SUA PORÇÃO SEMANAL DE ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL E SUSTENTÁVEL
|
Abrimos a edição de hoje lançando uma reflexão: por que deveria interessar à sociedade apoiar a agroecologia e a propagação das sementes crioulas? O assunto parece confuso? Vai tudo fazer sentido, fica com a gente até o fim!
|
|
Feijão orelha de padre, cagaita grande, chuchu porongo, amendoim preto e mangarito.
A gente não encontra esses alimentos em quantidade por aí nas feiras, mas eles não entraram em extinção, seguem sendo cultivados graças aos pequenos produtores e são a prova viva da nossa cultura alimentar.
As sementes desses alimentos são passadas de geração em geração e garantem a diversidade e soberania alimentar.
Esses alimentos são exemplos de sementes crioulas que tem por características a seleção e cruzamento natural, sem modificações genéticas.
Elas são fruto de criações coletivas dos povos camponeses e indígenas, especialmente das mulheres, que foram as primeiras a cultivarem e são as principais guardiãs desses grãos.
Plantar, distribuir e proteger sementes é o que eles fazem.
As sementes crioulas constituem a base da agricultura familiar.
Além disso, elas representam uma riqueza natural das comunidades e são uma importante fonte genética em harmonia com a natureza e que tem tolerância às condições ambientais onde são cultivadas, com grande resistência a pragas e doenças.
Essas sementes são tão importantes que podem ser consideradas atores sociais por representarem lutas simbólicas em defesa dos interesses de pequenos produtores rurais perante as grandes multinacionais que comercializam sementes geneticamente modificadas, as polêmicas transgênicas, que falamos na edição da semana passada.
As sementes representam relações de poder e resistência ao modo de produção que valoriza um sistema de monocultura visando o acúmulo de lucros, o uso de agrotóxicos e a produção massiva de produtos ultraprocessados.
E voltando à pergunta inicial: por que deveria interessar à sociedade apoiar a agroecologia e a propagação das sementes crioulas? Listamos aqui alguns motivos:
- As sementes crioulas se desenvolvem naturalmente em uma determinada região, país ou clima e não precisam de agrotóxicos para florescerem por estar em harmonia com aquele ecossistema. Representam um sistema produtivo agrícola mais favorável ao meio ambiente. Fazem bem para o solo e também para a nossa saúde
- Contribuem para a diversificação da oferta de alimentos, para a preservação de sementes nativas e a valorização das culturas alimentares locais e regionais
- Favorecem a geração de emprego e renda e a promoção de formas socialmente justas e ambientalmente sustentáveis de ocupação de áreas rurais
A cultura das sementes crioulas encantam, não é mesmo? Veja agora como podemos viabilizar a ampliação do cultivo dessas sementes tradicionais:
- É preciso que as políticas públicas privilegiem a agricultura familiar (que realmente abastece o mercado interno) em relação à agricultura industrial. Com linhas de crédito e incentivos fiscais para plantios agroecológicos
- A implementação de zonas livres de transgênicos devem ser criadas como estratégia para a conservação das sementes nativas, especialmente nas áreas indígenas e quilombolas e em regiões de forte presença da agricultura familiar e de outras comunidades tradicionais
- A oferta de bancos públicos de sementes devem ser colocados a serviço dos agricultores familiares, povos indígenas e comunidades tradicionais
- Dê preferência a consumir fubá, amido de milho, arroz, feijão e outros cultivos da agricultura familiar. Procure nas feiras, compras coletivas da sua região ou pesquise a disponibilidade no Mapa de Feiras Orgânicas
|
// saindo do forno
DOWNLOAD
🥘 As inúmeras conexões da comida
Um olhar da juventude sobre os seus territórios, esse material reúne mais do que receitas com alimentos de sementes crioulas, é sobre o ritual de preparar a comida, cultivo, plantio e partilha. Articulação Nacional de Agroecologia
PARTICIPE
📝 Elas estão mais próximas do que você imagina
Quando falamos em políticas públicas é comum imaginar que elas sejam propostas apenas por parlamentares. Porém, você que nos lê pode e deve participar de conferências livres para ajudar a formular propostas que serão encaminhadas ao Legislativo para ampliarmos os direitos à alimentação adequada e sustentável. Aliança pela Alimentação Adequada e Sustentável
ASSISTA
🌽 O alimento do campo à mesa
O documentário propõe a reflexão sobre os hábitos alimentares, o tipo de produção atual e como as sementes crioulas aliadas a plantios orgânicos garantem uma agricultura revitalizadora e transformadora. Fiocruz
|
|
Tatiana Otoni
Relações Públicas, Cozinheira, pós-graduada em Nutrição, Alimentação Saudável e Empreendedorismo, consultora para negócios gastronômicos com foco em sustentabilidade – @otonitati
|
Eu acredito que não dá pra falar em alimentação saudável sem falar em produção saudável e em planeta saudável.
A alimentação para ser saudável de verdade, também precisa ser sustentável.
Se isso também faz sentido pra você, que tal assumirmos, juntos, o compromisso de preservar, valorizar e promover a biodiversidade agrícola e cultural em nosso país?
Que tal conhecermos um pouco mais das sementes crioulas? Podemos fazer isso nos conectando com produtores locais, visitando feiras, hortas e eventos agroecológicos.
Eu garanto que você também vai se apaixonar pelas sementes crioulas e vai desejar incluir na sua mesa um alimento cheio de história, saboroso, saudável e cultivado sem prejudicar o meio ambiente.
|
|
TÁ NA ÉPOCA
BOM PRO SEU BOLSO E PARA O MEIO AMBIENTE
|
Sabor exótico
Quem prova a pera-do-cerrado diz que ela não lembra em nada as parentes que são encontradas nos mercado. Também conhecida pelo nome popular de cabacinha do campo, ela é colhida entre outubro e dezembro, possui formato semelhante à pera, com casca fina, aveludada e amarela, com polpa mole, branca, adstringente e ácida.
Essa espécie de fruta tem um papel importantíssimo como parte do projeto de recuperação do Cerrado. Pode ser encontrada no Distrito Federal, Minas Gerais, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
Legume versátil
A beleza da cor da beterraba chama atenção de longe! Além de suculenta, depois de cozida, ela também é um corante natural para dar cor à massas, bolos e outros preparos culinários. E por falar em receitas, vai bem no suco, crua na salada, em ensopados, purês, cremes, sopas e cozidos.
Aí vão duas dicas importantes: quando comprar, armazene na geladeira. Em boa refrigeração pode durar até um mês. Se optar por cozinhá-la, faça primeiro com a casca e só depois retire, apesar que é tão fininha que vale manter e aproveitar o alimento integralmente.
📗 Caderno de receitas
|
|
Bife de casca de banana
Já pensou em fazer uma milanesa diferente para sua refeição? Empanou a casca, ela fica super crocante por fora e macia por dentro. Você deve estar se perguntando se fica com sabor doce. Nadinha! Vale muito a pena fazer, além de ser super rapidinho o preparo.
|
|
|
|
Vitamina de morangos com beterraba
Aqui não precisa necessariamente ser o morango, pode ser a maçã ou outra fruta que preferir. Veja a mágica da cor lilás bem viva tomar conta da sua vitamina. Faça uma versão bem refrescante para aplacar o calor.
|
|
|
|
Pão de frigideira com cebolinha
Esse é um pão de formato achatado. Não vai fermento, depois de pronta, é incorporada uma dose generosa de cebolinha na massa. E o resultado é um pão super crocante para ser saboreado em diversas refeições.
|
|
|
Conteúdo feito pelo Idec ❤️
Somos uma ong que atua pelos consumidores brasileiros em diversas causas importantes.
Seja pressionando autoridades, denunciando empresas ou trazendo informação útil às pessoas, lutamos também pelo nosso direito a uma alimentação adequada, saudável e sustentável.
DÊ UMA FORÇA PARA QUE ESSE TRABALHO CONTINUE.
|
Compartilhe essa newsletter diretamente com amigos e familiares:
|
|