Antes de chegarmos à expressão “somos o que comemos”, precisamos fazer uma introdução.
A produção de alimentos (o quê, como, quanto, para quem é produzido) sempre foi determinante para os rumos políticos e econômicos das sociedades ao longo da evolução.
Na Idade Média, os alimentos eram cultivados de acordo com as estações do ano e sua prática era intercalada com festas pagãs e religiosas que integravam os membros da sociedade.
Dando um salto no tempo, o antropólogo Tempass faz uma análise sobre o sentido do comer para os indígenas Mbyá-Guarani. “Ao comer, levamos os alimentos à nossa interioridade. Tudo o que comemos se converte em nós mesmos”, disse.
Chegamos ao "somos o que comemos”.
O ano é 2023, e o que estamos comendo?
O que somos a partir da alimentação que temos hoje?
O Brasil produz monocultura de soja, trigo e milho - alimentos que são a base da composição de muitos produtos ultraprocessados.
A indústria que detém essas terras realiza o cultivo com veneno para o milho e os demais alimentos crescerem rápido e sem pragas.
Nós, enquanto sociedade, podemos ditar quais práticas alimentares queremos.
Existe uma grande preocupação por parte da população em consumir alimentos naturais, sem agrotóxicos.
E essa escolha pode ser coletiva, com pressão por decisões políticas, econômicas e administrativas mais adequadas.
Como por exemplo, termos políticas públicas que passem a tributar os produtos ultraprocessados e a subsidiar os alimentos in natura e minimamente processados da cesta básica.
A reflexão final é: vamos construir coletivamente melhores relações com o que comemos?
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