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Comida se come com os olhos ou com a boca? O encantamento com aquilo que primeiro se vê é importante, mas aqui queremos propor o exercício de não ter preconceito com um prato que não é bonito. Para além da beleza, da estética, um preparo culinário carrega outros tantos aspectos sensoriais, emocionais e culturais.
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Será que toda comida precisa ser bonita? Essa é uma pergunta que vale a pena pensar.
Vivemos em uma sociedade que privilegia que pratos de comida correspondam a uma padrão estético: arrumadinhos, coloridos, com direito a filtro e legenda no Instagram.
É claro que é legal caprichar na aparência da comida para impressionar, receber pessoas queridas ou preparar um almoço de domingo especial, afinal, a estética também comunica afeto e cuidado, é um gesto de hospitalidade.
Mas, no dia a dia, será que a beleza é mesmo tudo que importa?
Porque, convenhamos: o que realmente fica é o sabor.
É aquele cheiro bom de feijão refogado que invade a casa, o barulhinho do crocante dos talos no meio da farofa, a maciez do bolo que acabou de sair do forno.
São essas sensações que marcam a refeição – e não o ângulo perfeito da foto.
Deixar o olhar crítico de lado vale também para os alimentos crus. Uma cenoura torta, uma batata minúscula ou um chuchu com espinhos não perdem em nada na panela. É só cozinhar que o “defeito” desaparece.
O que reforça o olhar pelo “belo” é que, geralmente, os supermercados estão lotados de frutas brilhantes, legumes do mesmo tamanho, embalagens desenvolvidas para serem muito atraentes.
O que sai do padrão vai para o lixo – e não deveria, pois continuam ótimos para o consumo!
Ainda bem que já existem feiras e projetos que vendem esses alimentos com desconto. Quem compra economiza e ainda ajuda a combater o desperdício.
No fundo, aceitar a comida “feia” é aceitar que a natureza é assim: diversa, irregular, cheia de curvas e cores inesperadas.
É também um jeito de se conectar mais com a origem dos alimentos e dar valor ao que realmente conta: o sabor, a história e o afeto envolvidos.
Mas a beleza é um conceito amplo e pode se manifestar de muitas formas e estar em outros lugares: na mesa cheia, no tempero que a gente reconhece de longe, no prazer de comer sem pressa.
Uma refeição simples, mesmo sem cara de revista, pode ser inesquecível.
Então, da próxima vez que você topar com uma banana amassada ou abacate opaco, leve para casa sem medo. Dê uma chance, transforme em receita, compartilhe.
E se você precisa de orientações mais assertivas para alinhar saúde à comida do dia a dia, confira os “10 Passos para uma Alimentação Saudável”. Suas refeições com certeza não serão instagramáveis. Mas sim, repletas de sabor, privilegiando o meio ambiente e a sua saúde.
O que precisa é ser comida de verdade, com gosto e memória para ficar.
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OUÇA
🍋🟩 Ampliar o acesso a alimentos saudáveis
O podcast conta como o local onde moramos pode afetar diretamente nossa rotina alimentar e quais iniciativas podem combater os desertos e pântanos alimentares. Jornal da USP
LEIA
📝 Qual o saldo da reforma tributária?
A reforma foi o fio condutor da discussão que estende a reflexão para o fato de que no Brasil os subsídios estão indo para vários setores que não deveriam receber, que estão poluindo, destruindo o meio ambiente, acabando com a saúde das pessoas. Nexo Jornal
ALERTA
😡 Qual o papel do governo local?
Enquanto nós do Idec e outras entidades, tentamos frear o lobby da indústria no Congresso, incidindo em políticas públicas para a aprovação de uma alimentação escolar sem ultraprocessados em todos os municípios brasileiros, a Prefeitura Municipal de Sorocaba (SP) fez uma parceria com a Coca-Cola, a fim de distribuir gratuitamente refrigerantes em terminais do transporte público municipal durante um mês. Aliança pela Alimentação Adequada e Saudável
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Renata Amorim
Criadora do Selva, Diretora de Sustentabilidade para a SAP LATAM e Professora de Tecnologia para Sustentabilidade na ESPM @selva.esg
A comunicação é chave para transformar como enxergamos e praticamos consumo. Pode educar ou desinformar, fortalecer ou invisibilizar culturas e saberes. Quando mostra o impacto dos ultraprocessados, da agricultura que desmata e do desperdício de comida, pressiona governos e empresas a rever práticas nocivas.
Ao explicar a conexão entre o que está no prato, a saúde das pessoas, a crise climática e a biodiversidade, fortalece escolhas mais justas. Precisa ser acessível, dar voz às comunidades, valorizar nossa cultura alimentar e ligar ciência à vida real.
Comunicação comprometida é denúncia e transformação: fortalece quem protege, questiona quem destrói e abre caminhos para um futuro saudável e sustentável. No fim das contas, cada refeição é também uma decisão sobre o futuro do clima, da saúde e da justiça social.
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Raiz de cor forte
A beterraba (Beta vulgaris) tem origem na região do Mediterrâneo e já era cultivada há mais de 4 mil anos pelos povos antigos. Curiosamente, no início, suas folhas eram mais valorizadas que a raiz, usada apenas de forma secundária. Gregos e romanos foram grandes difusores do cultivo, e na Idade Média a planta ganhou força como alimento de fácil produção e aproveitamento integral.
Ela foi a base para a produção de açúcar na Europa, especialmente a partir do século 19, quando a escassez de cana-de-açúcar levou à busca de alternativas. Sua cor intensa faz dela um corante natural usado em tecidos e até em rituais. Com um leve sabor adocicado, a beterraba vai muito bem em receitas como sopas, pães, suco, conservas e até em doces.
Aliando período antigo e contemporâneo
A catalonha (Cichorium intybus L.) é uma verdura da mesma família da chicória, muito utilizada na culinária mediterrânea há séculos. Sua origem remonta ao Velho Mundo, sendo cultivada inicialmente na Europa e na Ásia, onde era apreciada tanto pelo sabor marcante quanto pela versatilidade. Em algumas regiões da Itália, a catalonha se tornou símbolo de pratos tradicionais, presente em festas e receitas familiares.
Curiosamente, a catalonha também foi mencionada em escritos da Antiguidade, sendo citada por gregos e romanos, que a usavam em preparos variados. Ao longo do tempo, seu cultivo se espalhou pelo mundo, chegando também ao Brasil, onde encontrou espaço em hortas familiares e na produção regional. Seu sabor levemente amargo tornou-se característico em refogados, saladas e pratos que equilibram essa intensidade com outros ingredientes. Em feiras livres, é comum encontrá-la vendida em maços, muitas vezes sem que o público saiba de sua longa trajetória histórica.
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Cartola com banana nanica
Banana frita, queijo coalho ou manteiga, açúcar e canela, não tem como ficar ruim. No geral é possível fazer esse preparo nordestino com a maioria das variedades de banana, mas, sem dúvidas, a que melhor combina com a receita é a nanica.
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Suflê de casca de beterraba
Se a casca sobrou de algum preparo, essa receita é a destinação perfeita para ela. Podemos dizer que o suflê fica entre uma torta individual e um creme, a consistência aerada é pelo uso de claras em neve. A cor do suflê fica linda com a coloração da beterraba.
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Salada de folhas amargas e frutas
A proposta é usar o que tem na época. As frutas da safra junto com a catalonha para contrastar o doce com o amargo. Essa salada fica muito boa, use a criatividade.
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