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O assunto de hoje é muitas vezes descartado e “soterrado”, mas precisamos trazer à tona. O índice de Desperdício de Alimentos 2024 do programa da Organização das Nações Unidas (ONU) para Meio Ambiente divulgou que domicílios de todos os continentes desperdiçaram mais de 1 bilhão de refeições por dia em 2022, enquanto 783 milhões de pessoas foram afetadas pela fome e um terço da humanidade enfrentou insegurança alimentar. Segue por aqui, a reflexão é importante.
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Não tem como fugir dessa realidade: está rolando muito desperdício de alimentos no Brasil e no mundo.
Além dos dados apontados acima pela ONU, segundo dados da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), em 2023, o desperdício de frutas e hortaliças no varejo nacional somou cerca de R$ 4,1 bilhões.
Já o desperdício global pode ter atingido 1 bilhão de refeições por dia em 2022, segundo o relatório mais recente do Índice Global de Desperdício Alimentar, divulgado pelo Pnuma. As famílias foram responsáveis por 60% desse total, gerando em média 79 kg de resíduos per capita por ano.
Em áreas rurais geralmente o desperdício tende a ser menor, pois há um direcionamento de restos de alimentos para animais de estimação, animais de criação e compostagem doméstica.
Porém, todo esse volume descartado, em qualquer contexto, representa um impacto direto no meio ambiente, e, consequentemente, na mudança climática.
Ainda no mesmo relatório da ONU, foi estimado que a perda e o desperdício de alimentos geraram de 8% a 10% das emissões globais de gases de efeito estufa (GEE) em 2022. Enquanto cerca de 733 milhões de pessoas ainda enfrentam a fome.
Os dados são alarmantes, sim, mas temos condições, enquanto sociedade, de reduzirmos os impactos climáticos, as perdas econômicas e acelerarmos o progresso das metas globais para atingirmos os 17 objetivos da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável da ONU.
Sendo a meta 12.3 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, a busca por reduzir pela metade o desperdício alimentar até 2030.
O que podemos fazer para os alimentos chegarem até as pessoas e não serem desperdiçados?
A ONU aponta alguns caminhos para destinarmos adequadamente os resíduos sólidos.
Ah, antes de apresentar essa lista, é importante frisar que não se trata de uma responsabilidade única e exclusiva de cada pessoa, mas mudar todo o sistema envolve toda a sociedade, incluindo as grandes indústrias.
Incorporar novos hábitos em pequenas escalas e se juntar a nós do Idec nessa causa para um planeta mais saudável e sustentável para todas as pessoas, isso sim, pode fazer a diferença.
- Temos que aproveitar mais os alimentos que produzimos. Muitas frutas, legumes e verduras que não foram comercializados ainda estão em condições de serem aproveitados por meio de banco de alimentos, cozinhas comunitárias, entre outros aparelhos públicos que têm condições de produzir comidas adequadas, saborosas e saudáveis para alimentar a população e dar acesso a alimentos de qualidade.
- Comprou cenoura com rama, picou a couve e sobrou o talo? Faça um aproveitamento integral dos alimentos com essas dicas que listamos aqui.
- Já ouviu falar que casca e restos de alimentos não comestíveis geram um excelente biofertilizante? A compostagem adequada dos resíduos orgânicos que geramos em nossa vida diária - alimentos não comestíveis ou não utilizados - pode reduzir o uso de agrotóxicos nas plantações, ajudar a recuperar a fertilidade do solo e melhorar a retenção de água e a entrega de nutrientes às plantas.
- O Brasil é o maior produtor de plástico da América Latina, com cerca de 500 bilhões de itens de plástico de uso único (pratos, copos, embalagens e talheres) produzidos anualmente. Precisamos eliminar os plásticos de uso único e desnecessários e cobrar que a indústria redesenhe as embalagens para que não sejam necessárias ou usem menos plásticos. Na hora de comprar seus alimentos, lembre-se da máxima “descasque mais e desembale menos” para contribuir com esse ponto.
- A economia circular como possibilidade. Por meio da capacitação de pessoas formalizar trabalhadores para o trabalho na coleta seletiva. Criar e ampliar centros que recebam e façam a separação dos resíduos sólidos.
O Núcleo São Paulo da Aliança pela Alimentação Adequada e Saudável, do qual nós do Idec fazemos parte, produziu um conteúdo repercutindo esses índices na cidade de São Paulo, apontando as causas e as soluções. Confira o material aqui, compartilhe com outras pessoas e vamos impactar positivamente o mundo.
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CONFIRA
☣️ A isenção que prejudica a todos
Participamos de uma audiência pública sobre a isenção fiscal de agrotóxicos com base no julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 5553, que questiona a constitucionalidade do benefício fiscal para o mercado de agrotóxicos. Idec
ALERTA
💸 O custo dos ultraprocessados
A reportagem apresenta em números o que representa consumir com frequência ultraprocessados. Os custos estão relacionados ao tratamento no SUS dos casos de hipertensão, obesidade e diabetes tipo 2 associados ao consumo de ultraprocessados. Uol
REFLEXÃO
⏳ Tempo é dinheiro?
O paradigma sobre influências externas (jornada de trabalho, preço dos alimentos) somado ao cansaço sobre como gerenciar o tempo e ter refeições de qualidade. Instagram
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Victor Argentino
Coordenador de Resíduos Sólidos do @institutopolis
A reciclagem é parte da solução para os resíduos, mas não é única nem a prioritária. Precisamos reduzir a geração, reduzindo as perdas e desperdício de alimentos.
Assim, somente o que for inevitável, como cascas e alimentos não adequados para o consumo, vão para a compostagem virar adubo. De qualquer forma, o inevitável também pode se transformar em algo muito rico, um adubo orgânico que volta para o solo para produzir mais alimento.
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Maiores consumidores de maracujá
Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), somos o país que mais produz e consome a fruta. Até o momento, existem mais de 500 espécies de maracujás que têm origem na América Tropical, como Brasil, Colômbia, Peru, Equador, Bolívia e Paraguai, embora existam espécies nativas nas Américas do Norte e Central, Ásia e Oceania.
Deste total, estima-se que mais de 150 espécies de maracujás são nativas do Brasil, considerado um dos locais com maior concentração da diversidade da fruta. Cada ano, novas espécies têm sido identificadas e descritas no país. O nome maracujá é de origem tupi-guarani e significa “alimento que se toma de sorvo” ou “alimento em forma de cuia”.
Você já consome parte dessa PANC…
… só talvez não saiba ainda que os brotos e as flores da abóbora chamam cambuquira. Na verdade, recebe esse nome os brotos do chuchu, da abóbora, do pepino, da bucha, do caxi, da abóbora d'água e de outra dúzia de plantas que possuem como características brotos macios, tenros e comestíveis. A cambuquira está presente em muitas receitas de refogados de folhas, tortas, sopas, omeletes ou acompanhando um bom prato de polenta, carnes ou feijão.
Quer consumir mais cambuquira na rotina? Peça para os agricultores separarem essa parte e levarem numa próxima edição da feira.
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Purê de maracujá
Essa receita não é apenas um creme da fruta batida, é a mistura com a mandioca para realmente chegar numa consistência de purê. E fica incrível! Pode enrolar para fazer docinho, pode ser a base para um recheio de bolo e tantas outras possibilidades para você desenvolver.
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Salada de cebola e tomate grelhados
A união de dois alimentos da época junto com o sabor inconfundível de cada um. Essa é uma proposta de preparo para diferenciar o tomate e cebola triviais da rotina.
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Cambuquira de chuchu com milho
A receita é um refogado muito bonito que leva além da panc, milho e outros legumes, como o tomate, por exemplo. É um prato que representa um aproveitamento integral dos alimentos e uma diversidade para as refeições de sempre.
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Somos uma organização de consumidores independente e sem fins lucrativos que atua em defesa dos nossos direitos em diversas áreas relacionadas ao consumo. Seja pressionando autoridades, denunciando empresas ou trazendo informação útil às pessoas, lutamos também pelo nosso direito a uma alimentação adequada, saudável e sustentável.
Por isso, se você puder, associe-se ao Idec para contribuir com nosso trabalho e ainda conte com vantagens e conteúdos exclusivos para exigir seus direitos. Com R$ 15 já é possível fazer grande diferença!
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