O Idec divulgou nesta terça-feira (1º/3) o seu balanço anual de atendimentos referente a 2010. Pelo 11º ano consecutivo, os Planos de Saúde despontam como o setor com mais reclamações dos consumidores atendidos pelo Instituto. Logo em seguida, pela primeira vez no segundo lugar, aparece o setor de Produtos Eletroeletrônicos, que superou a demanda do setor financeiro e de telecomunicações.

O balanço do Idec contabilizou 11.353 atendimentos a seus associados, sendo 5.019 referentes a orientações de consumo e 6.334 orientações sobre ações judicias. Os resultados do balanço são compatíveis com os dados do Sindec (Sistema Nacional de Informações de Defesa do Consumidor), órgão ligado ao DPDC (Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor), que congrega Procons de todo o País.

Os únicos números que não convergem entre o balanço do Idec e os dados do Sindec são os referentes ao setor de Planos de Saúde. A diferença ocorre principalmente pelo fato de os Procons não receberem queixas referentes aos planos de saúde coletivos, que representam 70% do mercado.

Consumidor em busca de qualidade
Os principais atendimentos relacionados ao primeiro colocado do ranking - Planos de Saúde - estão relacionados a orientações e dúvidas sobre reajustes de mensalidade, negativas de cobertura, proposta de adaptação e migração de contratos antigos e manutenção de dependentes no plano de saúde após a morte do titular.

Já a grande novidade desse ano do ranking - Produtos Eletroeletrônicos - apresentou queixas sobre prazos de entrega, garantia e dificuldade de troca de artigos com defeito. Também ocorreram muitas dúvidas sobre a nova Lei de Entrega do Estado de São Paulo, a qual permite ao consumidor paulista escolher em qual turno será entregue o produto comprado.

A posição do setor de eletroeletrônicos no ranking se justifica pela crescente demanda referente a problemas relacionados a produtos como celulares, linha branca, eletrodomésticos e eletrônicos. Além disso, desde o ano passado esse tipo de produto foi separado da categoria "Produtos", onde estava inserido desde 2007.

Nesse ano foi verificado um crescimento na demanda de atendimento de consumidores em relação à energia elétrica, veículos, educação, lazer e entretenimento, que representaram 20% de todos os itens da categoria "Outros". Nessa categoria, que ocupa o 4º lugar na demanda de atendimentos, estão inseridos também transportes, água e saneamento, medicamentos, alimentos, imóveis e prestação de serviço por profissionais liberais.

Para a gerente de relacionamento com o associado do Idec, Karina Alfano, o balanço de atendimento do Instituto é importante à sociedade em geral. "A identificação desses problemas pelo Idec reforça a importância de órgãos fiscalizadores para se fazer cumprir o que rege o Código de Defesa do Consumidor, que esse ano completa 20 anos de vigência", declarou.

Posição consolidada
Há anos, três setores se mantêm no topo dos principais problemas de consumo: Planos de Saúde, Telecomunicações e Serviços Financeiros. "Esses índices que se repetem refletem, sobretudo, a falha da regulação e fiscalização desses setores, papel que cabe à ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), à Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) e ao BC (Banco Central), respectivamente", completa Karina.

Ranking
Confira na tabela a seguir a evolução na demanda de atendimentos do Idec nos últimos quatro anos: