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O consumo excessivo de açúcar é uma questão de saúde pública, por conta das implicações que ele pode ter no organismo das pessoas. Por isso, a busca por alternativas para a substituição do açúcar, para atender a diferentes necessidades, consolidou o uso de edulcorantes a partir dos anos 1980.
Preparamos este material para te explicar como a indústria de ultraprocessados utiliza esse recurso “novo” e pouco discutido na composição dos rótulos, em que categoria se encaixam os edulcorantes e a importância de avaliar bem o rótulo dos produtos para identificar estes ingredientes na sua composição..
O que são edulcorantes?
Os edulcorantes são aditivos alimentares definidos pela Anvisa como "substâncias diferentes dos açúcares que conferem sabor doce ao alimento”.
Eles são popularmente conhecidos como adoçantes e podem ser compostos por substâncias orgânicas naturais ou sintetizadas em laboratório.
Por que os edulcorantes são consumidos no lugar do açúcar?
Os edulcorantes têm ganhado visibilidade e são ofertados como alternativa ao açúcar comum por algumas razões, entre as principais:
- Apresentam pouca caloria, por isso são divulgados como auxiliadores da perda e manutenção do peso corporal;
- Como possibilidade no controle da glicemia de pessoas com diabetes;
- O poder adoçante destes aditivos chega a ser centenas de vezes maior que o da sacarose, necessitando de quantidades mínimas para se ter uma doçura equivalente a níveis elevados de açúcar proveniente da cana-de-açúcar.
Quais os tipos mais comuns de edulcorantes?
Presentes como ingredientes em alimentos e bebidas ultraprocessados, além de serem adicionados diretamente aos alimentos pelos consumidores, os edulcorantes mais conhecidos são:
- Sucralose
- Xilitol
- Sacarina
- Lactitol
- Manitol
- Advantame
- Acessulfame de potássio (Acessulfame K)
- Aspartame
- Sorbitol
- Maltitol
- Ciclamato de sódio
- Taumatina
- Eritritol
- Stevia
- Isomaltitol
Edulcorantes fazem mal para a saúde?
Segundo a classificação NOVA de alimentos, os edulcorantes são considerados “aditivos cosméticos”, ou seja, ingredientes que alteram cor, sabor, cheiro e/ou textura e são usados para 'maquiar' alimentos.
Esses aditivos compõem as formulações dos produtos ultraprocessados, que estão associados ao risco de desenvolver doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) como diabetes, doenças do coração, hipertensão, entre outras.
Ainda que parte desses riscos à saúde esteja atribuída à presença de açúcares, sódio e gorduras, cada vez mais comorbidades estão sendo associadas ao consumo de edulcorantes.
Em 2023, a Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou uma diretriz sobre o uso desses aditivos.
No documento, a OMS recomenda que esses produtos não sejam utilizados como substitutos de açúcar visando o controle do peso corporal ou a redução de doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs), como diabetes, doenças cardiovasculares, acidentes vasculares cerebrais (AVCs) e câncer.
A decisão foi tomada com base na avaliação de resultados de pesquisas científicas. Os estudos apontam que o uso prolongado de adoçantes aumenta o risco de desenvolvimento de diabetes tipo 2, eventos cardiovasculares e parto prematuro.
Além disso, o seu consumo não é recomendável para as crianças e adolescentes, devido ao seu menor peso corporal e à possibilidade de aumentar a preferência pelo sabor intensificamente doce ao longo do tempo.
Como evitar os edulcorantes?
Precisamos seguir atentos e vigilantes a cada ação da indústria. E o conselho de ouro mesmo é: prefira os alimentos in natura e minimamente processados.
Faça a leitura dos rótulos dos produtos no mercado. Leve uma colinha com o nome dos edulcorantes listados acima e fuja de fórmulas que apresentam esses componentes.
Se você não tem nenhuma restrição quanto ao consumo de açúcar natural, derivado da cana-de-açúcar, utilize moderadamente o melado, o açúcar mascavo para completar o sabor. Faça uma reeducação do seu paladar para consumir menos açúcar no geral.