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Jacatupé, junçá, lobeira, beldroega e figo. Cada um desses é um representante local das cinco regiões do Brasil. Você conhece ou já consumiu algum deles? A proposta de hoje é tornarmos esses e outros alimentos mais populares, pois ao resgatarmos nossa cultura alimentar, geramos impactos positivos na saúde e no meio ambiente. Vem ler para saber mais benefícios!
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Quantas espécies de frutas, legumes e verduras será que existem no Brasil?
Esse é um número muito difícil de precisar e que bom! São inúmeros exemplares de frutas, legumes e verduras espalhados por aí e eles vão além daqueles mesmos que estão expostos nos mercados.
Resgatarmos alimentos in natura que estão esquecidos da alimentação brasileira está diretamente ligado à preservação da nossa sociobiodiversidade e ao fortalecimento da cultura alimentar local.
O movimento de pesquisar nomes, olhar árvores frutíferas pelas ruas, procurar por “matos” de comer que são as queridas Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANCs), garante uma valorização dos saberes tradicionais e incentiva a diversidade de sabores, cores e nutrientes que esses alimentos podem oferecer.
E se deu curiosidade sobre as espécies citadas no começo, saiba que o jacatupé, também conhecido como feijão-batata, é um alimento tradicional da Região Norte que carrega consigo a história e a cultura dos povos amazônicos.
Já o junçá é originário da Região Nordeste, é uma raiz tuberosa que faz parte das práticas agrícolas tradicionais e dos hábitos alimentares do semiárido.
A lobeira, típica do Cerrado brasileiro, não só serve como alimento, mas também tem um papel importante na medicina popular local.
A beldroega, encontrada na Região Sudeste, é uma planta comestível que cresce espontaneamente e faz parte de receitas caseiras passadas de geração em geração.
O figo, da Região Sul, além de ser um ingrediente comum em diversas receitas, também está associado às tradições culinárias dos imigrantes europeus que se estabeleceram na região.
Essa diversificação traz novos sabores, texturas e cores para o prato e também pode ajudar a prevenir diabetes, doenças do coração, entre outras doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) que estão associadas ao consumo de produtos ultraprocessados.
Acrescentar esses alimentos na rotina vai além de uma questão de saúde pública, é um ato de valorização cultural e ambiental.
Confira bons motivos para comer, por exemplo, um biribá no café da manhã ou refogar uma serralha para variar com a couve:
- Promover o consumo desses alimentos fortalece a agricultura familiar, é uma alternativa sustentável em relação aos cultivos de monoculturas e ultraprocessados e gera a preservação dos ecossistemas locais;
- Além disso, ao valorizar a biodiversidade alimentar, incentivamos práticas agrícolas que respeitam e mantêm as tradições locais, sustentando a economia de comunidades tradicionais;
- Resgatar esses alimentos esquecidos é uma forma de celebrar a herança cultural alimentar do Brasil e garantir que ela continue a florescer para as futuras gerações, preservando o conhecimento ancestral e promovendo um futuro mais sustentável.
Se você gostou desse movimento e quer conhecer visualmente mais espécies,
confira nesse material do Ministério da Saúde e pesquise pelos alimentos da sua região. Escolha um deles e prepare uma receita!
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PREPARE
❄️ Receitas de acordo com as estações
Essa edição está recheada de incentivos para seus preparos caseiros. O material do Sustentarea, da Universidade de São Paulo (USP) oferece várias receitas super fáceis com alimentos locais e sazonais. Já pensou fazer um nhoque de banana verde e batata doce? Sustentarea
CONFIRA
👍🏻 Uma rotina sem ultraprocessados
A reportagem traz dicas para reduzir o consumo de ultraprocessados e exemplos didáticos, baseados em estudos científicos, do quanto eles são prejudiciais para a saúde. Zero Hora
IMPORTANTE
🚨 As armadilhas doces
Sob o apelo de “light” ou “zero açúcar” várias marcas acrescentam outro ingrediente nas formulações: adoçantes. Mas eles estão camuflados nos rótulos com outros nomes. Uol
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Lívia Silva Pereira
Educadora popular e técnica de Agroecologia, atua na Gerência de Fomento à Agroecologia e Agricultura Familiar e Urbana da Prefeitura de Belo Horizonte
Agroecologia é caminho de regeneração. É um movimento que não se faz só, mas sim na coletividade e na diversidade. É mais que forma de manejo, são cosmovisões, relações, que refletem na prática o cuidado.
É ciência e saber preto, indigena, camponês, ancestral, que não está muito longe. É preciso retomar e espalhar essas sementes, comunicando e ampliando os espaços de diálogo e intercâmbio de saberes, práticas e experiências para territorializar a agroecologia, relembrando que é possível produzir alimentos saudáveis cuidando da terra, sem depender do tecnológico pacote do veneno.
Agroecologia na prática é voltar-se para a Terra, seja no campo ou na cidade, plantar cultivando vida, consumir de quem produz, aprender fazendo e compartilhando, somar forças no mutirão e nas lutas. Reaprendendo com a natureza, a regenerar, como a vida segue brotando nas frestas.
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Ela causa mexerico
Tangerina é o nome padrão da fruta que responde por todas as variações regionais. Bergamota (ou vergamota), laranja-cravo, laranja-mimosa, mandarina, mimosa, tangerina-cravo e tangerina-do-rio são alguns dos nomes e talvez o mais conhecido seja mexerica.
Essa fruta tem sabor adocicado com variação da casca do amarelo ao laranja, e possivelmente o nome "mexerica" tem origem no verbo em português de Portugal "mexericar". Quando você rompe a primeira parte da casca já sobe o cheiro que causa mexerico. Mas é importante lembrar que esses diferentes nomes representam espécies diferentes, mesmo que todas pertençam à família da tangerina.
Fácil de ser cultivada
Já pensou colher uma couve fresquinha para compor o almoço? Se você ainda não tem uma plantada, com essas dicas, vai ficar com vontade de fazer! Ela se desenvolve por muda comprada em casas de plantas ou cultivando desde a semente, escolha o modo que for melhor. Se for plantar em vaso, precisa ter no mínimo 10 litros. Já no canteiro de terra, mantenha uma distância de 50 cm entre as mudas.
O plantio por semente deve ser feito em recipiente com furo embaixo e boa drenagem. Seja para a muda ou para a semente, regue muito bem, a terra deve ficar encharcada. Depois que as folhas estiverem em um bom tamanho, comece colhendo as que ficam mais embaixo do caule.
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Vinagrete de carambola
Receitas agridoces podem surpreender quem cogita ler e torcer o nariz. Pois nesse caso, é justamente o perfume e a acidez da carambola que vão contrastar com o doce da cebola roxa e o frescor do coentro.
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Tortilha de batata doce
Misturando o legume com farinha de mandioca você tem uma massa lisa que vira discos para serem tostados na frigideira. O recheio fica a seu critério. Um pedaço de queijo, tomate e ervas fica uma delícia!
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Caldo verde
Ele só tem esse nome porque existe a couve na receita e vale muito a pena seguir a tradição. É só bater no liquidificador a batata cozida com a couve e ver a mágica acontecer, aquele verde vivo e aveludado tomar conta do prato.
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