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Surpreendeu - positivamente - o Idec a divulgação ontem (15), pelo Ibama, da chamada Nota Verde dos automóveis comercializados no Brasil. A nota é uma avaliação dos níveis de emissão de poluentes (monóxido de carbono, hidrocarbonetos e óxidos de nitrogênio) e figura no site do órgão lado a lado com outra nota sobre a emissão de dióxido de carbono (CO2), gás não poluente, mas com efeitos negativos sobre o aquecimento terrestre.
A Nota Verde, criada pelo Proconve (Programa de Controle de Poluição do Ar por Veículos Automotores), varia de 0 a 10, sendo que a maior nota indica o carro menos poluente. Já a nota sobre emissões de CO2 varia, na prática, de 5 a 10, sendo que o veículo que emite menos gás carbônico fica com nota maior. Neste quesito, foram avaliados apenas os carros movidos a gasolina, já que, em tese, o álcool é um combustível cujo processo de plantio e produção captura - portanto, "neutraliza" - o gás de efeito estufa.
Embora seja um avanço, o Idec verificou que o site do Ibama ainda contém lacunas, como a ausência de nota de CO2 mesmo para alguns veículos movidos a gasolina, além de daods incompletos de emissão em vários modelos.
Em agosto, o Idec fez uma pesquisa sobre emissões de poluentes e eficiência energética dos automóveis brasileiros. Os resultados estão publicados na matéria de capa da revista de setembro.
Na ocasião, além de colher os dados do Ibama - que estiveram no site e depois foram retirados do ar pelo próprio Ministério do Meio Ambiente -, o Idec enviou também questionários a onze montadoras, em que questionava não apenas a emissão de gases poluentes e de CO2, como também o consumo de combustível dos veículos (eficiência energética). Nenhuma das montadoras sondadas à época (General Motors, Citroen, Fiat, Ford, Honda, Hyundai, Nissan, Peugeot, Renault, Toyota e Volkswagen) respondeu ao questionário, numa demonstração de total falta de respeito ao consumidor. Além dos questionários, o Idec buscou as mesmas informações em outros canais (sites, manuais do proprietário, pontos de venda e SACs) e não teve muito êxito. Já a maioria dos sites americanos, europeus e asiáticos das mesmas montadoras trazem dados de consumo e emissão de gases.
Quando o Idec comunicou as montadoras e o Ibama/Ministério do Meio Ambiente que iria divulgar a Nota Verde e os dados obtidos em agosto na internet, tanto o governo quanto as indústrias desaconselharam a publicação, pois as notas então veiculadas no site conteriam erros metodológicos. Contudo, em carta ao instituto, o ministro Carlos Minc assumiu o compromisso de publicar as notas já no início de setembro, o que acaba de fazer.
A comparação com os dados disponíveis de veículos comercializados no exterior também foi desestimulada pelas montadoras, sob a alegação de que "diferenças técnicas importantes", tanto dos combustíveis usados aqui e lá fora como dos motores, deturpariam os resultados comparativos.
Ainda faltam dados de consumo
A divulgação dessas informações traz agora mais elementos ao consumidor, embora os dados sobre consumo de combustível não estejam disponíveis, a não ser para aqueles poucos (24) modelos de veículos leves que já aderiram ao Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular (PBEV), uma iniciativa coordenada pelo Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial) no âmbito do Conpet (Programa Nacional de Racionalização do Uso dos Derivados do Petróleo e do Gás Natural), e que inc