Mais do que nunca, a Floresta Amazônica está no centro das atenções, já que o assunto pelo mundo é a preservação ambiental. Mas será possível garantir os recursos naturais para a sobrevivência humana? É necessário repensar o desenvolvimento da sociedade e a nossa alimentação também faz parte disso.

A Amazônia abriga a maior e mais diversificada biodiversidade do mundo, com incontáveis espécies de animais e plantas.

E apesar de tanta beleza e riqueza, os recordes de desmatamento se acumulam mês a mês.

Em 2021, cerca de 10 mil quilômetros de mata nativa foram destruídos, a maior devastação dos últimos 10 anos, segundo o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon).

“Ué, mas não precisamos alimentar a população?”. Sim! O problema é que o sistema de produção predominante faz um uso inconsequente dessa terra.

Indo direito ao ponto, o que queremos dizer é: a biodiversidade é devastada para dar lugar à monocultura lotada de veneno. E podemos explicar isso facilmente:

• 1% dos grandes proprietários detém quase metade das áreas agrícolas do país, enquanto que produtores menores têm apenas 2% para cultivar (fonte: GPP da Esalq/USP).
• Nessas lavouras de quem domina a produção de alimentos são cultivadas basicamente monoculturas de soja (para alimentar o gado), cana-de-açúcar e milho.
• As monoculturas empobrecem o solo, uma vez que ele precisa de diversidade e nutrientes que a natureza oferece.
• Para colher muito em pouco tempo e para o controle de pragas, são usados agrotóxicos excessivos (nem vamos comentar o quanto isso contamina o meio ambiente e chega até o nosso prato).

Essa forma de produzir alimentos compromete a saúde humana, animal, econômica e ambiental.

Por isso, precisamos urgentemente defender sistemas sustentáveis de produção de alimentos. Pela saúde do planeta e pela nossa.

Há várias maneiras possíveis e atestadas para viabilizar essa mudança necessária.

As principais contam com o poder público mas aqui no Idec lançamos a Agenda para Ação, uma proposta de transição para sistemas saudáveis e sustentáveis. Conheça alguns dos pontos que defendemos e outros importantes para transformarmos a produção de alimentos atual:

• Fomento a práticas agropecuárias de baixo impacto ambiental, tais como: diversificação na produção, incentivo à agroecologia, medidas de controle e redução do uso de agrotóxicos;
• Valorização das espécies da sociobiodiversidade brasileira, facilitando o uso sustentável dos recursos nacionais e a preservação dos biomas;
• Retomada e fortalecimento das políticas públicas para atenuar as mudanças climáticas;
• Promover e ampliar a agricultura sustentável e regenerativa para devolver a saúde dos solos, ar e água;
• Promover a reforma agrária para apoiar agricultores locais;
• Reduzir os subsídios que apoiam e promovem opções de alimentos e práticas agrícolas não saudáveis e com alta emissão de gases de efeito estufa.

E com atitudes no nosso dia a dia também podemos contribuir para que a produção sustentável de alimentos ganhe força:

• Priorizar as compras de frutas, verduras e legumes de pequenos produtores, de iniciativas agroecológicas que cuidam do solo e valorizam o trabalhador do campo.
• Participar e apoiar iniciativas agroecológicas que preservam áreas verdes nos centros urbanos e nas áreas rurais.
• Cobrar dos representantes políticos a fiscalização e proteção ambiental.

Seu prato pode aparecer na próxima edição, clique aqui e envie sua foto.