Garantir o direito aos alimentos é essencial para a sobrevivência e o bem-estar das pessoas, além de ser um ponto central para o desenvolvimento social, econômico e ambiental.
Atualmente, o mundo enfrenta desafios crescentes, como mudanças climáticas, insegurança alimentar e as desigualdades sociais, que intensificam a necessidade de políticas e ações globais para garantir o direito aos alimentos.
A promoção de uma alimentação saudável e acessível não é apenas uma questão de justiça social, mas uma necessidade urgente para construir um futuro melhor.
Ela é fundamental para o desenvolvimento humano em todas as suas fases, especialmente na infância, onde uma nutrição adequada impacta diretamente o crescimento e o desenvolvimento cognitivo.
No entanto, milhões de pessoas em todo o mundo ainda sofrem com a fome ou segurança alimentar por conta da ausência de refeições adequadas.
Seja porque não possuem recursos para acessar alimentos saudáveis ou porque são forçadas a depender de produtos ultraprocessados por conta do lobby das indústrias que fazem biscoito e macarrão instantâneo terem um valor muito baixo, porém que são prejudiciais à saúde.
Isso reflete a desigualdade no acesso a alimentos de qualidade, uma realidade que precisa ser enfrentada com urgência.
Garantir que todos tenham o direito a alimentos saudáveis também significa proteger a saúde das populações e reduzir a incidência de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), como diabetes e hipertensão, relacionadas ao consumo frequente de ultraprocessados.
Além de contribuir para a promoção da saúde, o direito à alimentação saudável tem implicações importantes para a preservação do meio ambiente.
Afinal, o sistema alimentar global, da forma como é estruturado hoje, tem uma contribuição significativa para a degradação ambiental, o desmatamento e as emissões de gases de efeito estufa (GEE).
A adoção de práticas agroecológicas e de sistemas alimentares sustentáveis podem reverter esse cenário, contribuindo para a segurança alimentar e a preservação dos recursos naturais para as gerações futuras.
Assim, respeitar o direito aos alimentos também significa promover sistemas de produção e consumo que estejam alinhados com a preservação ambiental.
Para alcançar esse direito, é fundamental que haja políticas públicas eficazes, que promovam o acesso à terra, a diversidade agrícola e a produção de alimentos de forma sustentável.
E claro, no dia a dia, é possível construir futuros melhores sobre a alimentação saudável de maneira participativa.
Fazendo por você e pelos outros
Quando as pessoas se organizam para produzir, consumir e construir de forma consciente e sustentável, elas não só fortalecem sua segurança alimentar, mas também criam uma rede de apoio mútuo, que favorece a construção de um futuro mais justo e saudável para todos.
Se esse assunto te interessou a se mover e integrar iniciativas que possam efetivamente ajudar a construir futuros melhores, confira abaixo alguns projetos para participar:
- Aliança pela Alimentação Adequada e Sustentável: é uma rede composta por organizações, profissionais e pessoas físicas que defendem o interesse público de desenvolver e fortalecer ações coletivas que contribuam para a realização do Direito Humano à Alimentação Adequada (DHAA).
- Sustentarea: é um projeto de extensão da Universidade de São Paulo (USP), mas qualquer pessoa pode integrar um grupo de trabalho. As vagas geralmente são abertas no início de cada ano letivo.
- Frente Alimenta: projeto de combate à fome em SP, ligando o pequeno agricultor a cozinhas comunitárias.
- Acesa: projeto que visa transformar vidas por meio da agroecologia, educação, direito junto aos agricultores do Médio Mearim/MA.
- Cozinha Boca da Mata: é uma iniciativa de cozinha afetiva, social e não convencional que luta pela segurança alimentar através do alimento bom, limpo e justo que fortaleça as culturas locais.
- Instituto Acariquara: promove a inclusão social e a conservação da biodiversidade, através de ações e projetos sustentáveis na Amazônia.
- LabNutrir: também é um projeto ligado à uma universidade mas é de livre adesão. Debatem comida saudável, sustentável e justa.
- Observatório das Economias da Sociobiodiversidade: monitora políticas públicas e projetos de lei para povos e comunidades tradicionais do Brasil.
- Defensores do Bioma Caatinga: grupo de pessoas comprometidas com a conservação e recuperação da Caatinga.
- Periferia Feminista: tem o objetivo de interconectar as lutas ambientais e feministas e de mostrar a importância dessa conexão para as pessoas, pela via da comunicação e da educação.
- FAUPOA: fórum para troca de experiências e apoio mútuo em hortas urbanas coletivas, agricultura urbana e periurbana.
- Slow Food Brasil: o movimento atua e possui equipes na maioria das capitais brasileiras e se propõe a debater a origem dos alimentos, o impacto dele até a nossa mesa, a importância de celebrar e compartilhar a comida e promover ações para gerar conhecimento e trocas entre as pessoas.
- Comer Mandioca: um projeto para promover o reencontro do povo brasileiro com a sua raiz mais original, a mandioca, macaxeira ou aipim.
- Comida em Movimento: Informar, inspirar e conectar pessoas que se interessem por uma alimentação consciente, saudável e sustentável utilizando o cinema e a própria gastronomia como condutores dessa revolução alimentar.
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