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Telecomunicações e serviços financeiros lideram reclamações nos Procons

Telefonia celular, telefonia fixa e cartão de crédito foram os assuntos que mais levaram consumidores a reclamar no ano passado, mostra Boletim Sindec 2015. Balanço também indica aumento de 50% nas queixas sobre energia elétrica

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Atualizado: 

15/02/2016
 
Os serviços de telecomuicações e financeiros foram os que mais levaram consumidores aos Procons de todo o país no ano passado. É o que mostra o Boletim do Sistema Nacional de Informação de Defesa do Consumidor (Sindec) 2015, que reúne dados de 683 Procons espalhados por 531 cidades brasileiras.  
 
O Boletim Sindec 2015 foi divulgado pela Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), do Ministério da Justiça.
 
No “pódio” dos atendimentos registrados pelos Procons estão os serviços de telefonia celular (13,9% das demandas), telefonia fixa (9,5%) e cartão de crédito (7,3%). Em seguida, aparecem no ranking as demandas sobre TV por assinatura (6,9%) e bancos (5,7%).  
 
Considerando apenas os serviços de telecomunicações, o setor foi responsável por cerca de um terço das demandas aos Procons, com quase 1 milhão de atendimentos. Para Rafael Zanatta, advogado do Idec, os dados mostram um cenário “caótico” para o setor no país. “A inexistência de uma regulação mais forte por parte da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) faz com que essa imensidão de consumidores recorra aos Procons”, afirma. Confira a análise completa do Idec sobre os resultados de telecomunicações.
 
A economista do Idec Ione Amorim também critica a permanência do setor financeiro entre os mais reclamados nos Procons. “Com a proliferação de cartões de crédito e intensa oferta de crédito consignado, uma parcela significativa das reclamações decorre da utilização desses serviços”, comenta. Leia a análise completa do Idec sobre o setor financeiro.
 
 
 
Assunto 2014 2015 Variação
Telefonia Celular 226.353 338.247 49,4%
Telefonia Fixa 231.575 241.311 4,2%
Cartão de Crédito 153.286 183.846 19,9%
TV por Assinatura 136.622 174.676 27,9%
Banco comercial 165.778 144.138 -13,1%
Aparelho Celular 105.281 117.237 11,4%
Energia Elétrica 62.746 94.183 50,1%
Financeira 83.462 76.551 -8,3%
Móveis 68.436 62.311 -8,9%
Internet (Serviços) 53.946 57.622 6,8%
Eletrodomésticos Linha Branca 65.844 55.329 -16,0%
Microcomputador / Produtos de Informática 75.087 49.495 -34,1%
Água / Esgoto 41.854 45.069 7,7%
Televisão / Aparelho DVD / Filmadora 40.230 36.285 -9,8%
Cartão de Loja 31.498 33.193 5,4%
Seguros 29.892 33.185 11,0%
Escola ( Pré, 1º, 2º Graus e Superior ) 27.295 30.706 12,5%
Plano de Saúde 25.255 27.055 7,1%
Carros 26.181 24.987 -4,6%
Cursos Livres Outros 20.721 21.742 4,9%
Demais Assuntos 715.604 685.484 -4,2%
Total 2.371.901 2.532.652 6,8%
Atendimentos registrados pelos Procons.
 
Demandas de energia elétrica disparam
 
Em sexto lugar no ranking estão as demandas sobre energia elétrica, com 94,2 mil atendimentos, ou 3,7% do total. Mas o que mais chama a atenção é a disparada do número de reclamações contra o setor: houve  um aumento de mais de 50% em comparação com 2014.  . 
 
Carlos Thadeu de Oliveira, gerente técnico do Idec, acredita que a alta das tarifas de luz no ano anterior seja um dos fatores responsáveis por esse resultado. “Em alguns casos, os preços chegaram a subir mais de 60% com a incidência da bandeira tarifária vermelha”, afirma. Leia a análise completa do Idec sobre os resultados de energia elétrica.
 
Variação de quantidade de demandas por setor registradas pelos Procons entre 2014 e 2015
 
Planos de saúde
 
Embora em apenas 18º lugar no ranking de atendimentos dos Procons, o setor de planos de saúde é historicamente um dos líderes das consultas feitas ao Idec e por isso também foi analisado.
 
Chama a atenção o aumento vertiginoso dos atendimentos da Unimed Paulistana: foram 2.164 atendimentos em 2015, ante a 426 em 2014. O salto se explica pelo processo de venda compulsória da carteira da operadora, que tem causado muitos transtornos aos consumidores. 
 
A Unimed Paulistana, no entanto, é a segunda empresa mais reclamada do setor de planos de saúde. A primeira é a Qualicorp, uma administradora de benefícios que comercializa apenas planos coletivos. “Esse dado reforça que a fragilidade da regulação desse tipo de plano de saúde causa inúmeros problemas aos consumidores”, aponta Joana Cruz, advogada do Idec. Veja a análise completa sobre planos de saúde.
 
Empresas e assuntos mais reclamados
 
No ranking geral, as empresas que receberam a maior parte das demandas foram: Claro-Embratel-NET (204.145 atendimentos), Oi (200.659), Vivo-Telefônica-GVT (165.048), Itaú (92.934) e SKY (89.273). 
 
Os motivos das reclamações seguem um padrão: a maior parte dos consumidores atendidos relatou problemas com cobranças (39,2%) e contratos (17, 3%). Má qualidade dos produtos ou dos serviços (15,9%) também foram apontadas com frequência. 
 
O Boletim Sindec 2015 mostra que os Procons realizaram 2,6 milhões de atendimentos - um aumento de 6,3% em relação ao ano anterior. A procura dos consumidores é predominantemente para realizar queixas (65%), além de consultas e pedidos de orientação.
 
Variação de quantidade de atendimentos resgistrados em Procons