A resolução possui um pacote de opções políticas para os Estados-membro para promoção da alimentação saudável em defesa da saúde
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01/07/2013
Atualizado:
01/07/2013
Na 66ª Assembleia Mundial de Saúde, que ocorreu no último mês de maio, foi aprovado um novo plano global para prevenção e controle das doenças crônicas não transmissíveis. Durante o evento, membros da CI (Consumers International) fizeram uma ação solicitando a proibição do marketing de “junk food” dirigido ao público infantil, sugerindo que alguns personagens utilizados nas campanhas se aposentassem.
O Idec também participou de um quiz internacional que foi apresentado na Assembleia sobre rotulagem nutricional, a fim de pressionar a aprovação de estratégias para melhorar o acesso à informação aos consumidores. Os resultados do quiz apontaram que os brasileiros foram os que menos souberam identificar o conteúdo de nutrientes nos rótulos dos alimentos.
Ao final da Assembleia, os Estados-membro, incluindo o Brasil, aprovaram por unanimidade uma resolução sobre doenças crônicas não transmissíveis. Os principais pontos da resolução foram:
1) aprovar o plano de ação global da OMS (Organização Mundial da Saúde) para a prevenção e controle de doenças não transmissíveis 2013-2020;
2) adotar o painel de monitoramento global sobre doenças não transmissíveis, incluindo nove metas globais e 25 indicadores;
3) desenvolver um mecanismo de coordenação global até o final de 2013, para coordenar as atividades e promover o engajamento de todos os atores envolvidos.
“Houve avanços em reação às opções apresentadas aos Estados-membro para a promoção da alimentação saudável. Porém, outras ações necessárias, mais ousadas, infelizmente ficaram de fora, como a regulamentação da publicidade de alimentos para o público infantil e a questão do conflito de interesses nas negociações e acordos voluntários entre o governo e a indústria alimentícia”, opina a pesquisadora em alimentos do Idec, Ana Paula Bortoletto Martins.
A resolução possui um pacote de opções políticas para os Estados-membro para promoção da alimentação saudável. Há um consenso entre a academia e entidades da sociedade civil que para mudar a maneira como as pessoas comem, não basta escolher apenas uma medida. As ações sugeridas têm como objetivo a implementação de estratégias e recomendações globais para atingir as metas globais voluntárias estabelecidas:
1) redução relativa de 30% no consumo médio de população de sal/sódio;
2) interrupção no aumento da diabetes e obesidade;
3) redução relativa de 25% na prevalência de pressão arterial elevada.
Entre as sugestões, estão incluídas diretrizes e recomendações políticas que envolvem diferentes setores, tais como os produtores e indústria de alimentos e consumidores, para reduzir o nível de sal dos alimentos; aumentar a disponibilidade, acessibilidade e consumo de frutas, verduras e legumes; reduzir o teor de açúcares livres e adicionados em alimentos e bebidas e reduzir o tamanho das porções dos alimentos.
Estratégias econômicas baseadas em evidências também são recomendadas, incluindo impostos e subsídios que resultem no incentivo ao consumo de alimentos mais saudáveis ??e desestimulem o consumo das opções menos saudáveis. Destacam-se ainda as campanhas públicas e iniciativas de marketing social para informar e incentivar os consumidores sobre as práticas alimentares saudáveis e a promoção da rotulagem nutricional para todos os alimentos pré-embalados, incluindo aqueles que utilizam alegações nutricionais ou de saúde.
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