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Às vésperas do Dia da Criança, Idec alerta para a importância de uma alimentação saudável desde cedo

<p> <em>Alimenta&ccedil;&atilde;o saud&aacute;vel desde cedo; Idec alerta para um problema que tem atingido meninos e meninas cada vez mais cedo: os dist&uacute;rbios alimentares.</em></p>

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Atualizado: 

04/08/2011

 

Na semana que antecede o Dia da Criança, o Idec alerta para um problema que tem atingido meninos e meninas cada vez mais cedo: os distúrbios alimentares. Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostram que o excesso de peso já é um problema maior que a desnutrição no país hoje. Forte apelo publicitário, sedentarismo e mudanças nos hábitos alimentares, com a inclusão crescente de produtos prontos para o consumo (congelados, biscoitos etc.), fast food e alimentos com alto teor calórico em geral são alguns dos motivos que ajudam a explicar o sobrepeso nessa faixa etária. 

O fenômeno foi classificado como "epidemia de obesidade" pelo coordenador científico do Nupens/USP (Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo), dr. Carlos Augusto Monteiro. Em entrevista à Revista do Idec, o estudioso disse que a prevenção deve começar desde a infância, com a inclusão de alimentos saudáveis e a mudanças dos hábitos. 

Uma pesquisa da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) com 270 pais de alunos de creches públicas e filantrópicas da capital paulista constatou que alimentos industrializados, como macarrão instantâneo, açúcar refinado, suco de frutas artificial e até salgadinhos, estão sendo oferecidos a bebês antes que completem três meses de idade, período em que deveriam se alimentar exclusivamente de leite materno 

A pedido do Idec, pesquisadoras converteram quantidade dos nutrientes de alguns alimentos em medidas caseiras para auxiliar os pais na escolha dos produtos mais saudáveis, já que as informações nos rótulos dos alimentos ainda são insuficientes para informar os consumidores sobre o excesso de açúcar, sal e gordura. 

Hora do recreio

Ficar de olho no lanche das crianças também é fundamental. Um teste realizado pelo Idec no início deste ano em produtos frequentemente levados na lancheira - 15 bolinhos e 15 salgadinhos - identificou altas doses de açúcares, gorduras e sódio.

Por isso, mesmo com toda a correria do dia a dia, é preciso cuidar da alimentação da criançada, levando em conta as necessidades nutricionais e os gostos dos pequenos. É importante que o lanche tenha um alimento de cada grupo: energético (pães e biscoitos, de preferência integrais, bolo etc.), construtores (requeijão, queijo branco, ricota, peito de peru, leite, iogurte, achocolatados etc.) e reguladores (frutas, naturais ou sucos). 

É sempre bom variar o cardápio para a criança não enjoar, evitar alimentos industrializados ricos em gordura e açúcar, evitar excesso de guloseimas. Confira outras dicas para montar uma lancheira saudável

 

Publicidade

Há tempos o Idec vem se posicionando contra as estratégias de marketing utilizadas pelas principais redes de fast food, associando a venda de lanches altamente calóricos e pouco nutritivos a personagens que estão na moda entre a garotada. Uma comparação entre os kits de lanches das redes Bob´s, McDonald´s, Burger King, Giraffas e Habib´s, em agosto de 2008, constatou que todos continham elevadas quantidades de gordura saturada/trans e sódio. O consumo excessivo desses nutrientes eleva o risco de desenvolver doenças do coração, hipertensão e obesidade. 

Não é segredo que os pequenos têm influência direta nas decisões de compra. Em 2000, a Unesco lançou a pesquisa "Perspectivas sobre a Criança e a Mídia" e divulgou que as compras influenciadas pelos pedidos das crianças norte-americanas rendiam US$ 500 bilhões por ano para os cofres das grandes empresas. Por sua vez, essas empresas destinavam aproximadamente US$ 12 bilhões ao ano em anúncios para o público infantil. No Brasil, estima-se que mais da metade das crianças opine sobre o consumo familiar.

 


Em decorrência da pressão de entidades de defesa do consumidor, em agosto deste ano, a ABIA (Associação Brasileira da Indústria de Alimentação) e a ABA (Associação Brasileira de Anunciantes) assinaram um compromisso público se comprometendo a regulamentar a publicidade de alimentos e bebidas não saudáveis dirigidos a crianças abaixo de 12 anos. Antes disso, o Idec e o Instituto Alana concluíram que multinacionais que haviam se comprometido com organizações internacionais a restringirem a publicidade infantil no Brasil estavam descumprindo o acordo.