Sabe quando vai chegando a hora do almoço, você passa na calçada de uma casa e sente aquele cheiro incrível de comida refogada? O apetite fica aguçado e a vontade de saborear uma comidinha caseira “grita” no estômago, não é verdade? 

Acompanhe esse artigo até o fim pois vamos evidenciar a diferença entre os sabores naturais e os artificiais, o impacto dessa mudança para a saúde e como preparar esses temperinhos para deixar a rotina alimentar ainda mais saborosa e perfumada. 

O que são temperos naturais?

São alimentos fornecidos pela natureza em forma de plantas, ervas, vegetais e grãos que fornecem cor, sabor e aroma para as preparações culinárias.

Os temperos naturais têm papel importante na construção da alimentação humana. Para ter comidas mais apetitosas, as civilizações promoveram grandes navegações na busca por temperos e especiarias e esses feitos marcaram importantes momentos da história.

A pimenta-do-reino e o cravo-da-índia são exemplos populares de especiarias que são originárias da Índia mas, ao longo dos anos, passaram a ser comercializadas e cultivadas no Brasil. 

Abaixo, vamos listar os temperos naturais mais usados, veja quais você já utiliza e quais pode incorporar nos preparos.
 

Porque substituir ultraprocessados pelos temperos naturais?

As verdadeiras percepções gustativas do ácido, salgado, amargo, doce e picante são possíveis com alimentos naturais. Os ultraprocessados utilizam aromatizantes que fornecem a imitação do sabor de um determinado alimento in natura. Mas não é igual, veja um exemplo:

Um macarrão instantâneo “sabor” tomate tem componentes químicos para dar cor e sabor que tentam copiar o sabor real do tomate.

E por trás daquele “temperinho do mal” existem aditivos que podem "viciar" as suas papilas gustativas - que depois de anos ingerindo temperos prontos - nenhum alimento parecerá ter sal o suficiente, por exemplo.

Apesar de as marcas de ultraprocessados estamparem em seus rótulos informações, como: “40% menos sódio” ou “zero açúcar", as misturas de tempero em pó, pasta ou tablete estão repletas de sódio, açúcar e gordura trans. 

Estudos afirmam que o consumo de ultraprocessados está relacionado com o desenvolvimento de obesidade e doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) como diabetes, doenças do coração, hipertensão, entre outras. 

E esse conselho vale também para as bebidas artificiais. Trocar o refrigerante por um suco de caixinha é o mesmo que trocar seis por meia dúzia. 

A indústria de ultraprocessados tenta diariamente incutir o pensamento de que oferece um “suco natural” de uva, pêssego ou laranja, mas na verdade aquela bebida dentro da caixinha está repleta de aditivos, como corantes, aromatizantes para imitar o sabor da fruta e muito, muito açúcar. 

Você acompanhou a denúncia que fizemos do suco Dell Vale Fresh? Ilustrações contidas no rótulo levam a concluir que o produto é saudável e feito à base de frutas, enquanto, na verdade, elas não representam nem 1,5% do seu conteúdo.

São exemplos de ultraprocessados: 

• Macarrão instantâneo
• Sopa pronta de pacote
• Molhos prontos para preparo de carnes, massas e saladas
• Caldos de tempero para carnes, feijão, arroz e afins
• Sorvetes 
• Biscoitos
• Sucos de caixinha, refresco em pó e refrigerantes

E mais uma infinidade de outros produtos. Confira como saber se um alimento é saudável.

Quais os temperos naturais mais usados?

A combinação alho e cebola para fazer a refoga é imbatível, mas existem outros alimentos que constroem refeições muito perfumadas e deliciosas. Você pode alternar, harmonizar e aprender a fazer combinações com os alimentos: 

• salsa
• cebolinha
• alho poró
• manjericão
• noz moscada
• açafrão
• gengibre
• salsão 
• cominho
• pimentas 
• cravo-da-índia
• canela
• orégano
• tomilho
• sálvia
• alecrim
• louro
• urucum

Como preparar temperos naturais?

Aqui vão algumas dicas divididas por tipos de temperos naturais para você aproveitar o melhor de cada um e usá-los ao máximo de maneira prática e saborosa.

1. Temperos naturais frescos: basta colher e acrescentá-los aos pratos, como é o caso da cebolinha, salsinha e manjericão, por exemplo. Tente cultivá-lo em vasos em casa, se adaptam bem e precisam de cuidados bem básicos. É possível congelar também. Mas para o caso do manjericão, sálvia e outras folhas frescas o recomendado é congelar uma espécie de azeite de ervas, e não somente a folha. 
2. Conservas: já pensou que processar alho e cebola pode ser um recurso bem interessante para dias mais corridos? Funciona assim: alho e cebola nas proporções que você já utiliza normalmente, coloca no processador de alimentos com azeite e pouco sal. Essa é a base e você pode incrementá-la com pimentão, salsinha, cebolinha e outras especiarias. 
3. Sal de ervas: é um ótimo recurso para reduzir o consumo de sódio. Junte especiarias desidratadas com um pouco de sal grosso e bata no pilão. Também pode ser feito no processador ou no liquidificador. Os preparos terão um frescor e perfume diferentes depois que você adotar esse recurso. 
4. Caldo de legumes caseiro: também não tem mistério. Pegue um pote qualquer e armazene na geladeira as cascas dos legumes que você descascou durante a semana. Casca de cebola, cenoura, talos de couve, cabeça do pimentão, coloca tudo isso pra ferver numa panela. Após esfriar você pode deixar uma parte na geladeira e outra parte no congelador. O sabor dos alimentos sobressai e fica sim uma delícia a versão caseira e natural. 
5. Faça você mesmo molhos caseiros. Vão bem com comidas doces e salgadas, dependendo do molho pode ser oferecido como um presente para alguém especial. Invista nos preparos naturais

Como usar temperos naturais na comida?

Não existe regra de como e quando usar os temperos naturais na comida. Fica como sugestão colocar as especiarias naquele momento da panela quente depois de colocar o óleo para começar o refogado. 

O alecrim desidratado, por exemplo, vai soltar mais os óleos contidos nele e aderir ao restante do preparo. Durante a fervura dos molhos, também cabe colocar os temperos.

Ah, e uma dica importante: especiarias, ervas e grãos em contato direto com o calor queimam e ficam sem sabor. Seja no forno ou na panela, utilize óleos vegetais como base para ajudar o tempero a soltar o sabor.

Tá sentindo que o feijão tá com “gosto de todo dia”, quer inovar no sabor mas não sabe como? Não caia na tentação de usar aquela misturinha de desidratado que tem nome de apresentador de tevê que é vendido a granel. 

Não é possível atestar a procedência e se estão misturados com glutamato monossódico (realçador de sabor que também contém sódio), por isso, prefira criar suas próprias combinações. 

Já pensou em preparar o feijão com uma pitada de cominho e louro? Traz um gostinho diferente sem perder a essência.

Temperos naturais também podem ser usados em preparos doces. Suco de limão com folha de hortelã não é uma grande inovação, mas já pensou em tomar um suco de laranja com canela, cravo e pimenta do reino? 

Já sentiu o cheiro do bolo de maçã com canela, anis e castanhas recém saído do forno?

Essas são algumas indicações de uso que vão com certeza aflorar sua criatividade para adaptá-las à sua rotina.