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Rotulagem de alimentos ainda é imprecisa e confusa para o consumidor

<i>Traduzir as informa&ccedil;&otilde;es dos r&oacute;tulos ainda &eacute; uma tarefa &aacute;rdua. Para o Idec, sistema de fiscaliza&ccedil;&atilde;o da Anvisa necessita de avan&ccedil;os</i>

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Atualizado: 

11/08/2011

Uma das principais formas de comunicação com o consumidor, o rótulo dos alimentos é um dos principais recursos usados na escolha entre dois ou mais produtos similares, além de ser a única forma de verificar seus ingredientes, o uso de aditivos como conservantes, corantes, aromatizantes, além do prazo de validade estipulado pelo fabricante. No entanto, a maioria dos consumidores tem dúvidas sobre os termos utilizados nas embalagens.

Quase 60% dos consumidores que responderam à enquete realizada em junho deste ano no site do Idec afirmaram não entender o rótulo nutricional dos alimentos industrializados. Apenas 24% afirmaram entender e usar tais informações como subsídio para suas decisões de compra. Outros 16% afirmam entender, mas não levam os dados em conta na hora de escolher os produtos.

A Resolução nº 360 da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), aprovada em 2003, regulamenta a rotulagem de alimentos industrializados, a qual deve apresentar obrigatoriamente os números de lote, composição, origem e quantidade do produto, além da data de validade, incluindo também os prazos para produtos que apresentem alteração na validade após abertos, ou, por exemplo, validades diferentes se congelados ou mantidos na geladeira. A agência disponibiliza em seu site uma seção com informações sobre a regulamentação da rotulagem dos alimentos.

Além disso, o rótulo deve conter informações necessárias à utilização do produto, como suas características, instruções de preparo e formas e armazenamento. Como alguns alimentos não são adequados para consumo por indivíduos portadores de algumas doenças, alguns alertas são obrigatórios. Os produtos que contém glúten, por exemplo, devem informar isso claramente no rótulo.

Entretanto, os tamanhos das porções indicados pela Anvisa não são de uso obrigatório pelos fabricantes. Dessa forma, ao comprar um produto, o consumidor precisa fazer cálculos se quiser comparar diferentes itens. "Atualmente, a norma brasileira foi harmonizada no âmbito do Mercosul, o que dificulta a discussão de viabilidade da melhoria das informações da rotulagem", afirma a pesquisadora do Idec, Silvia Vignola.

O que verificar?
Na hora de verificar a embalagem dos alimentos, frequentemente o consumidor fica em dúvida sobre qual a melhor forma de fazer a escolha: olhar somente o preço? Confiar na marca que está habituado a comprar? Verificar somente a data de validade e a quantidade de calorias? Vários desses quesitos podem ser adotados pelos consumidores no momento da escolha do produto. No entanto, por mais que o consumidor esteja acostumado a verificar a rotulagem, diversas armadilhas podem ser utilizadas para disfarçar o excesso de calorias, sódio ou gorduras.

A pesquisadora do Idec chama a atenção para o fato de que, devido a diversos problemas, como a não obrigatoriedade de indicar a quantidade de açúcar no alimento, por exemplo, as regras de rotulagem são insuficientes para garantir informação clara ao consumidor. "Embora as empresas atendam às normas da Anvisa, a apresentação das informações nutricionais é confusa e imprecisa, o que denota que a legislação necessita ser revista", conclui Silvia.

No entanto, é importante criar o hábito de verificar todas as informações disponíveis nos rótulos dos alimentos. Saber qual a quantidade "por porção" exata de cada produto nem sempre é uma tarefa fácil mas, na comparação, uma dica é observar a quantidade de calorias por porção. Ao conferir os alimentos, verifique se o peso também é o mesmo. Caso contrário, será preciso fazer um cálculo proporcional.

Já no momento de conferir os nutrientes, é recomendável que o consumidor opte por produtos com baixo teor de gorduras, tanto as trans como as saturadas. O carboidrato também deve ser analisado com cuidado, pois nessa informação pode estar escondido também o açúcar presente na composição.

Por fim, a quantidade de sódio no alimento também deve ser observada com cuidado, pois contribui para a retenção de líquidos no organismo e deve ser evitado. Vale lembrar que, tão importante quanto verificar a tabela nutricional, é checar a ordem dos ingredientes do rótulo. Eles estão disponíveis separadamente da tabela nutricional e em ordem decrescente, ou seja, o primeiro nutriente da lista é o que está presente em maior quantidade no produto.

Semáforo Nutricional
O sistema de cores nutricionais, que indicam se um nutriente está em quantidade ideal em determinado alimento, é uma realidade para consumidores do Reino Unido e da Espanha. Além de informar se a quantidade de gorduras, açúcares e sódio está alta, a embalagem traz cores que indicam se um nutriente está em quantidade ideal, se está quase no limite recomendado para um dia ou se aparece em excesso.

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