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Os jogos olímpicos de Paris se encerraram, mas vão deixar saudades. Além das conquistas dos nossos atletas, a torcida brasileira foi um show à parte nas arquibancadas. Você chegou a ver algum desses cartazes abaixo durante as transmissões dos jogos? Pois vamos pegar carona nessa brincadeira para fazer uma defesa incontestável: os pratos típicos brasileiros são medalha de ouro no circuito mundial!
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Nas partidas de vôlei, futebol, e outras tantas modalidades, ali estava uma pessoa brasileira segurando um cartaz.
“Feijoada is better than sushi”, que quer dizer: “Feijoada é melhor que sushi”, foi um recurso criativo que apelou para os principais pratos típicos dos países para aguçar a rivalidade da competição.
Levantar o cartaz afirmando que os nossos preparos culinários tradicionais são melhores é sinal de orgulho e reconhecimento das nossas raízes identitárias.
De acordo com a pesquisadora Maria do Carmo de Freitas, a gastronomia típica e tudo a ela relacionado, é percebida como um marcador étnico, aquele que identifica uma localidade e é resultante da aliança cultural de formação, colonização ou da própria evolução.
São cozinhas que perpetuam a influência da cultura gastronômica na vida social e nos costumes. E estão associadas a povos em particular, constituindo aspectos da identidade e sendo a chave simbólica dos costumes.
Contextualizando melhor essa fala, nos entendemos brasileiros porque fazemos pão de queijo para receber alguém, e brigadeiro para um aniversário. A feijoada marca almoços beneficentes mas também celebrações em família.
E hoje, compreendemos e valorizamos nossos pratos tradicionais como os melhores, assim como os nossos atletas. Temos orgulho em reivindicar nossas origens e mostrá-las para o mundo.
Vamos combinar que por aqui tem muita comida gostosa. E elas não são boas apenas no sabor, existem vários estudos e o nosso querido documento público, o Guia Alimentar para a População Brasileira, que mostram os efeitos benéficos da cozinha tradicional brasileira, do prato composto com arroz, feijão e hortaliças.
No Brasil, temos uma imensa variedade de ingredientes à nossa disposição. Ao contrário de países como a França, onde a culinária é conhecida por ter a manteiga e o creme de leite como a base para a maioria dos pratos, a nossa gastronomia oferece uma diversidade de alimentos.
E chegamos aqui querendo deixar o seguinte recado: existem pratos da gastronomia internacional que são adequados, fazem parte da história local de cada região e país, mas isso não diminui o valor e o sabor da nossa própria culinária (e nem de outras, claro)!
A história e as tradições que moldam nossa cozinha são fundamentais para fortalecer nossa cultura e o sentimento de pertencimento.
Explore os sabores regionais
O bolo de fubá de Minas Gerais, o empadão de Goiás, a farofa de pinhão do Sul e o tacacá do Norte são apenas alguns exemplos da riqueza gastronômica regional que o Brasil oferece.
Com uma variedade de ingredientes e pratos, as diferentes condições climáticas e de solo em cada região permitem uma diversidade que encanta, inclusive, turistas.
E para aprofundar melhor nas cozinhas regionais brasileiras, como foram compostas e mais opções de pratos por cada região, faça o download do ebook das culturas alimentares brasileiras.
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CONFIRA
🤝 Espaço ressignificado
A reportagem retrata a trajetória de uma unidade do McDonald 's na França que passou por liquidação judicial e de unidade de fast food passou a ser um restaurante social, com cozinha coletiva e banco de alimentos. Mídia Ninja
LEIA
👎 A interferência na prática
Denunciamos o desserviço do site do Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL), ligado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do governo de São Paulo, que publica conteúdos para supostamente "desmistificar" os impactos à saúde humana provocados por ultraprocessados. Os estudos citados na página também atacam os argumentos de cientistas que advogam pela redução do consumo desses produtos. Uol
CAMPANHA
🏅 O gostinho de quero mais…
… não tem nada a ver com as bebidas adoçadas que a indústria de ultraprocessados tenta empurrar na sociedade. As Olimpíadas de Paris acabaram no último domingo, dia 11, mas o que fica é o legado da superação e histórias de vida incríveis de atletas. E bebidas adoçadas não combinam com a prática esportiva, que tal batalharmos para essas campanhas sumirem das próximas edições? Agência Brasil
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Joana Pellerano
Comunicóloga e antropóloga, professora e pesquisadora da área de alimentação, além de co-autora do site de divulgação científica @comidanacabeca
A comida tem a ver com a identidade, ela comunica quem somos e quem não somos para nós mesmos, para membros do nosso grupo social e para outros grupos. A comida também materializa essa identidade de alguma maneira.
O modelo produtivo alimentar atual é baseado na eficiência e na produtividade, que é conseguir produzir e lucrar mais com o emprego de menos recursos financeiros.
Como consumidores, podemos então avaliar nossas escolhas com base naquilo que queremos incentivar, levando em conta as particularidades de classe social, gênero e raça, por exemplo. Quando a gente não tem acesso ao que considera comida, ou não reconhece o que comemos como tal, há um impacto na percepção de quem somos.
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Prima do caju
De formato ovalado e cor que varia entre o amarelo e o vermelho, a seriguela (Spondias purpurea) é prima do caju. Basta prová-la e sentir o gosto doce e adstringente para confirmar o parentesco. E tudo se aproveita da seriguela. Seus frutos podem ser consumidos in natura, como em sorvetes, geleias, sucos, saladas de frutas, licores, e também no preparo de pratos salgados.
Com o caroço, é possível fazer farinha e usar em vários pratos, como por exemplo, na confecção de biscoitos. Já as folhas da árvore são um tipo de planta alimentícia não convencional (PANC), além de comprovado potencial fitoterápico.
Nome de prato e de planta
Tem uma parcela de brasileiros que, quando ouve “caruru”, pensa logo no prato composto por quiabo, camarão seco e azeite de dendê. Esse prato tem origem africana. Em Angola, por exemplo, na região kimbundo, a hortaliça é chamada de jimbowa. Por lá o kalulu é feito com peixe seco, berinjela e quiabo. Por aqui, o prato tem variações de acordo com cada região, mas é fortemente lembrado como “caruru paraense”.
Já a PANC caruru, é da espécie Amaranthus spp, lembra o espinafre e pode ser conhecida também pelos nomes: doce-limão e bredo rasteiro. Pode ser cultivada em casa. Ela se adapta bem a diversos tipos de solos, de preferência em áreas com boa incidência de luz solar.
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Cocada de forno com laranja
Isso aqui é sobremesa para ninguém botar defeito! Fica cremosa e com um perfume incrível da casca da laranja. O preparo é super rápido e pode envolver toda a família na função.
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Feijoada verde
Se você tem vontade de diversificar o preparo do quiabo, nessa versão no meio do caldo do feijão, você vai se encantar! É que os sabores da couve, alho, feijão e quiabo se misturam e o caldo fica cremoso. Nossa! Só experimentando para ter a dimensão do quanto fica bom!
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Quiche de caruru
Vale começar dizendo que o sabor do caruru lembra o do espinafre, e por isso, as receitas que você usaria uma, pode usar a outra. E por que privilegiar o caruru? Porque é um mato espontâneo, uma PANC, pode ser cultivada em vasos, hortas coletivas, nos jardins de casa, do prédio e são bem saborosas.
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