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A Conferência de Mudanças Climáticas da ONU (COP26), que acontece entre 31 de outubro e 12 novembro em Glasgow, na Escócia, contará com a participação do Idec, o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor, para discutir sistemas alimentares saudáveis e sustentáveis para o clima.
Organizado pelo Centro de Mudanças Climáticas e Saúde Planetária em parceria com a Rede de Saúde e Clima e a Federação Mundial de Obesidade, o evento “Global Food 2050: Como podemos garantir padrões alimentares que sejam climaticamente resilientes, sustentáveis e saudáveis no futuro?” vai explorar soluções climáticas e sanitárias que permitam um sistema alimentar “da terra ao prato”.
O objetivo da discussão é pavimentar caminhos que beneficiem a saúde humana, reduzam os impactos ambientais e freiem as mudanças climáticas em curso. A partir da abordagem "olhar para trás a partir do futuro" (2050), o evento, que será presencial e online, trará uma variedade de vozes da sociedade civil para COP26.
Participarão especialistas do Idec, da Fundação de Saúde Pública da Índia, da Aliança Global para o Futuro dos Alimentos e da Federação Internacional de Associações de Estudantes de Medicina, com um panorama geral da ciência e soluções para sistemas alimentares saudáveis, sustentáveis e resilientes ao clima. O seminário será moderado pela Dra. Modi Mwatsama, do Wellcome Trust.
“A crise climática tem riscos para a saúde e para a segurança alimentar e nutricional. Estes fatores estão interligados, tendo muitos dos mesmos determinantes e soluções. O direito ao acesso a alimentos saudáveis é universal, e só conseguiremos mitigar as mudanças climáticas realizando uma transição de sistemas alimentares para modelos que promovam a saúde das pessoas e a proteção do meio ambiente”, pontua Janine Coutinho, coordenadora do Programa de Alimentação Saudável e Sustentável do Idec.
O evento acontece das 18h15 às 19h15 (horário de Brasília) do dia 2 de novembro. Para acompanhar, basta acessar o link da transmissão no horário programado.
O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor está igualmente se articulando com as organizações do Observatório do Clima para realização de outro evento durante a COP26, este focado em sistemas alimentares no contexto brasileiro.
Alerta vermelho
O Secretário-Geral das Nações Unidas, Antonio Guterres, declarou em agosto “código vermelho para a humanidade”. Nesse sentido, a COP26 representa um espaço de primeira importância e prioridade, onde será negociado o futuro das pessoas e do planeta.
Frente a esses desafios, a Rede de Saúde e Clima (Health and Climate Network, em inglês) lançou uma convocatória para ação com demandas claras e diretas endereçadas aos líderes mundiais presentes no evento. Assinam o documento mais de 40 organizações de diferentes países do mundo, incluindo o Idec.
São cinco vias de ação propostas: fornecer energia renovável e limpa para todos, mudar para sistemas de transporte mais saudáveis e ecológicos, realizar a transição para modelos saudáveis de produção de alimentos, construir sistemas que ajudem a desacelerar as mudanças climáticas e, por fim, investir na economia verde.
Lição de casa para os bancos
Além da discussão sobre sistemas alimentares saudáveis e sustentáveis, o Idec atua em outros temas que estão em pauta na COP26, como as responsabilidades do setor financeiro relativas a questões ambientais e humanitárias.
Pesa sobre as instituições desse setor a responsabilidade de pavimentar caminhos para o fim de modelos de desenvolvimento que impactam a saúde das pessoas e do planeta. Por isso, o Idec, por meio do Guia dos Bancos Responsáveis, assinou carta enviada a Mark Carney, representante especial para ação climática e finanças da ONU na COP26, pedindo prioridade no debate sobre a responsabilidade dos bancos em todo o mundo com as mudanças climáticas.
Entre as principais medidas estipuladas no documento estão a redução do financiamento a fontes fósseis com metas mensuráveis até 2030, a proibição do financiamento a novos projetos de fontes fósseis e zerar o financiamento às térmicas à carvão, além de assegurar o consentimento prévio, livre e informado de comunidades afetadas, especialmente indígenas, por atividades financeiras.
A lei mais urgente do mundo
O Idec igualmente trabalha pela aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Climática, que prevê adicionar na Legislação Federal o equilíbrio ecológico e a segurança climática como direitos fundamentais ao povo brasileiro.
O objetivo é conseguir o apoio de 171 deputados até 31 de outubro, quando se inicia a COP26. Até o momento, a mobilização conseguiu o compromisso de 142 parlamentares. Faça parte, assine a petição e ajude a lei mais urgente do mundo a virar realidade!