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Paralisação dos médicos: rodízio no atendimento por especialidade já começou

<i>M&eacute;dicos n&atilde;o atender&atilde;o por tr&ecirc;s dias cada especialidade; para Idec, garantia no atendimento de emerg&ecirc;ncia e negocia&ccedil;&atilde;o entre operadoras e profissionais s&atilde;o prioridades</i>

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Atualizado: 

15/09/2011

Médicos de São Paulo iniciaram na quinta-feira (1º/9) o sistema de suspensão temporária do atendimento por especialidade a planos de saúde. Os primeiros a ser interrompidos são os atendimentos de ginecologia e obstetrícia. A paralisação será adotada pelas operadoras Ameplan, CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), Intermédica, Notredame e Volkswagen.

O movimento que coordena a paralisação, idealizado pelo Simesp (Sindicato dos Médicos de São Paulo), Cremesp (Conselho Regional de Medicina de São Paulo) e pela APM (Associação Paulista de Medicina), reivindica aumento no valor das consultas de R$ 25 e R$ 40 para R$ 80 a R$ 100, além da atualização dos procedimentos de acordo com a CBHPM (Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos), e do reajuste anual do valor das consultas.

De 1º a 3 de setembro a paralisação atinge ginecologia e obstetrícia; em seguida, interromperão o atendimento a dermatologia (3 a 6 de setembro), a otorrinolaringologia (8 a 10 de setembro), pediatria (14 a 16 de setembro), cardiologia (16 a 19 de setembro), ortopedia e traumatologia (19 e 20 de setembro), pneumologia (21 a 23 de setembro), e cirurgia plástica (28 a 30 de setembro).

A interrupção do atendimento será apenas para atendimentos com hora marcada, medida que pode minimizar os prejuízos aos pacientes.

Negociação
Para o Idec, é preciso reconhecer que o pagamento de baixos honorários, aliada às interferências das operadoras no exercício da profissão médica é prejudicial para toda a sociedade e principalmente para o consumidor, que sofre com o descredenciamento de profissionais, além de longas filas de espera em atendimentos, consultas e demais procedimentos médicos.

No início de julho, o Instituto enviou uma carta à ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) e à Federação Nacional das Empresas de Seguros Privados e de Capitalização, que representam as operadoras de planos de saúde, reivindicando uma melhor negociação entre os planos e os profissionais de saúde. Na época, ainda não haviam sido definidas quais operadoras realizariam a paralisação em rodízio.

Para a coordenadora executiva do Idec, Lisa Gunn, o quadro é preocupante. "É necessário que os órgãos públicos busquem uma solução hábil, rápida e que se paute pela garantia de condições adequadas da prática médica e na proteção dos consumidores, atores fundamentais para o funcionamento de todo o mercado de saúde suplementar, sem os quais o sistema seria inviabilizado", afirma.

Garantia no atendimento
O Idec entende que cabe às operadoras de planos de saúde garantir o acesso aos atendimentos, sobretudo nos casos de urgência e emergência, não permitindo assim que os consumidores sejam prejudicados. Tratamentos que requerem atenção continuada também devem ser garantidos e os planos não devem deixar de se responsabilizar pela reparação dos possíveis danos causados aos consumidores.