A criançada adora a hora do recreio, não só pelas brincadeiras, mas pela oportunidade de lanchar com colegas.
Mas que tipo de alimento há na lancheira, na merenda, na cantina, no refeitório e do lado de fora da escola?
Alimentação saudável não é uma escolha, é um direito! E o comportamento alimentar de crianças e adolescentes é construído de acordo com o ambiente alimentar em que estão.
Em 2019, segundo o Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN) do Ministério da Saúde, 7% das crianças menores de 5 anos e 13,25% das crianças de 5 a 9 anos foram diagnosticadas com obesidade.
Esse é o relatório público mais recente, mas entidades públicas apontam para um crescimento desses números.
O consumo de produtos ultraprocessados na infância pode desencadear uma série de problemas de saúde: diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares, apneia do sono, baixa autoestima, distúrbios alimentares, depressão, entre outros fatores.
Vamos aproveitar que o ano letivo de 2023 está começando para ficarmos de olho se as escolas estão garantindo um ambiente alimentar saudável e sustentável para nossos estudantes e se as escolas públicas estão cumprindo as premissas do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE)? Relembre o que é e a importância do PNAE aqui.
Tudo começa por: que tipo de alimento está sendo servido aos alunos? Segundo o PNAE, as refeições servidas devem ser saudáveis, privilegiando alimentos in natura e minimamente processados.
A alimentação saudável deve fazer parte do processo de ensino nas disciplinas e aprendizagem dos alunos.
Como o PNAE é um programa que entende que o consumo de todo alimento fomenta um sistema de produção e de distribuição, e todo estudante precisa compreender esse sistema, ele assegura por lei que pelo menos 30% dos recursos para a aquisição de alimentos para a produção da alimentação escolar venha da agricultura familiar, de preferência da reforma agrária, comunidades indígenas e quilombolas.
E apesar de a lei do PNAE ser voltada para escolas públicas, as diretrizes podem ser seguidas e inspirar escolas particulares porque tratam de como proteger a alimentação de crianças e adolescentes.
As escolas privadas devem se basear no Guia Alimentar para a População Brasileira para definir quais alimentos servir aos seus estudantes.
Todos nós somos fiscais do PNAE e há espaço para fazermos isso. Entenda onde procurar e o que avaliar para saber se a lei está sendo aplicada no ambiente escolar:
- Quem faz parte do conselho de alimentação da sua região? Procure junto à direção das escolas da redondeza e participe do conselho, pois ele está alinhado com o direito humano à alimentação adequada e protege crianças e adolescentes
- Se o PNAE não estiver sendo cumprido adequadamente, você pode encaminhar uma denúncia para o Observatório da Alimentação Escolar (ÓAÊ)
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