<em>Produtos eletrônicos e telecomunicações continuam entre as principais reclamações dos consumidores; lista indica também ineficiência das agências reguladoras</em>
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01/03/2012
Atualizado:
01/03/2012
O setor financeiro assumiu a primeira posição entre os assuntos com maior número de atendimentos realizados pelo Idec em 2011. O balanço anual divulgado pelo Instituto nesta quinta-feira (1°/3) apresentou “Planos de Saúde”, tema que liderou o ranking por 11 anos consecutivos, em segundo lugar, seguido pelos produtos eletrônicos. O setor de telecomunicações assumiu a quarta posição.
No total, o Idec contabilizou aproximadamente 16 mil atendimentos, sendo 5.828 consultas administrativas e 10.177 orientações. Entre as orientações, 5.258 foram sobre problemas ou dúvidas de consumo e 4.919 sobre o andamento dos processos judiciais movidos pelo Idec.
Aflição dos consumidores
Com 16,64% dos atendimentos realizados pelo Idec, o setor financeiro subiu duas posições em relação ao ano anterior. Entre as reclamações e dúvidas mais recorrentes estiveram: cobrança indevida, débito não autorizado, taxa de juros, renegociação de dúvidas e venda casada de produtos financeiros.
Apesar de cair para a segunda posição, os planos de saúde ainda são um assunto que aflige os consumidores. Com 16,02%, as principais dúvidas e reclamações foram: negativa de cobertura, reajuste de mensalidade e descredenciamento de profissionais/hospitais. Dificuldade de realizar a adaptação ou migração do contrato, cancelamento de contrato e demora para a realização de consultas, exames e outros procedimentos, também ganharam destaque em 2011.
Cada vez mais, os produtos estão se destacando no ranking do Idec. Com 14,32%, as principais demandas deste segmento continuam sendo prazo de entrega não respeitado, garantia e troca. Os aparelhos de telefonia celular foram alvo da maioria das reclamações.
Com 12,93% de atendimentos no Idec, o setor de telecomunicações assumiu em 2011 o quarto lugar no ranking. Tanto na telefonia móvel, telefonia fixa, internet e TV por assinatura, o principal problema foi a interrupção do serviço, seja por falta de sinal ou por outras falhas. No caso da banda larga foram registradas muitas queixas sobre a velocidade do serviço abaixo da contratada e, na telefonia fixa, as cobranças indevidas.
Os demais assuntos, classificados como “outros”, somaram 39,99% das orientações realizadas. Nesta categoria se destacaram as demandas sobre os direitos do consumidor idoso, guarda de documentos, imóveis e lazer.
Ineficiência das agências reguladoras
Os segmentos com maior número de atendimentos como setor financeiro, planos de saúde, telecomunicação e produtos são praticamente os mesmos há vários anos, mudando apenas as posições.
Com exceção de produtos, os outros setores do ranking são regulados e possuem um órgão responsável - agências reguladoras - que deveriam estabelecer regras para tornar mais equilibrada a relação entre as empresas e os consumidores.
“Esses dados nos mostram que a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) e o Banco Central, responsável por fiscalizar o setor financeiro, não estão cumprindo suas devidas funções”, conclui a gerente de relacionamento com o associado do Idec, Karina Alfano.