Mais um ano letivo vai começar e por aí, você está pensando em como será a alimentação dos estudantes nas escolas?
Crianças e adolescentes passam pelo menos um terço do dia nas escolas, que são um espaço de formação de hábitos. Lá, começam a fazer suas primeiras escolhas alimentares sem a supervisão da família ou de outros responsáveis.
Também é um período da vida onde são desenvolvidas as preferências por determinados sabores, a capacidade de fazer boas escolhas na hora de comer e a interação social que envolve a alimentação e os amigos.
E diante dos dados recentes, onde doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs) antes caracterizadas como "de adultos" vêm sendo diagnosticadas em crianças e adolescentes, é que vemos o quanto a sociedade precisa se mobilizar para dar atenção e promover saúde e qualidade de vida para essa geração de futuros adultos.
E como a alimentação saudável é uma pauta diária na luta do Idec, temos discutido sobre a importância da alimentação saudável nas escolas e levado essa discussão para os tomadores de decisão no Brasil, incluindo representantes dos Ministérios da Saúde e do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome e com o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).
Além disso, desde maio de 2022, nós do Idec temos uma parceria com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) para avançar com a regulamentação do ambiente alimentar das escolas de estados e municípios brasileiros.
Mas como construir estratégias efetivas para a alimentação saudável nas escolas? Pensando nisso, nós do Idec, junto com parceiros, construímos o Guia Alimentação Saudável nas Escolas, um material gratuito que integra a Coleção Escolas Saudáveis e disponibiliza informações de interesse público, como:
- A regulamentação da cantina escolar nos estados e capitais brasileiras.
- De que forma a comunidade escolar pode participar e apoiar a escola e a necessidade de restringir no ambiente escolar e os entornos a publicidade e oferta de ultraprocessados.
Ele é um documento potente e norteador, que apoia gestores escolares a transformar as escolas em espaços promotores da alimentação saudável.
Esse ano teremos eleições municipais e esse material pode ser apresentado por você para as pessoas candidatas adotarem medidas que protejam a escola da interferência da indústria de ultraprocessados e garanta o acesso à alimentação adequada e saudável para crianças e adolescentes.
E em âmbito nacional, já temos motivos para comemorar a importância desse conteúdo existir para subsidiar políticas públicas.
O conteúdo do Guia Alimentação Saudável nas Escolas serviu como base para a construção e aprovação do Decreto Presidencial nº 11.821, de 12 de dezembro de 2023, que tem como objetivo contribuir para a formação de hábitos alimentares saudáveis, desenvolvimento de habilidades para o autocuidado e bem-estar no ambiente escolar, construir sistemas alimentares saudáveis, prevenir formas de má nutrição e promover qualidade de vida. Cabe reforçar ainda que esse Decreto deve ser aplicado para todas as escolas públicas e privadas.
Dos vários pontos aprovados no decreto, vale destacar três eixos, que são:
- Promover ações de educação alimentar e nutricional de forma transversal nos currículos escolares, envolvendo estudantes e toda a comunidade escolar;
- Restringir a comercialização e a doação de bebidas e alimentos ultraprocessados no ambiente escolar das redes públicas e privadas de educação básica;
- Restringir a comunicação mercadológica de alimentos e bebidas ultraprocessados no ambiente escolar, também protegendo crianças e adolescentes da exposição à publicidade abusiva de bebidas e alimentos não saudáveis.
Tudo na escola educa, e precisamos agir nesse ambiente, o transformando-o em um espaço que garante o acesso a alimentos adequados e saudáveis e que promovam saúde.
Para saber mais, baixe o Guia Alimentação Saudável nas Escolas, compartilhe com sua rede que existe um material com orientações e condições de influenciar positivamente o direcionamento das políticas públicas.
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