Lá em 1964 foi instituído o dia 25 de julho como o Dia do Trabalhador Rural. E por trabalhador rural entende-se todos aqueles que cultivam a terra.
Vamos entender quem faz a agricultura no país?
Cerca de 130 milhões de hectares de áreas cultivadas pertencem a uma pequena parcela de grandes grupos agrícolas.
Enquanto as famílias que, de geração em geração, cultivam e vivem da terra detém cerca de 23% das áreas cultiváveis do país (fonte: IBGE).
Essa proporção desigual de divisão das terras tem vários impactos negativos, como por exemplo:
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O agronegócio cultiva poucas espécies em larga escala, como o milho e a soja, e que, no geral, não se destinam à produção de ração para pecuária, à produção de ultraprocessados, combustíveis e outros produtos para a indústria.
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A prática da monocultura esgota o solo. Estudos comprovam que diversidade de cultivos e manejos orgânicos são a alternativa sustentável para a qualidade do solo.
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A falta de recursos públicos destinados à assistência ao pequeno produtor promove êxodo rural e, para as famílias que persistem no campo, a fome.
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O Inquérito da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar (PENSSAN) deste ano concluiu que a insegurança alimentar está presente em mais de 60% dos domicílios das áreas rurais do país. Desses, 18,6% das famílias convivem com a fome, valor maior do que a média nacional. As políticas públicas estão em desfavor do pequeno produtor, que é quem planta alimento saudável e abastece os lares brasileiros.
Cerca de 70% do feijão, 34% do arroz e 87% da mandioca nacionais são produzidos pela agricultura familiar.
E quem compõe a agricultura familiar?
Os pequenos produtores rurais, povos indígenas, comunidades quilombolas, assentamentos de reforma agrária, pescadores, entre outros. São eles que produzem comida saudável, aquela in natura e minimamente processada que o Guia fala, lembra?
De acordo com o último censo agropecuário, realizado em 2017 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a agricultura familiar é responsável por empregar 10,1 milhões de pessoas.
E o que pode ser feito para mudar este quadro desigual da agricultura no país?
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Financiamentos para custeio de assistência técnica que fornece apoio técnico para produção rural.
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Garantia de abastecimento de água nas propriedades, com o estímulo à construção de cisternas e poços artesianos.
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Subsídio de tarifa social de energia rural.
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Fortalecimento da aquisição de alimentos da agricultura familiar para atender ao Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE).
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A reorganização da titularização das terras no campo para ampliar a capacidade produtiva e trazer empoderamento econômico para as famílias.
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