O Idec participou nesta quarta-feira (20/6) de um diálogo ministerial entre os Países Nórdicos e os países do Cone Sul. O encontro foi promovido pelo Conselho de Ministros Nórticos e pelo Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) e teve como foco a rotulagem ambiental e compras públicas sustentáveis.

 

A restrição da publicidade que estimula o consumismo e o “greenwashing” (termo utilizado para caracterizar uma organização que se diz “ecologicamente correta”, mas atua de forma contrária aos interesses e bens ambientais), também foram discutidas como ações que devem ser colocadas em prática para garantir o consumo sustentável.

 

Entre os palestrantes estavam a ministra do meio ambiente do Chile, María Ignacia Benítez Pereira, o secretário-executivo adjunto do Ministério da Indústria, Comércio, Desenvolvimento e Relações Exteriores do Brasil, Ricardo Schaefer, a ministra do meio ambiente da Dinamarca, Ida Auken, o ministro da Cooperação Nórdica, Palle Christiansen, o ministro do meio ambiente da Finlândia, Ville Niinistö e a ministra do meio ambiente da Islândia, Svavarsdóttir Svandís.

 

Rotulagem ambiental

Uma das propostas da “Plataforma dos Consumidores para a Rio+20”, documento que traz dez propostas para que os governos se comprometam com ações concretas para a mudança de padrões de produção e consumo, é que os governos assegurem o acesso à informação sobre os produtos e serviços por meio da rotulagem compulsória e tendo como base critérios sociais, ambientais e econômicos consistentes.

 

Durante o encontro, os ministros nórdicos defenderam que a abordagem regional da rotulagem ambiental é uma forma custo-eficaz de abordar a necessidade de tornar os padrões de produção e consumo mais sustentáveis - não apenas economiza tempo e recursos trabalhando em nível regional, como também aumenta a integração e cooperação regional em relação a políticas ambientais, industriais e de consumo. Segundo a experiência nórdica, a vinculação da rotulagem ambiental em estreita colaboração com compras públicas sustentáveis??, cria uma forte demanda por produtos com rótulo ecológico.

 

A coordenadora-executiva do Idec, Lisa Gunn, questionou quais eram as estratégias adotadas para garantir que todos os consumidores, inclusive aqueles com menor poder aquisitivo, pudessem ter acesso a produtos e serviços mais sustentáveis. 

 

Em resposta, o ministro do meio ambiente da Finlândia, Ville Niinistö, comentou que era preciso avançar na acessibilidade de produtos e serviços mais sustentáveis para todos, mas que em alguns casos, como os alimentos, o consumo de produtos como verduras, legumes, frutas e grãos orgânicos era mais barato comparado aos alimentos industrializados. Niinistö também  afirmou ser preciso sensibilizar o consumidor sobre a questão do consumo sustentável e dar orientações práticas para as mudanças de hábitos de consumo.

 

Cooperação internacional

Durante o evento foi divulgada a iniciativa de cooperação internacional entre países nórdicos e Chile, Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai para explorar as possibilidades da criação de um rótulo ecológico regional do Cone Sul. O objetivo da iniciativa será a troca de informações, capacitação e treinamento, bem como o desenvolvimento de ferramentas educacionais para a conscientização. 

 

Os países participantes concordaram em realizar diálogos nacionais com o envolvimento de todas as partes interessadas - o acompanhamento regional será realizado em cooperação com o Conselho de Ministros Nórdicos e do Pnuma.