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Membros de organizações de consumidores de diversos países da América Latina e Caribe se reuniram para promover a alimentação saudável na região e apoiarem a construção de sistemas alimentares mais sustentáveis. Promovida pela organização Centro para la Defensa del Consumidor, a reunião ocorreu entre 3 e 4 de setembro, em El Salvador.
Segundo Ana Paula Bortoletto, nutricionista do Idec que participou da reunião, o evento foi muito positivo para a troca de experiências sobre o trabalho de organizações de consumidores de diversos países.
“Conseguimos identificar pontos comuns de trabalho na região e fortalecemos nossa atuação em movimentos, como a Frente Parlamentar Latinoamericana contra a Fome e o Codex Alimentarius, um espaço de construção de padrões e recomendações internacionais relativas à produção de alimentos e à segurança alimentar”, afirma.
A reunião aconteceu logo após a assinatura de um acordo de cooperação entre a FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura) e a Consumers International, organização mundial de grupos de defesa dos consumidores.
As duas organizações pretendem intensificar a colaboração para ajudar a acabar com todas as formas de má nutrição, incluindo as deficiências nutricionais e o excesso de nutrientes prejudiciais à saúde. Além disso, reconhecem que os consumidores em todo o mundo podem se unir para tornar os sistemas alimentares mais sustentáveis e igualitários.
Políticas Públicas para a alimentação saudável
Um relatório divulgado em 2016 pela FAO apresentou uma informação alarmante sobre a alimentação na América Latina e Caribe: nos últimos 20 anos, a região avançou na prevenção da desnutrição, mas o número de pessoas com excesso de peso e obesas e aumentou.
Atualmente, cerca de 58% da população latino-americana e caribenha está com sobrepeso (360 milhões de pessoas) e 23% é obesa (140 milhões de pessoas).
Portanto, para mudar esse cenário, as organizações reunidas em El Salvador acordaram que é necessário apoiar políticas públicas como a taxação de bebidas açucaradas, a restrição da publicidade infantil, a aprovação de modelos de rotulagem frontal de advertência, entre outras medidas.
Elas também destacaram a importância de fortalecer a relação entre produtores de alimentos e consumidores para apoiar a comercialização de alimentos orgânicos e agroecológicos, de forma regular e acessível.