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O GBR (Guia dos Bancos Responsáveis) lançou nesta terça-feira (5) a 10ª edição da sua avaliação de políticas. O estudo é parte de um projeto internacional que no Brasil é realizado pela coalizão formada pelo Idec, Conectas Direitos Humanos, Instituto Sou da Paz, Oxfam Brasil e Proteção Animal Mundial. A pesquisa mostra as notas dos oito maiores bancos do país em 18 temas, como mudanças climáticas e proteção ao consumidor. A novidade é que, com exceção do Banco do Brasil, todos os bancos tiveram suas notas diminuídas.
A média geral dos bancos foi de 3,3. Ou seja, apenas 33% dos elementos avaliados foram encontrados nos documentos públicos dessas instituições. O resultado apresenta uma queda em relação à edição anterior, quando a média geral ficou em 3,8.
A nota não aponta, necessariamente, um retrocesso nas políticas dos bancos. “A diminuição ocorreu, principalmente, devido a retirada dos pontos automáticos de legislação que até então eram concedidos. No passado, a metodologia permitia a concessão de pontos automáticos caso houvesse, no país, uma lei que previsse o que é avaliado no elemento específico. No entanto, como em muitos países não é possível afirmar que o cumprimento da lei é a regra, como é o caso do Brasil, uma alteração metodológica permitiu a retirada desses pontos de legislação. Com isso, espera-se que as instituições financeiras incorporem critérios mais rigorosos em matéria socioambiental e climática nas suas políticas (e práticas!), de acordo (e indo além) da legislação”, explica a coordenadora do Programa de Consumo Sustentável do Idec, Julia Catão Dias.
O cenário é ainda mais preocupante quando se trata das carteiras de investimentos dos bancos. “Ainda que existam algumas políticas voltadas para a mitigação de impactos socioambientais na concessão de crédito e no financiamento de projetos, o mesmo não se observa em relação aos investimentos de recursos próprios do banco e os investimentos gerenciados por eles. Ou seja, quando o assunto é investimento, quase não existem políticas que reforcem os compromissos das instituições financeiras com salvaguardas socioambientais e climáticos”, afirma a Analista de Pesquisa do Idec, Karina Feliciano.
Apesar do baixo desempenho, pela primeira vez, o tema de Bem-estar Animal conseguiu pontos desde sua implementação no Guia em 2022. O banco BTG Pactual foi o responsável por retirar o tema da margem zero. No entanto, ainda se espera que ele, e todos os outros bancos, incrementem políticas para que atendam a todos os elementos necessários para a pontuação máxima no tema. Para acessar e saber qual a nota do seu banco, é só clicar neste link.