A Petrobrás foi excluída da relação de empresas do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da Bovespa nesta terça-feira, dia 25/11. O índice, atualizado anualmente, é constituído por uma carteira que inclui as ações das companhias que se destacam nas questões de sustentabilidade ambiental e responsabilidade social. A decisão, que vigorará de 01.12.2008 a 30.11.2009, também atinge outras empresas como a Aracruz Celulose, a Companhia Paranaense de Energia (Copel), a CCR Rodovias, a Iochpe-Maxion e a WEG.

Em outubro último, diversos órgãos ambientais e ONGs, dentre elas o Idec, encaminharam à BM&F Bovespa uma carta solicitando a reconsideração da qualificação da Petrobras no ISE devido a políticas e atitudes da empresa nos últimos anos. O documento foi assinado pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), Greenpeace, Secretaria do Meio Ambiente de São Paulo, Secretaria do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Estado de Minas Gerais, Fórum Paulista de Mudanças Climáticas Globais e de Biodiversidade, Movimento Nossa São Paulo, Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável, SOS Mata Atlântica, Amigos da Terra, Instituto Akatu e pelo Instituto Brasileiro de Advocacia Pública.

O principal argumento, que foi decisivo para a exclusão, foi a falta de ação da empresa para garantir o fornecimento de diesel menos poluente já a partir de janeiro de 2009. Recentemente, a estatal anunciou que não irá cumprir resolução 315 do Conama de 2002, que exige a distribuição do chamado diesel S50 a partir do início do próximo ano. Para piorar a situação, a Petrobras fechou um acordo com ANP, Anfavea, Ministério Público Federal e os Governos Paulista e Federal que permite a disponibilidade do combustível em volume muito menor do que o determinado em 2002.

Seria inaceitável que uma empresa como a Petrobrás, que não cumpriu acordos e leis em prol da qualidade de vida das pessoas e do meio ambiente, permanecesse em um índice como o ISE, que tem como objetivo reconhecer e incentivar (além de recompensar, de certa forma) a responsabilidade corporativa. O fato deve servir para a estatal rever suas prioridades, incorporando de modo efetivo a sustentabilidade em suas formas de atuação.