Bloco Associe-se

Associe-se ao Idec

Em evento oficial da Rio+20, Idec reafirma que consumo sustentável é responsabilidade de todos

“Side Event” organizado pelo Idec e Consumers International apresenta plataforma dos consumidores para a Rio+20, destacando que fornecedor, consumidor e governo têm seus papeis para que o consumo se torne efetivamente mais sustentável

separador

Atualizado: 

20/06/2012
Com a presença de representantes da sociedade civil e acadêmicos de países como Quênia, Corea, Peru e Barém, o Idec e a Consumers International realizaram nesta segunda-feira (18/6) um dos “Side Events” na Rio+20, a  Conferência da ONU sobre Consumo Sustentável que acontece até dia 22/6 no Rio de Janeiro.
 
Esses eventos têm ocorrido paralelamente às negociações oficiais da ONU e são organizados pela sociedade civil para abordar temas que podem não estar recebendo a atenção necessária nas negociações entre diplomatas, presidentes e chefes de Estado na cúpula das Nações Unidas.
 
Idec e CI usaram o espaço para apresentar e debater a Plataforma dos Consumidores - as dez propostas elaboradas em conjunto com diversas entidades de defesa do consumidor do mundo todo para que fossem exigidas de seus governantes.
 
“Em uma discussão como a da Rio+20, não é mais suficiente tornar os produtos “verdes”, mas gerar uma mudança nos padrões, tanto de consumo quanto de produção. Não apenas os consumidores precisam mudar, mas as políticas governamentais e as práticas privadas”, declarou o diretor de políticas da Consumers International, Luis Flores. “Nós já estamos consumindo 50% a mais do que o planeta suporta e cada vez que olhamos para esse número, precisamos atualizá-lo, porque ele se torna cada vez mais trágico”, completou.
 
A coordeadora executiva do Idec, Lisa Gunn, destacou que as propostas da Plataforma dos Consumidores visam a mostrar que o consumo sustentável não incorpora puramente a questão ambiental. “Não é apenas o lado do fornecedor que precisa mudar, mas também tem o aspecto do consumidor. A responsabilidade é de todos”, declarou.
 
Regulação
Embora a palavra “regulação” seja uma palavra recebida com cada vez maior aversão por boa parte do setor privado, as organizações defendem que, em algumas áreas, essa é a única maneira de propiciar um consumo sustentável efetivo.
 
Lisa deu o exemplo de um dos segmentos nos quais o Instituto trabalha: publicidade infantil. Tanto a indústria de alimentos quanto a publicitária afirmam que o governo não pode regular a publicidade voltada a esse público porque estaria ameaçando a liberdade de expressão, além da liberdade de escolha do consumidor. “Nós, porém, contra-argumentamos explicando a necessidade, sim, de uma regulação, pois as crianças que são alvo dessas mensagens publicitárias não são capazes de realizar suas escolhas adequadamente, nem medir o real impacto daquele consumo em sua saúde”, declarou Lisa.
 
Flores usou o exemplo da indústria de tabaco para ilustrar como o “insustentável” pode ser definido. “A regulação é sempre alguma coisa vista como ruim, por isso tanta gente defende padrões ‘voluntários’, que nem sempre funcionam. Mas os governos gastam toneladas de dinheiro para o tratamento de doenças causadas pelo cigarro e muitos problemas de saúde que nem têm sido vistos como problemas causados pelo tabaco. A crise de sustentabilidade é essencialmente uma crise de consumo e para compreendê-la basta tentar imaginar em qual mundo nossos filhos vão viver”.