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Mais de 50 mil assinaturas em apoio à proposta do Idec de um novo modelo de rotulagem nutricional foram entregues nesta quinta-feira (01) à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
O modelo apresentado pelo Instituto e elaborado em parceria com pesquisadores da UFPR (Universidade Federal do Paraná) propõe a inclusão de um selo de advertência na parte da frentre da embalagem dos alimentos processados e ultraprocessados - como sopas instantâneas, biscoitos e refrigerantes - para indicar quando há excesso de açúcar, sódio, gorduras totais e saturadas, além da presença de adoçante e gordura trans em qualquer quantidade. A proposta também sugere melhorias na tabela nutricional e na lista de ingredientes.
Além dos consumidores que já se manifestaram, mais de 30 instituições ligadas a saúde e alimentação saudável também apoiam a proposta, como o Conselho Federal de Nutricionistas, a ACT Promoção da Saúde, a Aliança pela Alimentação Adequada e Saudável, entre outras.
Para Igor Britto, advogado do Idec que fez a entrega da petição, o número expressivo de assinaturas demonstra que tanto entidades importantes quanto a sociedade compreendem e apoiam o novo modelo de rotulagem. “Nós defendemos o direito do consumidor de saber o que come”, afirma.
Não é a primeira vez que o Instituto entrega assinaturas à Anvisa. No Dia Nacional de Prevenção da Obesidade, em outubro do ano passado, o Idec levou cerca de 18 mil assinaturas para a agência com o objetivo de destacar a importância de rótulos adequados e compreensíveis para que as pessoas possam fazer escolhas alimentares mais conscientes e saudáveis.
Revisão da rotulagem nutricional no Brasil
Em dezembro, a Anvisa anunciou o início oficial do processo de revisão de rotulagem no País. Renato Porto, diretor de regulação da agência, declarou na época que a reformulação das embalagens é um assunto prioritário no órgão, devido a relação direta dos alimentos ultraprocessados para o crescimento de doenças crônicas não transmissíveis, como a obesidade.
Na mesma época, o Idec divulgou um estudo, feito em parceria com a Nupens/USP (Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo), que constatou que a proposta do Instituto é considerada a mais clara pelos consumidores. 76% dos 1.600 participantes identificaram corretamente o nutriente crítico em excesso ao verem o modelo octagonal na embalagem do produto.