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Saiba o que fazer! Como sobreviver no mundo digital dos serviços financeiros

Entenda as novidades que foram lançadas no últimos tempos e saiba como não cair em golpes e proteger as suas informações

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Atualizado: 

09/03/2022
Foto: iStock
Foto: iStock

Lidar com dinheiro e serviços financeiros é visto como um problema por muita gente, principalmente no meio digital. Ainda mais depois que nos últimos anos uma verdadeira revolução digital tomou conta do setor.

O mundo digital está reformulando pagamentos, empréstimos, seguros e gestão financeira em todos os  lugares. Mas os serviços financeiros digitais chegam acompanhados de novos riscos que podem levar a resultados injustos para os consumidores e deixar para trás aqueles que são mais vulneráveis.

Desta forma, aproveitando o mês do Dia do Consumidor e o nosso objetivo de tornar essa tarefa mais simples, aumentando o grau de conscientização e de proteção dos seus dados pessoais, apresentamos abaixo algumas informações sobre essas novidades e dicas para se proteger de armadilhas.

Então vamos começar pelas maiores novidades dos últimos anos:

Pix: Quais os riscos e como se prevenir de fraudes? 

Ao utilizar o CPF como chave de acesso, você usará com mais frequência esse dado pessoal. Ou seja, para receber ou realizar pagamentos, precisará compartilhar seu CPF, que é frequentemente utilizado em diversos cadastros como  forma de identificação, de recuperação de senha ou para acesso ao boleto bancário, de modo que não é ideal que seja compartilhado muitas vezes, aumentando o risco de cair em mãos erradas. Não há risco de acesso à conta bancária, pois, além do CPF, é necessário sua senha.

Recentemente, após aumento do número de crimes e fraudes por meio do Pix, o Banco Central divulgou um pacote de medidas para aumentar a segurança. Entre as principais medidas estão:

  • Limite de R$ 1 mil para operações entre pessoas físicas (incluindo MEIs) utilizando meios de pagamento em arranjos de transferência no período noturno (das 20 horas às 6 horas), incluindo transferências intrabancárias, Pix, cartões de débito e liquidação de TEDs;
  • Prazo mínimo de 24 horas e máximo de 48 horas para a efetivação de pedido do usuário, feito por canal digital, para aumento de limites de transações com meios de pagamento (TED, DOC, transferências intrabancárias, Pix, boleto, e cartão de débito), impedindo o aumento imediato em situação de risco;
  • Possibilidade de estabelecer limites diferentes no Pix para os períodos diurno e noturno, permitindo limites menores durante a noite;
  • Estabelecer prazo mínimo de 24h para que o cadastramento prévio de contas por canal digital produza efeitos, impedindo o cadastramento imediato em situação de risco;
  • É importante consultar a plataforma Registrato do Banco Central para confirmar a lista dos bancos, cooperativas de crédito e outras instituições financeiras e de pagamento onde você possui uma chave Pix. Para evitar este tipo de fraude, recomendamos o cadastramento do CPF como chave Pix mesmo que você não o compartilhe publicamente. É possível reverter uma chave cadastrada por outra pessoa. Isso se dá por meio de um procedimento chamado de reivindicação de posse de chaves do Pix, que pode ser feito por meio dos canais eletrônicos de sua instituição financeira. 

Saiba mais sobre o Pix

Open Banking: o que é e como se proteger? 

O open banking é o sistema que permite a troca de informações dos correntistas entre os bancos. Mas é fundamental saber que esse compartilhamento é opcional e só pode ocorrer caso você autorize. Além disso, só pode acontecer se a finalidade for determinada, com o prazo inferior a 12 meses e com possibilidade de revogação.

Esse é um sistema que está sendo implementado no país a fim de estimular a competitividade e beneficiar os consumidores com a oferta de novos produtos e serviços financeiros. Mas é preciso ficar atento a esta nova estrutura, que envolve compartilhamento de dados bancários, e tomar alguns cuidados na hora de dar o consentimento.

Se você entender que o open banking pode ser benéfico ao seu caso, tenham em mente que:

  • As instituições devem assegurar a possibilidade de encerrar o compartilhamento dos seus dados entre os bancos a qualquer momento. Em outras palavras, cabe ao consumidor decidir se quer participar ou não.
  • Importante destacar também que a adesão é feita, exclusivamente, pelos canais digitais (como sites e aplicativos de celular) das instituições financeiras (bancos, cooperativas, fintechs) participantes. Não existe aplicativo para download nem site específico para o cadastro.
  • É preciso sempre prestar atenção e ter cautela na hora de dar o consentimento e procurar alternativas para empréstimos ou financiamento, por exemplo.

Saiba mais sobre o Open Banking

Mas se proteger de golpes também é algo muito importante no ambiente digital. Veja abaixo algumas dicas:

Como reconhecer um boleto falso?

Boletos bancários são uma das formas de pagamento de contas mais utilizadas hoje em dia e, por isso, atraem bastante a atenção de fraudadores. O golpe do boleto acontece quando o código de barras original é modificado, desviando o dinheiro que deveria ir para o pagamento para uma conta fantasma do fraudador.  

Caindo no golpe de um boleto falso, o consumidor deixa de pagar o que deveria e, consequentemente, pode sofrer corte no fornecimento de um serviço, receber cobranças com juros e multa por atraso e até ficar com o nome sujo. Por isso, é muito importante ficar atento ao receber um documento desse tipo ou baixá-lo pela internet. Veja dicas para não cair em ciladas:

  • Leia bem o boleto bancário. A maioria dos documentos falsos costumam ter diferenças no padrão de formatação e outros erros básicos, como de português. Qualquer característica suspeita pode ser um indício de fraude. 
  •  Na hora do pagamento, confira os dados do beneficiário, CPF ou CNPJ e se a conta está correta. Verifique se os primeiros dígitos do código coincidem com o do banco emissor.
  • Cada instituição bancária possui um código próprio de identificação. Esse número aparece na frente do logotipo do banco e nos primeiros três dígitos da linha digitável de cada boleto. Esse número deve ser equivalente ao código do banco emissor. 
  • Saiba o que significam os outros números. Depois do código do banco, o quarto número informa o tipo de moeda do boleto, sendo 9 para o Real e 0 para outras moedas. Depois, vem o código identificador de campo e verificador geral, que são importantes para o algoritmo autenticar o boleto. Na sequência, está o vencimento. Os dez últimos números de um boleto referem-se ao valor. Assim, por exemplo, se ele tem o valor de R$ 1.000,00 o final do código será 0000100000.
  • É importante manter o antivírus do computador sempre atualizado, pois programas maliciosos, enviados por meio de vírus, podem alterar o código de barras do boleto. O antivírus em dia é capaz de identificar anormalidades na geração do boleto pela internet, na visita a sites duvidosos ou em documentos enviados por e-mail. 
  • O consumidor vítima do golpe deve tirar cópias do boleto falso e do comprovante de pagamento (impresso no caixa eletrônico, via internet ou celular). Com os papéis em mãos, registre um boletim de ocorrência numa delegacia e procure o banco e o fornecedor do serviço. 
  • Segundo o artigo 20 do Código de Defesa do Consumidor (CDC), o fornecedor de serviços deve responder pela reparação dos danos causados ao consumidor, independentemente de culpa. Assim, em casos de golpe de falso boleto, o fornecedor e o banco devem arcar com os prejuízos, pois são os únicos que têm acesso conhecimento dos dados do consumidor e são responsáveis por eles. 

Como proteger as suas senhas?

No mundo digital, hoje a maioria das transações é feita pelos aplicativos de celular. Todos os grandes grupos financeiros brasileiros têm apps móveis e com eles é possível conferir informações, saldo e extrato, bem como fazer pagamentos e outras movimentações. Com a facilidade de aplicativos onde você pode salvar as suas senhas, nossos dados ficam ainda mais vulneráveis. Seja com aplicativos invasores que podem roubar o armazenamento de informações ou em caso de furto, onde o infrator pode ter acesso aos seus dados bancários caso estejam salvos em seu aparelho. Aqui estão algumas dicas para que as suas senhas não fiquem vulneráveis: 

  • Use uma senha segura em sua conta bancária. A senha para entrar em um aplicativo de banco deve ser exclusiva e diferente da que você utiliza em outro banco, sem conter datas de nascimento ou uma sequência que seja fácil de replicar
  • Hoje em dia existem vários gerenciadores de senhas, que podem ser instalados no seu celular e criam combinações fortes, aleatórias e exclusivas para cada conta que você usar em conjunto com o app.
  • Não use o celular de outra pessoa para realizar consultas bancárias. Uma vez que a sua senha pode ficar salva em outro celular e isso facilita que hackers acessem os seus dados caso tenham acesso ao celular onde seus dados foram registrados.
  • É importante se atentar para os e-mails e não deixá-los abertos no celular. Por meio deles, os criminosos podem redefinir a senha de acesso aos bancos digitais e corretoras.

Como proteger os dados do cartão de crédito nas comprar online?

O cartão de crédito é mais uma forma de pagamento rápida e acessível para fazer compras. Apesar de ser um hábito para a maioria dos brasileiros, o número de vítimas que tiveram os seus dados do cartão roubados tem aumentado. Deixar o número do cartão de crédito guardado no aparelho, em algum site ou em aplicativos de e-commerce é uma prática comum, mas pouco segura. Veja como não cair em possíveis golpes:

  •  Uma boa ideia é usar cartões virtuais, que são emitidos no aplicativo do banco e ficam inativos após o uso. Protegendo os seus dados e evitando que fiquem salvos em alguma plataforma. 
  • Você também pode apagar os dados do seu cartão de crédito caso já estejam cadastrados no seu navegador. Caso seja no seu celular Android ou IOS, é só ir até o seu navegador de internet > No canto superior à direita vá em > configurações > formas de pagamentos > desabilite a opção de “salvar e preencher formas de pagamento”. 
  • Para realizar o mesmo procedimento no seu desktop, abra o seu navegador padrão > vá até os três pontos no canto superior à direita > clique em configurações > entre na opção Preenchimento automático, clique na opção > Formas de pagamento > desabilite a opção Salvar e preencher as formas de pagamento
  • Antes de fazer uma compra online, verifique se o site está utilizando a tecnologia de criptografia HTTPS. Essa tecnologia protege os dados enviados pelo usuário contra acesso de terceiros. Verifique se o início do endereço do site inicia com HTTPS e se há um ícone de cadeado no início do domínio.