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Água mineral vai para cesta básica e tem imposto reduzido, mas problemas continuam

<div> Situa&ccedil;&atilde;o de crise h&iacute;drica pede olhar cuidadoso sobre solu&ccedil;&otilde;es paralelas para o problema de desabastecimento no Estado</div>

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Atualizado: 

03/02/2015
O Governo do Estado de São Paulo publicou nesta segunda (02/02) em Diário Oficial, a isenção do ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) para galões da água mineral de 10 e 20 litros. Assim, instituiu a redução de 18% para 7% de imposto sobre a bebida, que também passará da categoria de “bebida fria” para “alimento” a partir de então, devendo integrar a cesta básica. Na visão do Idec, o decreto (61.103/15) é uma possível medida para contornar o problema da escassez de água. A expectativa de que a regra ajude a conter o aumento do preço da água mineral, dada sua grande procura, no entanto, só reverterá em benefício ao consumidor se houver real diminuição do preço. Essa é ressalva da ONG, que enfatiza ainda a necessidade de se considerar o fato diante da situação de escassez de água potável nas residências, já que o item passará a ser de primeira necessidade. 
 
“O Idec entende que, no geral, a medida carece de melhor planejamento, pois precisa estar integrada a toda uma rede de soluções e planos emergenciais”, afirma Elici Bueno, coordenadora-executiva do Idec. Vale ressaltar que os efeitos do desabastecimento generalizado afetarão a dinâmica da vida em sociedade em diferentes âmbitos, causando impactos na saúde pública, economia e meio ambiente. 
 
A decisão também ratifica a escassez de água potável, que deveria ser fornecida na torneira das residências. Já sobre a inclusão do alimento na cesta básica, é importante ter em mente que a quantidade de um galão de 10 ou 20 litros certamente não será suficiente para a manutenção de uma família. Diante disso, caso o governo não encontre alternativas para garantir condições de vida e saúde à população, serão necessárias outras soluções que atendam à gravidade da situação de forma democrática e acessível. 
 
“É preciso preparação para além da compra de água mineral por quem pode pagar esse preço. Estamos atrasados na contenção do problema e a intenção do imposto precisaria ser mais clara em seus objetivos. Além do mais, sozinha, tal iniciativa permanece muito rasa e localizada diante da crise em que nos encontramos”, completa Renata Amaral, pesquisadora em Consumo Sustentável do Idec.