O clima no planeta está inegavelmente em crise e vemos com preocupação ondas de calor, inundações, secas, aumento do nível dos mares, poluição atmosférica, entre outros desastres climáticos.
Eles são reflexo de uma sobrecarga e mau uso do solo, da atmosfera e dos recursos naturais em geral. E o sistema de produção de alimentos predominante tem uma grande parcela de responsabilidade nesse cenário.
As monoculturas esgotam o solo, a falta de diversidade de plantio expõe colheitas a pragas e fungos por falta de proteção natural entre espécies e para lidar com isso, usam agrotóxicos indiscriminadamente. Sem falar no alto volume de água que gera um desequilíbrio do seu ciclo.
Ou seja: a forma de produzir e distribuir alimentos hoje impacta na garantia de alimentos e biodiversidade no futuro.
Com o país e o planeta sob um risco constante e iminente de catástrofes, precisamos construir medidas e soluções urgentemente para transformar o nosso sistema alimentar para que ele seja mais seguro, resiliente e sustentável.
E não é só quanto à produção, mas também na distribuição. Privilegiar alimentos locais e da época, produzidos próximos a sua casa, além de valorizar a cultura regional e os pequenos produtores, também é uma forma de praticar uma alimentação saudável e sustentável.
É por isso que toda semana falamos aqui, mais abaixo no “tá na época”, quais são esses alimentos.
Isso pode e deve ser parte da estratégia para enfrentarmos a fome e a insegurança alimentar, com alimentos que valorizam a nossa cultura e os nossos biomas.
Não é possível sair do Mapa da Fome com ultraprocessados, sob o custo de agravarmos problemas de saúde pública - doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) como diabetes, doenças do coração, entre outras - e de degradação do meio ambiente.
Outro ponto de observação é sobre o Estado retomar a responsabilidade de regulamentar os sistemas alimentares, de forma a assegurar oferta de alimentos adequados e saudáveis. Isso não pode ser privilégio de apenas uma parcela da população mais rica.
A força social é capaz de implantar a mudança, modificar a agricultura e proporcionar uma economia mais solidária.
Em parceria com a Aliança pela Alimentação Adequada e Saudável, especialmente com o núcleo local do Rio Grande do Sul, foi dada visibilidade a essas discussões durante um evento online que discutiu segurança alimentar e nutricional em emergências climáticas, com foco nos desastres do Estado.
As ideias não ficam por aqui! Se o tema te interessou, você pode assistir ao conteúdo na íntegra neste link.
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