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Idec se junta a outras organizações para pedir fim do patrocínio da Coca-Cola aos Jogos Olímpicos

Movimento reúne entidades de diferentes países preocupadas com os crescentes impactos negativos das bebidas açucaradas na saúde pública e no meio ambiente

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Atualizado: 

18/07/2024
Idec se junta a outras organizações para pedir fim do patrocínio da Coca-Cola aos Jogos Olímpicos

Em um apelo histórico, o Instituto de Defesa de Consumidores (Idec) juntou-se aos principais especialistas e defensores da saúde pública do mundo para pedir o fim do patrocínio da grande indústria de refrigerantes a eventos esportivos em todo o mundo. Essa medida ocorre em meio a preocupações crescentes sobre os impactos negativos das bebidas açucaradas sobre a saúde pública e o meio ambiente. Uma nova campanha, “Kick Big Soda Out of Sport,” (Expulse a grande indústria de refrigerantes do esporte), destaca esses danos e pede que a comunidade global apoie essa chamada à ação.

Citando as taxas crescentes de obesidade, diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares associadas ao consumo de bebidas açucaradas, esses grupos afirmam que a associação do Comitê Olímpico Internacional com produtos alimentícios não saudáveis prejudica seu compromisso de promover uma sociedade saudável por meio do esporte.

"Ser um dos principais patrocinadores dos Jogos Olímpicos permite que as empresas cubram os locais e eventos com seus logotipos, atingindo um público de mais de 3 bilhões de pessoas que assistem os jogos em casa", afirma Trish Cotter, líder global do Programa de Política Alimentar da organização de saúde global Vital Strategies. "Juntamente com a crescente oposição ao envolvimento de refrigerantes no esporte, os próprios atletas estão começando a se manifestar sobre quais empresas devem ter permissão para patrocinar eventos esportivos. Por exemplo, na Euro 2020, Cristiano Ronaldo demonstrou uma atitude de grande impacto quando retirou duas garrafas de Coca-Cola que foram colocadas à sua frente em uma coletiva de imprensa", reforça Cotter.

“A ligação entre bebidas açucaradas e doenças crônicas, em grande parte evitáveis, como diabetes, câncer e doenças cardíacas, está bem estabelecida”, afirma Dr. Barry Popkin, W. R. Kenan Jr., ilustre professor de nutrição da Universidade da Carolina do Norte, em Chapel Hill Escola de Saúde Pública Global Gillings. Segundo Popkin, "permitir que a Coca-Cola continue como um dos principais patrocinadores dos Jogos Olímpicos contradiz diretamente a missão do Comitê Olímpico Internacional (COI) e prejudica os esforços e as conquistas dos atletas olímpicos. As ações mais insidiosas da indústria de bebidas, no entanto, são suas estratégias de marketing, que visam desproporcionalmente crianças e adolescentes. Essas táticas perpetuam padrões de consumo pouco saudáveis, preparando os jovens para uma vida inteira de maus hábitos alimentares e riscos à saúde."

Só no Brasil, existem cerca de 2.219.168 adultos e 721.199 crianças com obesidade ou sobrepeso. O consumo de bebidas açucaradas é responsável por 1.386.228 novos casos de diabetes anualmente.

“É urgente que importantes organizações nacionais e internacionais, como o COI, se posicionem a favor da saúde pública e planetária. Não faz sentido associar eventos esportivos com maus hábitos alimentares, como a produção e o consumo de refrigerantes, cujos prejuízos para a saúde e o meio ambiente já são vastamente conhecidos. Esperamos, inclusive, que atletas tomem consciência da situação e integrem este movimento”, destaca Laís Amaral, coordenadora do Programa de Alimentação Saudável e Sustentável do Idec.

Sobre a campanha

A campanha digital pode ser vista no YouTube, Instagram, Twitter/X, LinkedIn e nos sites dos parceiros da campanha, e direciona os espectadores para uma petição on-line. Dirigida ao COI, a petição está reunindo assinaturas para demonstrar o movimento global por trás da eliminação de produtos nocivos à saúde e ao meio ambiente dos eventos esportivos.

"Essa campanha está chamando a atenção para a forma como as empresas de bebidas açucaradas usam o esporte para aumentar seus lucros", diz Nzama Mbalati, CEO da HEALA, uma coalizão da sociedade civil da África do Sul que defende um sistema alimentar mais justo. "O público dos Jogos Olímpicos de 2024 deve ser informado sobre a intenção por trás dos anúncios que verá durante a transmissão" reforça Mbalati.

Como guardiões do Movimento Olímpico, o COI é impelido a tomar uma medida decisiva: o fim do patrocínio olímpico da Coca-Cola. A campanha também pede que o COI se comprometa a rejeitar futuros patrocínios de empresas que não estejam alinhadas com os valores olímpicos e a adotar parcerias com entidades genuinamente dedicadas à promoção da saúde e da sustentabilidade.

"Essa petição ressalta a necessidade de o COI priorizar a saúde das pessoas e a sustentabilidade do nosso planeta em detrimento dos interesses comerciais", reitera Alejandro Calvillo, diretor do El Poder del Consumidor, uma organização sem fins lucrativos de direitos do consumidor no México. Ainda, segundo Alejandro, "ao se distanciar das grandes empresas de refrigerantes, o COI tem uma oportunidade sem precedentes de manter sua reputação como um farol de integridade, excelência e responsabilidade social."

"Kick Big Soda Out of Sport" é o início de um movimento para remover todos os patrocínios de bebidas açucaradas do esporte. A campanha é liderada por organizações e defensores da saúde global e destaca os efeitos nocivos das bebidas açucaradas em nossa saúde e no planeta. Para participar da "Kick Big Soda Out of Sport" e assinar a petição, acesse https://www.kickbigsodaout.org/kick-big-soda-out-pt#petition e use a hashtag #KickBigSodaOutofSport nas mídias sociais.