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Em nota pública, Idec apoia o boicote ao Grupo Carrefour

Esta é a orientação até que a empresa apresente e implemente medidas estruturais para eliminar práticas de racismo

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Atualizado: 

03/12/2020
Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

O Idec divulgou nesta sexta-feira, 20, Dia da Consciência Negra, uma nota pública em que cobra investigação da morte de João Alberto Silveira Freitas, ocorrida em uma unidade da rede de mercados Carrefour no dia 19 de novembro de 2020. E conclama todos os consumidores a boicorarem a rede até que sejam apresentadas e implementadas medidas estruturais para eliminar práticas de racismo.

Para o Instituto, o Carrefour deve responder, nas esferas competentes, pelos atos racistas e de violência que ocorreram no estabelecimento e os órgãos de defesa do consumidor também devem aplicar as sanções previstas no Código de Defesa do Consumidor.

Leia abaixo a nota na íntegra:

 

BOICOTE AO GRUPO CARREFOUR

Até que a empresa apresente e implemente medidas estruturais para eliminar práticas de racismo, o Idec apoia o boicote aos estabelecimentos e às marcas do Grupo Carrefour
 

Em 19 de novembro de 2020, véspera do Dia da Consciência Negra, o Grupo Carrefour foi palco da morte violenta de mais uma pessoa negra, em Porto Alegre. João Alberto Silveira Freitas, de 40 anos, foi espancado até a morte em uma das unidades da rede de mercados.

Na manhã de hoje (20), a empresa publicou uma nota lamentando o episódio. A declaração é evidentemente insuficiente para garantir a eliminação das práticas de violência racial reiteradas. É ainda mais grave que este episódio tenha sido motivado pela pretensa proteção do patrimônio da companhia, que está entre os maiores do mundo.

Não bastam só palavras e pedidos de desculpas à família da vítima. O Carrefour deve ser investigado e responder, nas esferas competentes, pelos atos racistas e de violência que ocorreram no estabelecimento. Os órgãos de defesa do consumidor também devem aplicar as sanções previstas no Código de Defesa do Consumidor.

Além disso, a empresa precisa vir a público apresentar medidas estruturais de prevenção para eliminar qualquer prática racista e discriminatória, garantindo que isso jamais volte a ocorrer. É preciso combater o racismo estrutural sem tergiversar, incluindo, entre outras questões, por fim à perseguição de pessoas negras em corredores de estabelecimentos comerciais, infelizmente tão comum em todo o Brasil. 

A empresa já teve oportunidade para agir e não o fez. O consumidor tem o poder de escolha e deve optar por empresas que não tolerem e atuem efetivamente contra qualquer prática racista. Por isso, conclamamos todos os consumidores a boicotar os estabelecimentos (Carrefour Hiper, Carrefour Bairro, Carrefour Market, Carrefour Express, Carrefour Drogaria, Carrefour Posto, Atacadão e Supeco) e as marcas do Grupo Carrefour. E, com isso, induzir a empresa a assumir total responsabilidade pelas necessárias mudanças em suas práticas.

Vidas Negras Importam!
 

INSTITUTO BRASILEIRO DE DEFESA DO CONSUMIDOR
20 de novembro de 2020