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Na próxima sexta-feira (09), a Opas (Organização Pan-Americana da Saúde) e a Aliança pela Alimentação Adequada e Saudável, rede de organizações e especialistas da qual o Idec faz parte, realizam o seminário internacional Taxação de bebidas adoçadas para prevenção da obesidade, em Brasília (DF).
O evento tem como objetivo reunir conhecimentos e experiências que demonstram como a tributação de bebidas adoçadas pode fazer a população diminuir proporcionalmente o consumo desses produtos, provocando um efeito positivo na saúde.
De acordo com a nutricionista do Idec Ana Paula Bortoletto, uma das organizadoras do encontro, são necessárias soluções efetivas que promovam ambientes alimentares mais saudáveis para impedir o aumento acelerado da obesidade e de outras enfermidades, como diabetes e doenças do coração.
“Diante desse cenário, a proposta do seminário é buscar direções sobre políticas públicas para a taxação de bebidas açucaradas no Brasil”, destaca.
Para apresentar experiências internacionais no combate à obesidade, a pesquisadora Arantxa Colchero, do Instituto Nacional de Saúde Pública do México, e a professora do Departamento de Saúde Pública da UCLA (Universidade da Califórnia), Lynn Silver, são algumas das presenças confirmadas para o evento. Também estarão presentes no seminário membros do Ministério da Saúde, Ministério da Fazenda e diversos pesquisadores e estudiosos da área de saúde.
Para participar do seminário, faça sua inscrição aqui.
Confira a programação completa.
Taxação de bebidas adoçadas no Brasil
A discussão sobre taxação de bebidas açucaradas ainda está em fase inicial no País. Em novembro do ano passado, o senador Jorge Viana apresentou um PL (projeto de lei) propondo taxar esses produtos em 20%, seguindo recomendação da OMS, e direcionar o valor arrecadado ao Fundo Nacional de Saúde.
Em uma matéria divulgada em março deste ano pela Revista do Idec, o Ministério da Saúde afirmou que a taxação é uma importante iniciativa que deve ser implementada no País para prevenção e controle da obesidade.
A pasta também informou que o tema vem sendo discutido entre comitês internos e também já foi levado ao Ministério da Fazenda, órgão responsável por definir qualquer medida relacionada a impostos no Brasil.
Impactos na saúde pública
Nos últimos 30 anos, houve um aumento descontrolado do consumo de bebidas adoçadas no mundo. No Brasil, por exemplo, o consumo de refrigerantes subiu de 5,6% em 1988 para 15,5% em 2009. Ainda, 16% dos brasileiros consomem refrigerantes e sucos artificiais quase todos os dias
De acordo com dados de uma pesquisa do Ministério da Saúde, divulgados este ano , mais da metade da população brasileira está com o peso acima do recomendado e 19% dos adultos são considerados obesos. Como consequência, os gastos com saúde pública são altíssimos. Segundo o Ministério, um estudo estima que a obesidade custou quase R$ 500 milhões aos cofres públicos em 2011, o que representa aproximadamente 2% dos gastos do Sistema Único de Saúde (SUS).