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Existe algum prato pelo qual você saliva, tem muito carinho e que é o primeiro que vem à sua mente quando surge a vontade de comer algo especial? Essa, certamente, é uma receita que ativa a memória do seu paladar, fazendo com que revisite momentos da sua vida por meio dos sabores da comida.
Por isso, hoje vamos falar sobre a conexão emocional que a comida pode proporcionar, além de sentimentos de segurança e bem-estar e de fortalecer laços familiares e culturais.
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As autoras brasileiras Denise Amon e Renata Menasche trazem uma definição muito construtiva para abrirmos esse conteúdo. “A comida é uma voz que expressa significados. Como a fala, ela pode contar histórias”.
Se estivéssemos em uma roda de conversa, cada pessoa apontaria um prato com o qual tem alguma memória afetiva. O preparo da galinhada da mãe, a moqueca que só o pai sabe fazer, o bolo e o biscoito frito que a vó fazia.
A comida tem esse poder de transportar para um lugar, para um momento da história e de despertar sensações.
Se reunir em volta da mesa com pessoas queridas ou preparar uma receita tradicional representa o resgate de receitas caseiras e regionais e trazem de volta a diversidade e a riqueza dos sabores autênticos.
E se falamos de comida afetiva, lembre-se daquele sábio conselho: "não coma nada que a sua avó não reconheceria como alimento".
Em tempos onde a interferência da indústria de ultraprocessados não era tão pesada como hoje em dia, a memória dos pratos de comida estava associada a preparos com alimentos in natura.
A indústria tenta a todo momento se apropriar do “caseiro” e “saudável” e alterar receitas clássicas. Mas é a sabedoria, o carinho e a forma de preparo da pessoa que cozinha que gera essa conexão.
Além disso, substituir receitas que tenham como base alimentos in natura ou minimamente processados por produtos alimentícios ultraprocessados está associado ao desenvolvimento de obesidade e doenças crônicas não transmissíveis (DCNT).
E se você tem dúvidas sobre esses grupos, confira como a classificação NOVA categoriza o nível de processamento dos alimentos.
Percebe que é cozinhando e compartilhando refeições que podemos conservar a transmissão de conhecimentos e tradições, garantindo que essas histórias e práticas não se percam ao longo das gerações?
É uma maneira de honrar e preservar a identidade cultural e familiar, passando adiante um legado que vai além dos ingredientes e das técnicas culinárias.
Esses momentos de preparo e reunião conjunta fortalecem a união e a comunicação entre os membros da família, criando novas memórias que serão valorizadas.
E você, segue preparando comidas que serão a memória de alguém?
Que tal então a gente repassar e deixar listados os principais motivos para manter essa relação com o preparo de receitas?
- Conexão com as origens: preparar receitas tradicionais é uma forma de se conectar com as raízes culturais e familiares. É uma maneira de manter viva a história da família e das comunidades, lembrando de onde viemos e celebrando a herança transmitida pelos antepassados.
- Transmissão de conhecimento: cozinhar pratos tradicionais permite que habilidades culinárias e conhecimentos específicos sejam passados para as próximas gerações. Essa prática garante que as técnicas e os segredos de preparo, que muitas vezes não estão escritos, continuem vivos e sejam apreciados no futuro.
- Fortalecimento dos laços familiares: Cozinhar e comer em companhia reforça os laços afetivos, cria memórias compartilhadas e equilibra a divisão de tarefas e o planejamento de refeições saudáveis.
- Preservação da diversidade cultural: Se não fossem as pessoas cozinheiras, como consumiríamos hoje o feijão tropeiro, o cuscuz paulista, o baião de dois ou o tacacá? Manter viva a culinária tradicional contribui para a preservação da diversidade cultural. Cada prato tradicional carrega elementos únicos de uma cultura ou região, e a prática contínua dessas receitas ajuda a manter essa diversidade viva e vibrante.
- Reconforto e identidade: a comida tradicional tem o poder de trazer conforto emocional e fortalecer a identidade pessoal e comunitária. Em tempos de mudança ou incerteza, o retorno às receitas familiares pode proporcionar uma sensação de estabilidade e continuidade, reafirmando quem somos e de onde viemos.
Para finalizar, deixamos a reflexão para que os cheiros, as texturas e os sentimentos transbordem e preservem as tradições e os afetos.
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DOWNLOAD
🌎 Pela saúde do planeta
Cientistas do Sustentarea, Núcleo de Pesquisa e de Extensão da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP, e do Grupo de Estudos Saúde Planetária do Instituto de Estudos Avançados (IEA) acabam de disponibilizar gratuitamente o ebook: "Educação alimentar e nutricional para a saúde planetária", com o objetivo de sensibilizar educadores em todos os níveis educacionais sobre os diversos temas relacionados à alimentação e à saúde planetária. Jornal da USP
ATENÇÃO
🤔 Como evitar que aconteça?
Uma nova pesquisa apresentada no Congresso Internacional de Obesidade (International Congress of Obesity - ICO 2024) deste ano, em São Paulo, mostra que, mantidas as tendências atuais, as taxas de obesidade aumentarão em meninos e meninas de todas as idades nos próximos 20 anos. Os resultados do estudo apoiam a necessidade urgente de políticas públicas para prevenir e tratar o sobrepeso e a obesidade no Sistema Único de Saúde (SUS), além da importância de intensificar programas de educação alimentar e nutricional. Fiocruz
OPINIÃO
👍 É motivo de comemoração!
O médico Daniel Becker assina esse artigo onde avalia os pontos da aprovação da reforma tributária e a importância de organizações da sociedade civil nas campanhas para manter o imposto seletivo sobre produtos nocivos à saúde, como os refrigerantes. O Globo
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Bruna Crioula
Nutricionista, mestra em ciências sociais. Fundadora da Crioula Curadoria Alimentar e Liderança em sistemas alimentares no WWF-Brasil – @brunacrioula
O período temporal da colonização moldou a mentalidade social moderna e lógica com que a vida acontece, isso inclui os sistemas alimentares e os modos de comer e nutrir.
A colonialidade da alimentação está desde a imposição de um padrão alimentar globalizado, industrializado e explicado a partir das narrativas arquitetadas pela branquitude.
Racializar o debate no campo da alimentação e nutrição é essencial se quisermos combater os impactos do nutricídio que atravessa a vida de pessoas negras dentro e fora do continente africano, assim como dos demais povos ancestrais e originários que vivem os impactos do racismo alimentar em suas vidas.
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Homenagem a um pássaro
Os registros históricos atribuem a origem do kiwi a região do Sudeste da China, mas foi na Nova Zelândia que a fruta alcançou popularidade. E seu nome é uma homenagem ao pássaro símbolo nacional do país.
No Brasil, o kiwi foi introduzido em 1971 pelo Instituto Agronômico de Campinas (IAC). Como ele é uma planta típica de clima temperado ou subtropical, os principais cultivos do kiwi estão na região Sul, chegando até uma parte de Minas Gerais. Ele gosta de ser cultivado sob sol pleno ou meia-sombra. Cerca de 85% da fruta é água e o consumo ajuda na hidratação.
Uma cor marcante
Aonde tem um rabanete exposto é difícil que ele não se destaque em meio às outras verduras. A cor varia entre vermelho, rosa ou fúcsia e tem uma textura bem crocante quando mastigado e um sabor levemente picante.
Durante a Idade Média, o rabanete era considerado um dos alimentos mais importantes nas refeições. Ele está presente em diversos pratos da culinária oriental, e por aqui costumamos comê-lo cru, porém, ele vai muito bem assado regado com mel, em um vinagrete, gratinado ou até no salpicão.
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Assado de maçã
É uma torta? É um pão caseiro? Você é quem decide. A massa leva fermento, mas pode ser moldada de acordo com a sua preferência. O cheiro de maçã com canela invade e perfuma a casa de uma tal maneira que só fazendo para sentir como é bom.
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Bolinho de milho com abobrinha
Essa receita é uma proposta salgada para usar o milho e pode ser feita em tabuleiro ou em formas individuais. Além disso, pode ser congelada depois de pronta. Faça a mais, deixe esfriar e congele algumas porções para refeições futuras.
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Salada picante de acelga
O ‘croc-croc’ que essa salada proporciona é muito bom! E mais uma vez, adapte, use a criatividade, a receita é só um norteador. Portanto: pode ser pimenta de cheiro só pra dar sabor, sem picância. Pode incluir pedaços de maçã, se gostar de preparos agridoces.
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