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Tá na Mesa | Arquivo - Sua porção semanal de alimentação saudável e sustentável

Arquivo Tá na Mesa -
Edição de 27 de Setembro de 2023

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SUA PORÇÃO SEMANAL DE ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL E SUSTENTÁVEL

Quando você ouve o termo: “sementes transgênicas”, consegue avaliar se é uma medida positiva ou negativa para a saúde e o meio ambiente? Hoje viemos contar como elas surgiram no país, os impactos do plantio e o que fazer diante desse cenário posto aqui no Brasil.

O ponto de partida dessa edição é explicar o que são as sementes transgênicas.

A transgenia é um processo de transferência artificial de genes de plantas, animais, vírus ou bactérias - que possuem determinadas características desejadas pelas empresas que detém a patente dessas sementes - de uma espécie para outra.

Por exemplo: acrescentam um aminoácido que existe naturalmente na castanha-do-pará para “enriquecer” o feijão que será plantado.

Ou acrescentam bactérias nos genes dessas sementes para tornar os alimentos resistentes a insetos e pragas.

Esse processo de modificar sementes teve um ‘boom' em 1986 e em 1995, quando a Argentina aprovou o plantio da soja transgênica.

Alguns agricultores do Rio Grande do Sul trouxeram ilegalmente as sementes para cá e fizeram campanha para importar as sementes pro Brasil.

Enquanto nação, não fizemos um estudo para avaliar os riscos desses plantios no nosso ecossistema. A soja simplesmente entrou.

Tanto que, em 2003, o governo brasileiro se deparou com uma safra inteira de soja transgênica colhida e ela nem tinha sido liberada oficialmente para ser plantada.

Tudo começou com a soja, porém, hoje o milho, feijão e trigo estão entre as principais espécies de alimentos transgênicos cultivados no país.

O argumento para ampliar o uso das sementes transgênicas segue o mesmo da época da Revolução Verde da década de 70: promover alimentação e sanar a fome das populações mundiais.

Só que essa narrativa das grandes empresas do agronegócio é uma grande falácia.

Quem modifica, “cria” as sementes em laboratório é dono delas.

Elas são códigos genéticos patenteados, não sendo permitidas a reprodução das mesmas, só as grandes corporações detêm os direitos e monopólios de reprodução.

Quem compra para plantar, paga royalties, uma espécie de taxa pelo direito de usar, explorar e comercializar essas sementes que virarão alimentos.

Indústrias que comercializam alimentos transgênicos contribuem pouco com o abastecimento interno e menos ainda com a tributação.

É a concentração de renda na mão de poucos.

Pois quem efetivamente abastece o mercado interno e produz 70% dos alimentos que estão na mesa dos brasileiros é a agricultura familiar.

O cultivo dessas monoculturas que servem de base para produtos ultraprocessados e cheios de veneno é uma continuação da colonização da nossa terra e do nosso paladar.

Além disso, essa modalidade de cultivo esconde sérios riscos para a nossa saúde e para o meio ambiente.

Pesquisas científicas já provaram que não é possível ter controle e exatidão da mutação genética das sementes transgênicas.

Elas podem desenvolver resistência à aplicação de agrotóxicos.

Imagina só que são pulverizadas atualmente nas monoculturas aqui no Brasil o chamado 2,4-D, um veneno que foi usado como arma química na Guerra do Vietnã.

O solo, rios, mananciais, os animais e o ar também ficam contaminados com essa alta carga de agrotóxicos.

Estudos já comprovaram o alto potencial cancerígeno desses venenos em nosso organismo.

Não só podem causar câncer, mas sementes transgênicas repletas de agrotóxicos são neurotóxicas, podem afetar o sistema endócrino e o sistema reprodutor humano.

E as plantações agroecológicas de sementes crioulas (falaremos delas na próxima edição) ficam seriamente comprometidas em virtude da contaminação aérea.

É que o milho transgênico, por exemplo, gera uma flor que tem seu pólen espalhado pelo vento. Se houver plantações de milho não-transgênico próximo, essa plantação acaba se tornando transgênica por consequência.

Precisamos romper com esse sistema alimentar e sermos os agentes definidores do que será produzido nas terras brasileiras e pra quem está sendo produzido.

E quais são os caminhos para isso?

  • É direito de toda pessoa a liberdade de escolha. Não há opções de óleos vegetais de cozinha que não sejam transgênicos.
  • É aconselhável desenvolver melhores hábitos de consumo e seguir as recomendações do Guia Popular para a População Brasileira, resgatando as características socioculturais do país.
  • É preciso que o governo atual faça uma reformulação do Plano Safra, implementando uma política de fiscalização dos cultivos e do uso de agrotóxicos.
  • Que exista incentivo para pequenos produtores rurais comprometidos com sistemas de produção ambientalmente sustentáveis e também com a preservação de sementes ancestrais, sem modificação genética.

Se ainda ficaram dúvidas sobre o que são os alimentos transgênicos, você pode aprofundar mais no tema por meio desse conteúdo aqui

Idec em Ação

Desde 1998, nós do Idec, junto a outras instituições não-governamentais, tentamos impedir a liberação do plantio de transgênicos.

Sabe o 'T' de transgênico que você vê nos rótulos? Foi uma conquista nossa, em 2005, com a aprovação da Lei Portaria n°. 2658 de 22/12/2003, a fim de garantir nosso direito de saber o que comemos ao nos deparar com produtos que contenham qualquer percentual de transgênicos em sua composição.

O Idec segue mobilizado e tem desafios bem atuais para garantir os seus direitos.

Existem ações que ainda estão correndo no Ministério Público Federal (MPF) e no Supremo, como por exemplo, o pedido de reavaliação da Resolução Normativa nº 04/2007 editada pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) que dispõe sobre a distância mínima de 100 metros entre uma lavoura comercial de milho geneticamente modificado e outra de milho não geneticamente modificado. Essa distância não é suficiente!

Temos também uma representação junto ao MPF contra o artigo 36 e outros da Lei de Biossegurança (11.101/2005) que autorizava o plantio de soja ogm na safra de 2005 enquanto estava vigente liminar judicial proibindo tal prática.

Além disso, vamos continuar demandando que Câmara dos Deputados, Senado e Governo Federal façam essa reparação com a saúde e o ecossistema brasileiro.

 

// saindo do forno

ATENÇÃO

👎 Você quer trigo transgênico na sua mesa?

É a mais recente semente transgênica que querem cultivar no Brasil. Diante dos impactos para a saúde e o meio ambiente, não é possível aceitar essa medida, não é mesmo? Confira, para saber de quem cobrar seus direitos, quem é responsável por essas liberações. Facebook

OUÇA

🤔 Qual a lógica do plantio dessas sementes?

É a reflexão que o agrônomo Gabriel Fernandes levanta sobre a escolha das indústrias do agronegócio e o impacto do plantio e cultivo de sementes transgênicas e as monoculturas nas mudanças climáticas. Facebook

DOWNLOAD

🧫 A história das sementes transgênicas no Brasil

A cartilha é super didática e detalha como os transgênicos chegaram no Brasil, o processo de dependência que os produtores rurais estão sujeitos e quais medidas o governo deve tomar sobre a questão. Terra de Direitos

 

// cultura alimentar

Brenda Rios

Graduada em gastronomia, chef confeiteira da Papaya Confeitaria Vegana, pesquisadora sobre alimentação biodiversa e plantas alimentícias não convencionais – @buhbellrios

As Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANCs), que são negligenciadas e subutilizadas, têm um potencial significativo para enriquecer a nutrição humana, diversificando a oferta de alimentos e contribuindo para uma produção alimentar mais sustentável e agroecológica.

Muitas dessas plantas têm sido consumidas por comunidades locais há séculos, transmitindo conhecimentos e saberes ancestrais. 

Para termos a inclusão de PANCs é necessário um esforço conjunto de diversos setores da sociedade, como governos, agricultores, pesquisadores e consumidores. 

Aumentar o conhecimento sobre essas plantas, investir em pesquisas sobre seu potencial nutricional e promover a educação alimentar são medidas cruciais para incentivar sua adoção em larga escala.

 

TÁ NA ÉPOCA

BOM PRO SEU BOLSO E PARA O MEIO AMBIENTE

Efeito laxativo

Essa pode ser uma das explicações para o nome popular que essa fruta ganhou: cagaita. Nativa do Cerrado brasileiro, é pequena, possui em média 4 cm de comprimento e quatro sementes dentro dela.

A cagaita tem uma textura macia e um sabor ácido, quando submetida à fermentação, produz vinagre e álcool. A polpa da fruta pode ser utilizada em sucos, sorvetes, vitaminas, geleias, pudins, pavês e onde mais a imaginação permitir.

Fruta popular

A laranja está presente em diversos países e está no gosto popular. Além de toda essa notoriedade, é uma planta com muitos aproveitamentos para a alimentação. O consumo da fruta in natura ou suco é o jeito mais simples e pode ser utilizado também em bolos, doces, molhos, bebidas e muito mais.

Mas não acabou por aí. Tem ainda o mel de flor de laranjeira e a água de flor de laranjeira. Já a casca da laranja pode ser usada em doces caseiros mas também como repelente e desinfetante multiuso caseiro. E as folhas da árvore servem um excelente chá. Que tal experimentar outros consumos da fruta?

📗 Caderno de receitas

Docinho de abacaxi com coco
Mais uma receita que comprova que não é preciso utilizar ultraprocessado para fazermos sobremesas incríveis. Esse docinho fica com uma cor, textura e sabor incríveis e todo mundo vai gostar!

 

Focaccia de abobrinha com manjericão
Algumas edições atrás falamos sobre a história do pão e as inúmeras possibilidades de consumirmos versões caseiras e saudáveis. Esse pão é um deles. Não precisa sovar, fica pronta rápido e vai bem como acompanhamento ou refeição intermediária.

 

Escarola refogada com amendoim
Uma proposta diferente para mudar o jeito de fazer a verdura refogada de sempre. Pode ser uma receita picante ou se preferir, é só retirar a pimenta.

 

Conteúdo feito pelo Idec ❤️

Somos uma ong que atua pelos consumidores brasileiros em diversas causas importantes.

Seja pressionando autoridades, denunciando empresas ou trazendo informação útil às pessoas, lutamos também pelo nosso direito a uma alimentação adequada, saudável e sustentável.

DÊ UMA FORÇA PARA QUE ESSE TRABALHO CONTINUE.


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