O chocolate caiu nas graças do povo e se tornou um alimento mundial, porém ele gosta de locais tropicais para se desenvolver e, apesar de parecer nativo do Brasil, ele veio de outras terras e chegou aqui por meio dos indígenas. Atualmente, estamos entre os dez maiores produtores de cacau. Mas vamos começar essa história pelo local onde ele foi descoberto?
Os povos originários residentes de onde hoje é o México encontraram a espécie e experimentaram formas de consumi-lo, como em bebida, e logo foi elevado a um status de alimento sagrado por fornecer energia aos guerreiros.
A expansão para os demais países aconteceu por meio das caravanas comandadas por Cristóvão Colombo que atracaram nas Américas e levaram para a Europa a tecnologia e os alimentos locais.
E como ele veio parar aqui?
Estudos apontam que o cacaueiro chegou na Amazônia por meio do fluxo migratório dos povos originários.
A planta se adaptou bem ao clima da região e foi na década de 60 que ela se espalhou para outras regiões do Brasil quando, por exemplo, foi levada para o Sul da Bahia e produtores constataram que o cacau se aclimatou com a fauna e a flora da Mata Atlântica.
Segundo o produtor rural Osvaldo de Brito, quem estuda o cacau se apaixona. Isso porque o cacau se desenvolve em consórcio com outras árvores, ou seja, a espécie precisa da sombra de árvores mais altas para se desenvolver, ampliando a área de mata e servindo de alimento para animais que vivem no entorno.
Outro fator que ele defende quanto à ampliação do cultivo do cacau é sobre o potencial que ele tem de gerar outros subprodutos, como o mel de cacau, que dele pode ser produzido vinagre, cosméticos, geleia, bebidas, entre outros produtos que estão em estudo na Universidade de Brasília (UnB).
E se esse papo todo gerou uma vontade enorme de consumir um chocolatinho, aí vai uma recomendação: procure as versões mais naturais possíveis.
O sistema de colheita até tornar a amêndoa do cacau em chocolate ainda é artesanal.
É preciso cortar fruto por fruto no pé, separar o máximo que der a polpa branca das amêndoas do cacau, na sequência ele vai para um cocho passar por fermentação até secar e restar apenas os chamados nibs de cacau. Depois, essas sementes são torradas e, enfim, trituradas para gerar a massa de chocolate.
Mas quando a indústria alimentícia adquire as sementes, elas seguem um caminho muito diferente do processo e do sabor original do cacau.
Tem mais açúcar do que cacau na composição da maioria dos chocolates vendidos nas prateleiras dos mercados, além de aditivos alimentares, como os aromatizantes. Sim, eles também são ultraprocessados.
Mas a boa notícia é que tem muita gente engajada em produzir chocolate artesanal, que vai só cacau e o doce é do próprio fruto. Aquele conselho de “compre do pequeno” se aplica aqui: existem boas opções que fornecem até nos lugares mais remotos do país.
Poderíamos esticar e contar inúmeras curiosidades e fatos sobre o cacau, mas preparamos um especial que está bem completo e traz informações inéditas. Se o papo te interessou, é só continuar a leitura aqui.
Em breve voltaremos com especiais de outros alimentos!
|