido na Índia, México e Quênia e, em 2025, provavelmente não poderá ser vendido em outro lugar nenhum do mundo”, alerta Clauber Leite, coordenador do Programa de Energia e Sustentabilidade do Idec, que é uma das entidades que fazem parte da Rede Kigali, referindo-se à classificação dos equipamentos por letras conforme seu nível de eficiência energética.
Caso essa proposta seja implementada, o País poderá levar mais cinco anos para alcançar padrões que já são regra há anos nos países mais desenvolvidos — a um custo para os brasileiros da ordem de R$ 52 bilhões até 2030, segundo cálculos das ONGs Clasp e International Energy Initiative - IEI Brasil para a Rede Kigali. O número representa a perda que os consumidores terão com a conta de luz pelos próximos dez anos se comprarem refrigeradores ineficientes devido ao atraso na revisão das etiquetas.
Rede Kigali
A Rede Kigali é composta pelo Instituto Clima e Sociedade (iCS), Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), International Energy Initiative - IEI Brasil, CLASP, consultoria Mitsidi, Projeto Hospitais Saudáveis (PHS) e rede de jovens Engajamundo. Ela promove ações ligadas à melhoria da eficiência energética de aparelhos como ares-condicionados e refrigeradores como forma de reduzir o consumo de energia de fontes poluentes, responsáveis por emissões de gases de efeito estufa que causam o aquecimento global. Também atua na redução do uso de fluidos refrigerantes com alto potencial de aquecimento global nesses equipamentos, objeto da Emenda de Kigali.
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