Hoje, 21 de julho, o Idec completa 24 anos de existência. Não caberia aqui uma lista de vitórias e conquistas. Elas são inúmeras e, na verdade, são de todos nós. E se o momento é de celebração, é também de olhar adiante e arregaçar as mangas. Por isso, o título adapta uma imagem usada na literatura (ora atribuída a Voltaire, mas usada também por Clarice Lispector).

Chegamos até aqui com a ajuda e colaboração dos nossos associados e associadas, mas também dos que são só simpatizantes, colaboradores eventuais, organizações parceiras, gente comum, autoridades, brasileiros de todos os estados, enfim, todos que são consumidores e querem se sentir mais cidadãos.

O país passa por um momento favorável e isso nos coloca mais responsabilidades. Assistimos à massificação de produtos e serviços, mas não à sua universalização. Temos mais celulares que habitantes, nunca se viajou tanto de avião como agora, o número de cartões de crédito explodiu, estamos entre os maiores fabricantes de automóveis do mundo, temos empresas nacionais de liderança em diversos setores etc. Mas... os contratos são cheios de abusividades, os serviços são inconstantes e irregulares, os preços já são comparáveis aos de países ricos, o atendimento ao consumidor continua precário, a informação é cada vez mais obscura ou substituída pela publicidade. Enfim, não é uma lista de lamentações, mas a constatação de que é importante não dar a batalha por vencida.

A vulnerabilidade do consumidor - e não só das crianças e dos idosos, cada vez mais cobiçados pelo mercado - não diminui pelo simples fato de ele ter mais acesso a bens e serviços. Ela aumenta. Porque na era da informação instantânea, a privacidade pode estar em risco. A individualidade não pode ceder à massificação do consumismo. Se a liberdade não é mais limitada pela força militar ou policial, ela não deve obedecer ao poder econômico. E se a sociedade pode oferecer algo a quem tem dinheiro, deve poder também fazê-lo a quem não tem tanto.

As soluções para esses problemas virão de nossas experiências, como indivíduos, como sociedade. E o Idec orgulha-se por ser parte dessas experiências. Por isso, acreditamos no futuro.

Aos nossos associados e associadas, nossa profunda gratidão pelos caminhos compartilhados. Aos que não estão ainda tão próximos, fica o convite para se juntarem a nós.

A equipe do Idec