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Rio+20: documento da Cúpula dos Povos sintetiza propostas da sociedade civil para 'o futuro que queremos'

<em>Durante a Rio+20, Rio de Janeiro foi palco de uma multiplicidade de vozes da sociedade civil que se reuniram no Aterro do Flamengo e mostraram demandas concretas para um outro mundo poss&iacute;vel</em>

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Atualizado: 

27/06/2012
O documento final apresentado na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, deixou a desejar. Os pontos propostos são insuficientes para traduzir a urgência de ações capazes de combater as injustiças sociais e ambientais. No entanto, paralelamente à reunião oficial, o Rio de Janeiro foi palco de uma multiplicidade de vozes da sociedade civil que se reuniram no Aterro do Flamengo e diversos outros espaços e mostraram demandas concretas para um outro mundo possível, mais justo e sustentável. 
 
A Cúpula dos Povos, evento organizado pela sociedade civil global durante a Rio+20, representou um momento importante de convergência em torno das causas estruturais e das falsas soluções, das resoluções dos povos frente às crises, assim como agenda de mobilizações para o próximo período. 
 
Documento oficial da Cúpula dos Povos
Ao fim da Cúpula, diversas redes organizadas da sociedade civil elaboraram o documento final da Cúpula dos Povos, que sintetiza o acúmulo de debates e propostas da sociedade civil para o “Futuro que Queremos” - nome dado ao documento oficial da Rio+20.
 
A declaração reitera as armadilhas da chamada economia verde, como o aprofundamento do endividamento público-privado e o super-estímulo ao consumo que representam formas de concentração de poder e manutenção de padrões insustentáveis de produção e consumo.
 
Além de apontar causas estruturais e falsas soluções, o documento da Cúpula dos Povos reforça a importância de potencializar alternativas reais de defesa dos bens comuns, solidariedade e respeito dos diferentes povos, defesa dos espaços públicos nas cidades com gestão democrática e participação popular, economia cooperativa e solidária, soberania alimentar, novo paradigma de produção e a mudança da matriz energética, frente ao atual sistema agro-urbano-industrial.
 
O Idec na Rio+20
Nos debates promovidos pelo Idec e parceiros foram discutidas ações concretas e urgentes como o fim da obsolescência programada, o respeito ao direito de informação do consumidor, o direito de todos terem acesso a alimentos saudáveis, maior responsabilidade das empresas, mais educação e regulação do Estado para viabilizar o futuro que queremos já. 
 
Para o movimento dos consumidores, há ainda um longo caminho de mobilização pós Rio+20 para viabilizar uma transição justa aos padrões de produção e consumo mais sustentáveis. 
 
“Saimos do Rio cheios de trabalho para fazer, mas com a certeza de que é preciso mobilizar cada vez mais consumidores para que passemos do discurso à prática da responsabilidade compartilhada. Juntos podemos construir um futuro com mais qualidade de vida para todos. Não precisamos de consenso dos mais de 170 países que integram a Organização das Nações Unidas que tornem possível o exercício do consumo cidadão. Os consumidores querem fazer sua parte e as empresas e governos podem viabilizar isso desde já”, defende a pesquisadora do Idec, Adriana Charoux.
 
As demandas do Idec estão claras na Plataforma dos Consumidores pelo Consumo Sustentável na Rio+20, documento que traz dez propostas para que os governos se comprometam com ações concretas para a mudança de padrões de produção e consumo.
 
Agora que a Rio+20 chegou ao fim, é hora de agirmos para construir o futuro sustentável que queremos já! E a mudança começa com passos concretos.
 
Seguimos com diversas frentes da ação. Uma delas é a Campanha “Desencalhe a etiqueta” pela etiquetagem de eficiência energética obrigatória nos veículos. Garantir o respeito ao direito do consumidor à informação sobre eficiência energética veicular, somado à oferta de transporte coletivo e infraestrutura e segurança para o uso de bicicletas, são medidas fundamentais para alcançarmos uma mobilidade mais sustentável. Vamos exigir o nosso direito à informação e demandar a etiquetagem obrigatória!