Vamos fazer um breve resumo que mais parece uma aula de química, mas vai fazer sentido.
Tudo começou lá por volta dos anos 50, quando a indústria alimentícia descobriu uma forma de acrescentar o elemento químico hidrogênio nas estruturas moleculares dos óleos vegetais.
Se os óleos em temperatura ambiente antes eram líquidos, com essa manipulação passaram a ficar sólidos e atribuíram outros aspectos físico-químicos dentro da elaboração dos produtos ultraprocessados.
Essa formulação permitiu uma redução do custo da produção dos alimentos e prolongou seu tempo de validade, além de conferir sabor e crocância.
Logo, esses óleos vegetais saturados de hidrogênio são a gordura trans.
E onde ela geralmente era encontrada? No sorvete de massa, salgadinhos de pacote, biscoitos, margarina e macarrão instantâneo.
E vale pontuar que aqui estamos falando dessa gordura produzida de forma artificial para o uso da indústria em seus produtos ultraprocessados, pois ela também pode ser encontrada de forma natural em alguns alimentos de origem animal.
Diante dessas “vantagens” econômicas e marketeiras, vimos o uso desenfreado da gordura trans na alimentação, mas foi no final dos anos 90 que estudos científicos comprovaram os efeitos metabólicos negativos desse ingrediente para nossa saúde. São alguns deles:
- O aumento do nível do mau colesterol (LDL)
- Pode causar o entupimento dos vasos sanguíneos
- O aumento do risco de doenças cardiovasculares como, derrame e infarto
- Acúmulo de gordura trans no fígado podendo evoluir para uma cirrose hepática
- Hipertensão
- Desenvolvimento de câncer no organismo, entre outras doenças
Em 2019, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou que todos os países eliminassem óleos e gorduras parcialmente hidrogenados dos seus alimentos até 2023.
Por aqui, o Brasil avançou de acordo com as recomendações da OMS e lançou uma resolução que bane a gordura trans dos alimentos comercializados no país.
Com ela, desde 1 de janeiro de 2023, a quantidade de gorduras trans industriais não pode exceder 2 gramas por 100 gramas de gordura total nos alimentos.
Além disso, ficou proibido o uso e a oferta de óleos e gorduras parcialmente hidrogenados. Nenhum alimento pode ser formulado com estes ingredientes.
E nós do Idec somos a favor do banimento da gordura trans das formulações, apoiamos a implementação da resolução da Anvisa e a fiscalização dos ingredientes nos produtos ultraprocessados.
Mas fiquemos de olho porque a indústria vai tentar com outros substitutos otimizar a produção dos seus produtos às custas da nossa saúde.
Entenda mais sobre a gordura trans aqui.
|