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No último dia 1º, como um dos primeiros atos de seu terceiro mandato na Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva assinou uma Medida Provisória, que determina a recriação do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea). O Conselho, que havia sido extinto no governo anterior, é importante por propor estratégias eficazes de combate à fome, dando voz à sociedade na construção de soluções para um tema tão intersetorial como a segurança alimentar e nutricional.
O Grupo Técnico de Desenvolvimento Social e Combate à Fome, de transição do governo Lula, ao qual o Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) enviou contribuições, solicitou a restituição do órgão com urgência, dentro dos 100 primeiros dias, em relatório entregue ao vice-presidente, Geraldo Alckmin, em novembro de 2022.
“Com 33 milhões de brasileiros em situação de fome, a volta do Consea, além de imprescindível, é sinônimo de esperança, visto seu caráter de contribuições traduzidas em medidas concretas para melhoria da alimentação da população, segurança alimentar e cumprimento do direito humano à alimentação e nutrição adequadas”, reforça a diretora executiva do Idec, Carlota Aquino.
A extinção e a luta pela volta do Consea
Em 1º de janeiro de 2019, por meio da Medida Provisória 807, o Consea foi extinto - havia sido retirado da Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional os mecanismos de participação social. A partir disso, o Idec e outras organizações da sociedade civil realizaram uma grande mobilização pela volta do órgão, gerando 541 emendas à Medida Provisória, sendo 12% delas sobre a manutenção do Consea.
Em maio do mesmo ano, foi criada uma Comissão Especial Mista para analisar a MP 870 e o texto que extinguia o Consea foi suspendido, mas o ex-presidente Jair Bolsonaro vetou a volta do Conselho. Desde então, organizações da sociedade civil e movimentos sociais vêm se reunindo para lutar por espaços de participação em debates sobre as violações do Direito Humano à Alimentação e Nutrição Adequadas.
Os grupos de transição do governo eleito abriram a oportunidade para o debate e agora espera-se que ocorra, de forma séria, a implementação, acompanhamento, controle e financiamento das diretrizes da Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, levando em conta as propostas do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional.