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Campanha promove envio de mensagens via redes sociais a deputados para impedir aprovação do chamado “PL espião”, que pode violar liberdade de expressão e privacidade na internet </div>
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24/09/2015
Atualizado:
24/09/2015
Para impedir a aprovação de projetos de lei (PLs) que ameaçam os direitos e podem espionar os internautas, o Idec e outras organizações da Campanha Marco Civil Já estão promovendo uma campanha online de envio de mensagens aos deputados envolvidos com a proposta na Câmara.
Os projetos em questão são o PL 215/2015, de autoria do deputado Hildo Rocha (PMDB-MA), e outros dois que estão sendo analisados conjuntamente, o PL 1.547/2015, do deputado Expedito Ferreira Netto (SD/RO), e o PL 1.589/2015, proposto pela deputada Soraya Santos (PMDB-RJ).
Com o objetivo de aumentar as penas para crimes de honra praticados na internet, as propostas podem violar os direitos dos usuários na rede, principalmente a liberdade de expressão e a privacidade, por meio de alterações no Marco Civil da Internet e no Código Penal.
Elas permitem, por exemplo, que dados e mensagens dos usuários sejam fornecidas a autoridades sem ordem judicial - daí a alcunha PL espião.
Pressione os deputados
Veja abaixo os contatos dos parlamentares diretamente envolvidos nas propostas do PL espião:
Relator na CCJ - deputado Juscelino Filho (PRP-MA): https://twitter.com/DepJuscelino [@DepJuscelino]
Autores dos PLs
Deputado Hildo Rocha (PMDB-MA): https://twitter.com/hildorocha [@hildorocha]
Deputado Expedito Ferreira Netto (SD/RO): https://twitter.com/netto_expedito [@netto_expedito]
Deputada Soraya Santos (PMDB/RJ): https://www.facebook.com/sorayasantos1513
Ao enviar mensagens pelas redes sociais, utilize as hashtags #PLespiao e #ContraPL215
Votação adiada
Os PLs estavam para ser votados esta semana na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados. Mas, graças a pressão da sociedade civil, foram adiados para a próxima quarta-feira, 30/9. Além disso, no dia anterior, vai ocorrer uma audiência pública para discutir as propostas.
“Com esse adiamento e a realização de audiência, ganhamos uma semana para continuar pressionando os parlamentares a não aprovar esses PLs que são uma ameaça à democracia e trazem enormes retrocessos aos direitos dos usuários na internet”, aponta Cristiana Gonzalez, pesquisadora do Idec.
Além da mobilização online, o Instituto vai enviar uma carta aos deputados apresentando argumentos contra a aprovação dessas propostas.
As ameaças do PL espião
Além de permitir o acesso a dados de internautas sem ordem judicial, o PL espião traz uma série de outras ameaças e retrocessos de direitos dos internautas. Os principais são:
1) penas podem ser dobradas para qualquer crime contra a honra (calúnia, injúria, difamação) cometido pela internet ou outro meio de telecomunicação;
2) se desses crimes decorrer a morte da vítima, a pena será necessariamente de reclusão e não caberá fiança, ou seja, a pessoa acusada vai presa e não pode responder em liberdade;
3) para crimes online contra a honra, acaba com a necessidade de queixa, ou seja, o Ministério Público pode ajuizar o processo mesmo contra a vontade individual da vítima;
4) para crimes online contra a honra, sem necessidade de ordem judicial prévia, a “autoridades competentes” terá garantido pelo provedor de conexão o livre acesso a: registros de conexão à internet de qualquer pessoa (quando e onde se conectou); registros de acesso a aplicações de internet de qualquer usuário (quais sites, apps ou programas ele acessou na rede); e dados pessoais de qualquer pessoa;
5) cria o direito de remover da internet qualquer conteúdo que associe o nome ou imagem de uma pessoa a: qualquer crime de que essa pessoa tenha sido absolvida em caráter definitivo (ainda que por falta da provas, por exemplo); qualquer fato (com ou sem julgamento) prejudicial à honra (calúnia, difamação ou injúria).
Para saber mais sobre o assunto e acompanhar a votação desses PLs, siga a página da Campanha Marco Civil Já no Facebook.