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A Consumers International (CI) divulgou neste dia 15 de março, Dia Mundial do Consumidor, relatório que mostra que multinacionais de alimentação e bebidas utilizam sites para estimular o consumo de alimentos não saudáveis para crianças. Como a publicidade infantil desses produtos na mídia tradicional tem sido restringida em diversos países do mundo, empresas como Kellogg`s, KFC, McDonald`s e Nestlé estão usando a internet como alternativa para continuar expondo crianças às campanhas de marketing.
Jogos interativos, clubes de internet e sites ao estilo do MySpace são alguns dos recursos utilizados para atrair as crianças para a exposição à publicidade. Mensagens direcionadas aos pais alegam os jogos online têm caráter "educativo" e que os sites são "seguros".
Os acordos estabelecidos entre organizações internacionais e empresas têm sido aplicados nos meios tradicionais de publicidade na Europa e nos EUA. No entanto, em muitos países, as crianças têm passado mais tempo na internet do que em frente à televisão. Diversas multinacionais, tendo em vista esses dados, estão "burlando" os acordos ao investir nos meios online. Assim, as restrições e regulamentações devem abranger também as novas mídias.
Pesquisa do Idec e do Alana detectaram mesma tendência
Esse uso intenso da internet também foi detectado na pesquisa divulgada pelo Idec e pelo Projeto Criança e Consumo, do Instituto Alana, no último dia 10 de março. Foram analisadas as campanhas publicitárias e a composição nutricional de 18 produtos de 12 empresas multinacionais. Apesar de terem assumido compromissos de restrições à publicidade infantil em outros países, os acordos internacionais não têm sido cumpridos no Brasil. Das 12 empresas pesquisadas, identificou-se a existência de publicidade de alimentos ou bebidas direcionada ao público infantil em 10 delas. Dessas, 11 adotam duplo padrão de conduta, ou seja, se aplicassem no Brasil a autorregulamentação compromissada em outros países, não poderiam veicular tais campanhas, sob pena de descumprimento de suas próprias regras.