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A advertência em formato de triângulo com os dizeres alto em é o modelo de rotulagem nutricional frontal mais adequado para alertar a população brasileira sobre o excesso de nutrientes críticos em produtos alimentícios ultraprocessados e ajudá-la a fazer escolhas alimentares mais conscientes e saudáveis.
Essa é a conclusão do artigo científico Choosing a front-of-package warning label for Brazil: A randomized, controlled comparison of three different label designs (Escolhendo um rótulo frontal de advertência para o Brasil: um estudo aleatório e controlado de comparação entre três diferentes designs de embalagem, em português), produzido por pesquisadores do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) em parceria com a Universidade Federal do Paraná (UFPR) e o Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo (Nupens/USP).
O artigo foi publicado em janeiro, na revista científica Food Research International.
A proposta desenvolvida pelo Idec e por pesquisadores em design da informação da UFPR, apoiada pela Aliança pela Alimentação Adequada e Saudável, sugere a rotulagem frontal de advertência em formato de triângulos para destacar o excesso em produtos processados e ultraprocessados. Na validação, foram realizadas pesquisas quali e quantitativas em conjunto com o Nupens/USP.
Dentre estas pesquisas, houve a comparação entre os modelos de advertência nos formatos de triângulo alto em, triângulo muito, octógono e controle (sem rótulo frontal). O primeiro rótulo foi o que apresentou resultados significativamente melhores que os demais.
Entre as vantagens comprovadas do triângulo alto em estão:
- Mais eficiência em ajudar os consumidores a identificar corretamente produtos com alto teor de nutrientes críticos;
- Mais eficácia em capturar a atenção do consumidor;
- Maior impacto nas escolhas alimentares;
- Redução da intenção de compra de produtos não saudáveis.
No modelo de rótulo frontal com melhor avaliação do estudo, o fundo branco serve para deixar o rótulo em formato de triângulo mais visível.
O Idec encaminhou o estudo à equipe técnica da Anvisa. Anteriormente, o Instituto já havia apresentado dados sobre rotulagem como parte do processo regulatório de rotulagem nutricional.
“O Idec e a Aliança valorizam o conhecimento técnico e a pesquisa científica livres de conflito de interesses. É importante que a Anvisa também leve em consideração estudos científicos rigorosos como esse no processo regulatório de rotulagem nutricional”, analisa Laís Amaral, nutricionista e pesquisadora do Idec.
Informação clara é direito básico previsto pelo CDC
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), rótulos claros e objetivos são uma ferramenta útil para orientar os consumidores a fazerem melhores escolhas alimentares.
Em uma pesquisa realizada pelo Idec, em 2016, mais de 70% dos participantes afirmaram ter dificuldade para compreender os rótulos dos produtos, sugerindo a necessidade de criar mecanismos mais eficazes de alerta contra produtos com teor excessivo de sal, açúcar e gorduras.
A informação adequada sobre o que a população está comendo é um direito básico, previsto pelo Código de Defesa do Consumidor (CDC). Com informações claras e objetivas, os consumidores podem fazer escolhas alimentares mais conscientes e mais saudáveis.
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