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Relatório da Anvisa mostra que os consumidores estão mais expostos à agrotóxicos

Para o Idec a discussão sobre a permissão de agrotóxicos é também foco da defesa do consumidor, pois trata do seu direito à informação e à saúde

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Atualizado: 

31/10/2013
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância) divulgou na última terça-feira (29/10) um relatório sobre a presença de agrotóxicos em frutas, legumes e verduras, apontando que 36% das amostras analisadas em 2011 e 29% das amostras verificadas em 2012 apresentaram resultados considerados insatisfatórios pela Agência. Segundo a análise, nestes casos, os alimentos mostravam níveis de substâncias tóxicas superiores ao limite permitido no Brasil, além de produtos químicos que nunca foram liberados para uso no País. Os dados fazem parte do estudo que integra o Para (Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos).
 
Segundo a Anvisa, a escolha dos produtos analisados baseou-se nos dados de consumo obtidos pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), na disponibilidade dos alimentos nos supermercados dos diferentes estados e no perfil de uso de agrotóxicos nestes alimentos. 
 
Para o Idec, essa é uma questão de saúde do consumidor e deve ser discutida com seriedade. “O PARA é a única análise a respeito do uso dos agrotóxicos à disposição da sociedade civil, mesmo que imperfeita”, explica o gerente técnico do Idec, Carlos Thadeu de Oliveira. “Nossa tarefa agora é exigir que essa discussão seja colocada na pauta da defesa do consumidor, não ficando apenas no âmbito da vigilância sanitária. Temos de passar a responsabilizar os envolvidos nessa atividade, produtores, comerciante e autoridades, porque é a saúde do consumidor que está em risco”.
 
Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos - 2011/2012
 
Em 2011, foram estudadas 1.628 amostras de nove alimentos (alface, arroz, cenoura, feijão, mamão, pepino, pimentão, tomate e uva). Das 589 amostras consideradas insatisfatórias (36% do total analisado), 520 apresentaram algum tipo de agrotóxico não autorizado para a cultura; 38 estavam com produtos tóxicos com nível acima do limite imposto pela Anvisa; e 31 amostras tinham resíduos tóxicos de produtos não autorizados para aquela cultura e com níveis de agrotóxico acima do limite.
 
2011
 
Amostras insatisfatórias satisfatórias
1628 589 1039
 
Amostras Resultado
520 agrotóxico não autorizado pela cultura
38 com produtos tóxicos com nível acima do limite imposto pela Anvisa
31 resíduos tóxicos de produtos não autorizados para aquela cultura e com níveis de agrotóxico acima do limite
 
Em 2012, a Agência analisou 1.665 amostras de sete culturas coletadas (abacaxi, arroz, cenoura, laranja, maçã, morango e pepino. O estudo verificou que 483 delas (29%) foram consideradas insatisfatórias por apresentarem resíduos de produtos não autorizados, ou autorizados, mas em concentrações acima do Limite Máximo de Resíduo. Deste total, em 416 amostras havia a presença de agrotóxicos não autorizados para a cultura; 40 amostras tinham substâncias acima do limite permitido e não permitidas para a cultura; e em 27 amostras havia a presença de agrotóxicos acima do permitido.
 
2012
Amostras insatisfatórias satisfatórias
1665 483 1182
 
Amostras Resultado
416 agrotóxico não autorizado pela cultura
40 com produtos tóxicos com nível acima do limite imposto pela Anvisa
27 resíduos tóxicos de produtos não autorizados para aquela cultura e com níveis de agrotóxico acima do limite
 
Relatório menor
 
Apesar de o programa federal agora incluir o Estado de São Paulo, o PARA 2012 está menor que nos anos anteriores. Em 2010 foram analisadas 2.488 amostras em 18 culturas diferentes; em 2011, analisaram-se 1.628 amostras em apenas 9 culturas; e em 2012, há resultado para 1.665 amostras de 7 culturas. Em 2011, a quase totalidade das irregularidades era referente a uso de agrotóxico não autorizado para as culturas.
 
Confira o relatório completo aqui.
 
Ano Produtos Irregulares Amostras Analisadas Culturas Analisadas
2012 29% 1665 7
2011 36% 1628 9
2010 28% 2488 18
 
Dicas: Consuma orgânicos!
 
Enquanto não se sabe ao certo a origem dos alimentos irregulares, é importante tomar alguns cuidados para evitar o risco de consumir alimentos com venenos além da conta ou mesmo proibidos.
 
A melhor saída é optar por alimentos orgânicos, que não utilizam produtos químicos em sua produção. Uma pesquisa do Idec, publicada em abril deste ano, mostra que as feiras especializadas ofertam orgânicos a preços mais em conta em relação aos supermercados e à entrega em domicílio.
 
Quando comprar alimentos convencionais, prefira os da época e de origem identificada.
 
Consulte o Mapa de Feiras Orgânicas mais próximo de você e compre alimentos livre de transgênicos e agrotóxicos!