Amamentar é mais do que o ato intuitivo de aninhar os filhos ao peito.
Esse processo de descobertas entre mãe e bebê é incrível, mas também desafiador.
Você sabe o que aconselhar no momento do choro?
Se não existe propaganda sobre chupeta nos meios de comunicação, porque sugerir esse recurso para o momento da soneca?
Nem todo mundo sabe, mas existe uma norma que protege a amamentação e a alimentação infantil no Brasil.
É a Norma Brasileira de Comercialização de Alimentos para Lactentes e Crianças de Primeira Infância, Bicos, Chupetas e Mamadeiras (NBCAL).
Vamos te apresentar alguns pontos que a norma assegura, afinal é muito importante que todos os setores da sociedade participem da divulgação e do cumprimento da NBCAL.
Por exemplo, sabia que o rótulo das fórmulas e leites não pode utilizar frases ou expressões que induzam a dúvida quanto à capacidade das pessoas de amamentarem os seus filhos?
Pois é um grande mito afirmar que existe leite fraco ou coisas similares. Isso não deve ser dito à pessoa que amamenta, já que o leite é produzido pelo corpo em quantidade e qualidade adequadas para cada etapa de vida da criança.
Já nos rótulos de bicos, chupetas, mamadeiras e protetores de mamilo, é proibido utilizar frases, expressões ou ilustrações que sugiram semelhança desses produtos com a mama ou o mamilo.
Afinal, os bebês que usam mamadeiras ou chupetas podem passar pela confusão de bicos e dificuldade para sugar o leite humano, já que os orifícios dos bicos das mamadeiras são bem mais abertos, de modo que eles não precisam fazer nenhum esforço para receber o leite.
Já no seio humano, o leite sai em menor quantidade e a criança tem que se esforçar mais, trabalhando adequadamente a musculatura que precisa ser desenvolvida pela amamentação.
O hábito de uso de chupetas também pode desestimular a amamentação.
Inclusive, a amamentação é tão poderosa que é eficaz na diminuição da dor durante a vacinação e outros procedimentos que podem ser dolorosos para a criança.
Bem, nós sabemos que podem existir uma série de adversidades durante o processo do amamentar, mas não existe substituto à altura do leite humano.
As dificuldades passam e os benefícios ficam para toda a vida, da criança e da pessoa que amamenta.
O que precisamos é combater a publicidade que as fabricantes fazem tentando driblar a NBCAL e enganar a população, especialmente cuidadores que estão em um momento tão vulnerável que é a chegada de uma criança.
Precisamos ver mais pessoas amamentando em lugares públicos e sendo apoiadas na amamentação, ao invés das pessoas com projeções públicas postando em seus perfis nas redes sociais exibindo os chamados “recebidos” de chupeta, mamadeira e fórmula infantil.
O marketing influencia a percepção popular sobre o amamentar.
Precisamos nos unir para não permitir estratégias enganosas e abusivas.
Nós do Idec, enquanto organização que luta pelos direitos das pessoas consumidoras, estamos de olho no cumprimento da NBCAL que traz regras tão importantes para a defesa da amamentação.
Por isso apoiamos a promoção da regulamentação! Confira aqui os dados do monitoramento disso nos últimos anos e mais informações sobre o aleitamento no país.
Em caso de dúvidas ou dificuldades para amamentar, procure um Banco de Leite Humano mais próximo de você.
O Guia Alimentar para crianças brasileiras menores de 2 anos também traz orientações importantes de apoio e manutenção à amamentação. Você já conhece esse documento? Você pode baixar o exemplar gratuitamente aqui.
Viu algum direito ser desrespeitado ou quer denunciar alguma prática abusiva da indústria? Utilize o site do Observatório de Publicidade de Alimentos, o OPA, para encaminhar sua reclamação.
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